20 - Como antigamente...

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_ Você é uma boa menina… Sei que não está mais zangada comigo e já entendeu que eu estava apenas tentando ajudá-la _ a voz mansa de Alec acalmava a égua cinza, que havia dado cria cerca de meia-hora antes. Naquele momento, o veterinário estava em ação, os braços estavam ao redor do pescoço do animal, falando palavras tranquilizadoraa em seu ouvido. 

Todos gostavam da maneira como Alec trabalhava. Ele raramente incorporava o veterinário, mas quando o fazia, era sempre muito carinhoso com os animais, os tratando de forma humanizada e conseguindo bons resultados, até com os mais bravos.

Sua mão grande, acariciava a lateral do pescoço do animal, que já estava bem mais calmo, depois do parto traumático. O potro havia ficado preso e Alec teve de ajudá-lo a sair. A égua ficou nervosa e quase o machucou, tentando dar coices, embora ele tivesse prendido suas patas, antevendo esta possibilidade. 

_ Alec, precisa ir na sua casa. Tem uma visita para você, lá _ Luke entrou naquela parte separada do estábulo.

Alec soltou a égua na mesma hora e virou-se, com um sorriso grande no rosto. _ Magnus? _ perguntou, mesmo sabendo ser quase impossível, pois haviam se falado cerca de duas horas antes, para amenizar a saudade. O empresário havia dito que teria de ficar em Nova York no fim de semana, mas na segunda-feira iria vê-lo, o que o conformou um pouco.

_ Infelizmente não é o seu… _ Luke calou-se, sem saber o que designar.

_ Meu namorado _ Alec assumiu. Afinal, Magnus o havia pedido e ele havia aceitado. Não tinha porque esconder. A chave que antes esperava o multicolorido sob o carpete, agora estava no chaveiro do próprio, junto com as do seu loft e da Pandemonium. 

_ Não é o seu namorado. E a pessoa pediu que eu não adiantasse nada sobre ela, apenas que o chamasse. Disse que é uma surpresa...

Alec franziu o cenho e fez uma careta, confusa, mas acariciou mais uma vez o pelo da égua, antes de se afastar. _ Qualquer coisa com ela, me chame. É necessário alguém de olho nos dois para ver como ela ficará com o filhote. Qualquer sinal de agressividade, separem e me chamem _ avisou, saindo. 

Andou apressado em direção a casa e, quando finalmente conseguiu vislumbrar a pessoa parada na varanda, correu, subindo as escadas com pressa e abraçando a mulher pequena, com ansiedade.

_ Izzy… Izzy… Izzy… Izzy... você veio me ver… _ falou, baixinho, a mantendo apertada em seu abraço.

_ Sim... mas você está me apertando, Alec…

_ Eu sei… é porque eu estou com muita saudade… 

_ Eu também estou com saudades… mas você vai me sufocar…_ ela ria.

_ Só um pouco... Eu sei quando parar _ ele falava, com um sorriso largo no rosto.

_ Não, você não sabe..._ a voz dela já saía entrecortada. _ Eu estou sufocando… Você está fedendo…

_ É suor de cavalo, tudo bem…

_ SUOR DE CAVALO? ME SOLTA, ALEC…

_ Na verdade é suor de égua... e se você ficar gritando no meu ouvido eu não vou soltar.

Izzy lutava para não rir descontroladamente com aquele ataque fofo do irmão. _ Está bem… _ sussurrou. _ Estou sufocando e meus cabelos vão ficar fedendo a suor de cavalo… me solte.

_ De égua…

_ Porra, Alec… meus cabelos vão ficar fedendo a suor de égua…

_ Estou com tanta saudade…

_ Estou sufocando… 

Alec folgou um pouco o abraço, mas não a soltou. _ Melhorou?

_ Sim... mas você ainda está fedendo..._ ela resmungou. _ Vá tomar banho… _ exigiu. 

Fim de semana na fazenda Onde histórias criam vida. Descubra agora