_ O que acha, Ragnor?
_ Acho que o seu namorado deve ter traumas sérios pela convivência com aquele rapaz…
Magnus levou os dedos às têmporas, ainda sentindo a leve dor de cabeça que o tomou desde a noite anterior, depois de ter visto aquele vídeo, que o fez chorar muito. Sua vontade imediata havia sido de ligar para Alec e dizer que nunca mais ele seria agredido ou destratado, novamente, que o protegeria e cuidaria dele com todo o carinho e respeito que merecia.
Mas, sabia que não podia fazer aquilo. O assustaria se falasse aquelas palavras, de repente, e Alec não podia saber que ele tinha tanto conhecimento de sua situação.
_ O que eu devo fazer? O que eu posso fazer?
Ragnor pareceu ponderar um pouco. _ Ele devia conversar com um profissional. Uma pessoa que tenha conhecimentos que possam ajudá-lo a superar o que passou. Você disse que ele mostrou-se apavorado, quando você gritou seu nome. Não acho que tenha sido a palavra, mas o tom. O outro deve ter gritado muito com ele, até o condicionar.
_ Mas, como eu o convenço a ir a um terapeuta? Ele nem sabe que eu sei isso…
_ Acho que, com o tempo de convivência, talvez ele se abra mais um pouco. Você disse que ele falou um pouco sobre o ex-marido. Só não se assuste se ele nunca o criticar e sempre tentar demonstrar que o outro era bom e justo.
_ Como assim?
_ Muitas pessoas abusadas são condicionadas a acharem que a culpa do abuso é delas. Que se elas "não agissem errado" não seriam "castigadas". Elas endeusam seus agressores, porque não querem acreditar que aquela pessoa não é o que pensavam ser. Elas realmente acreditam que o outro as ama.
_ Estou devastado depois desse vídeo… _ Magnus confessou. _ Tudo o que eu quero agora é ver Alexander e abraçá-lo, ficar grudadinho nele para sempre. Ele é tão doce e bom…
_ Acredito que seja mesmo. E é bem bonito também. Que corpo…
_ Não olhe para o corpo do meu homem! _ Magnus protestou, sorrindo leve. _ Ele está mais forte agora, elogiou, convencido. Nesse vídeo devia ter uns 18, 19 anos. Hoje tem uns 26, eu acho. Alexander é uma perdição de homem _ suspirou.
_ Nunca pensei que fosse vê-lo tão apaixonado um dia…
_ Ragnor… é mais do que uma paixão _ o encarou. _ Eu amo Alexander… Ainda não disse a ele, e nem sei quando o farei. Talvez seja cedo para dizer, porque não quero assustá-lo. Mas eu não posso mais negar para mim, eu amo Alexander… _ assumiu.
_ Então, cuide do seu amor _ o amigo sugeriu.
***
_ Você não pode viajar toda semana e largar a administração da rede de boates nas mãos de Rafael. Ele é apenas o gerente da Pan do Central Park, e também tem uma vida _ Catarina falou em tom sério para Magnus, que revirou os olhos.
_ Ele foi reclamar para você? _ bufou. _ Garoto abusado!
_ Rafael é meu amigo e fui eu quem o indiquei a você.
_ E eu gosto muito do trabalho dele. Tanto que o estou treinando para administrar a rede, na minha ausência _ abriu um sorriso falso.
_ Não, você não está treinando Rafael. Você está jogando tudo nas costas dele, para ir ver o seu namorado. E nunca volta em dois dias, como afirma que fará.
Magnus passou as mãos nervosamente pelos cabelos e fugiu dos olhos da amiga. _ Eu sei que estou fazendo tudo errado _ admitiu. _ Mas aconteceu tão rápido, que eu não consegui organizar essa parte.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fim de semana na fazenda
RomanceMagnus detestava campo e ar puro. Passar o fim de semana na fazenda do amigo havia sido uma ideia louca e ele pensou em ir embora, assim que colocou os pés lá. Mas isso foi antes de conhecer o homem mais lindo do mundo, que por acaso era o capataz d...