18 - Revelações

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Magnus não conseguia dormir. Observava Alec tranquilo e saciado, dormindo ao seu lado, o braço sobre o seu corpo, o mantendo perto de si. Podia ouvir seu coração batendo em um bom ritmo, descansado. Estavam na cama, aconchegados sob as cobertas, sem roupas por baixo delas, sentindo o calor do corpo do outro e seus músculos duros. 

Alec era realmente uma perdição de homem, como havia dito a Ragnor. Devia tirar mais foto dele, com roupas, para poder mostrar ao amigo e a Catarina, com quem ainda precisaria conversar longamente para que entendesse o caso do namorado. 

Não era sua intenção sair contando para todos os problemas pessoais de Alec. Mas Ragnor era um psiquiatra e podia ajudá-lo, de alguma maneira, por isso recorreu a ele, ciente que manteria segredo do que foi visto e falado. 

A Catarina, não contaria nada comprometedor. Só queria que ela não visse Alec como um aproveitador, que não se dava ao trabalho de ir vê-lo, sempre esperando, confortavelmente, por sua visita. 

Como alguém podia fazer mal a um homem tão bonito e doce como aquele? As imagens e diálogos daquele vídeo não saiam de sua mente, indo e vindo, o deixando angustiado, ao lembrar como Alec havia sido humilhado e agredido, mas mesmo assim pareceu feliz, quando o outro, por fim, agiu com carinho. Era como um cachorrinho, que você bate, deixa sozinho e com fome o dia todo, e quando volta ele faz festa. 

Alec o puxou mais para si, em um abraço apertado, passando a perna sobre as suas e esfregando o nariz em seu pescoço. _ Eu tive um sonho maravilhoso... _ sua voz estava rouca e preguiçosa, excitante nos ouvidos de Magnus. 

_ O que sonhou? _ sorriu, quando ele abriu os olhos Hazel, ainda sonolentos, e sorriu malicioso.

_ Sonhei que um homem incrível chegou aqui de madrugada e me fodeu... tão gostoso… _ seu sorriso era quase infantil, se não fosse diabólico.

_ E quando ele fez isso, destruiu seu jeans? _ Magnus riu, cinicamente, vendo o sorriso do outro crescer mais ainda.

_ Sim… era uma boa calça, mas vou ter de jogar fora… _ falou, fingindo pensar sobre isso.

_ Eu adorava essa calça em você. Ela abraçava bem suas coxas e apertava seu bumbum de uma maneira perfeita _ elogiou. Alec prestou atenção na definição e puxou o canto da boca.

_ Acho que vou mandar consertar a calça _ falou, fazendo o mais velho rir.

_ Mas, voltando ao sonho… Você gostou quando o homem incrível chegou?

Alec o puxou para si, novamente. _ Sim… Magnus, acho que precisava que viesse… Não só pelo sexo maravilhoso que fazemos… Eu precisava de você… aqui…_ foi sincero.

_ Eu também precisava de você. Por isso eu vim…

_ Quando não ligou à noite, tive certeza que tinha se cansado de mim… _ Alec admitiu, as bochechas rosadas. _ Eu sei que sou doente… _ ele se sentou na cama, fugindo dos olhos do outro, as mãos apertadas no lençol, que cobria a cintura. _ Eu devia ter contado desde o começo que eu não sou normal… _ ele falava baixo e contido. 

Magnus se sentou também, descansando o queixo em seu ombro e deslizando uma das mãos por sua coxa, coberta pelo lençol. _ Eu já tive muitos parceiros sexuais. Em algumas noites eu saía da cama de um e caía na cama de outro. Tive mais de um ou dois homens e mulheres na cama de uma vez. E nem era por gostar de diversificar, mas em busca satisfação… que raramente vinha. 

Alec virou-se um pouco, tirando o conforto do mais velho, mas mostrando-se interessado. Magnus aproveitou e continuou, agora movendo-se para ficar mais perto e quase de frente para ele.

_ Acho que eu não disse a você, com todas as letras, que sou bissexual, desculpe por isso. Se bem que isso não interfere em nada no nosso relacionamento, porque estou com você e não quero outra pessoa. Mas, voltando ao assunto em tela, há pessoas que se satisfazem com uma, duas boas fodas numa noite, e há outras que quanto mais prazer sentem, mas prazer querem… como nós. Estou plenamente satisfeito em tê-lo comigo, porque, como já disse outras vezes, somos iguais. Falamos sobre isso antes e estou apenas lembrando você. Alexander, eu sou normal e você também é normal. E se alguém disse a você, algum dia, que não era, entenda, essa pessoa estava errada _ Magnus falou com calma, mas a seriedade necessária.

Fim de semana na fazenda Onde histórias criam vida. Descubra agora