49 - Novos sentimentos

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_ Dois meninos? Por que não uma menininha, também? _ Alec ergueu os olhos do colo de Magnus, fitando os dele, mais acima. Estavam no sofá do loft.

Haviam chegado da viagem de lua de mel naquela manhã e, depois de um almoço em família, finalmente estavam em casa. Presidente Miau estava sobre o peito do mais novo, recebendo carinhos, satisfeito por ter as mãos grandes do rapaz sobre si. 

_ Não sei...nunca pensei em ter uma filha _ Magnus riu baixinho. _ Não consigo me ver fazendo maria-chiquinhas e explicando questões femininas, que nem eu consigo entender.

Alec sorriu de volta. _ Talvez ela nem goste de ficar com os cabelos presos. Eu, particularmente, acho que isso deve machucar e os deixaria soltos e confortáveis _ divagou. _ Quanto as respostas… eu também não as tenho. Mas acho que se tivermos uma menininha, teremos de ler mais sobre elas.

Magnus acariciou seu rosto e abaixou-se para beijá-lo levemente nos lábios. _ Dois meninos… É bem mais simples _ sussurrou e Alec assentiu. Não era o fim do mundo não ter uma filha, afinal.

***

Quando Magnus viu Madzie pela primeira vez, foi como se o mundo parasse, tudo sumisse ao seu redor e só existissem os dois.

A pequena vinha correndo pela rua, com olhos grandes e assustados, e um cachorro enorme correndo atrás de si. Quando o viu, abriu os bracinhos e Magnus não lembrava em que momento parou de andar e abaixou-se, o suficiente para colhê-la em seus braços e a carregar, empurrando o animal com o pé, quando se aproximou. 

_ Sai para lá, garoto. Você não vai tocar um dente sequer nela _ avisou, em tom firme, fazendo o cão se afastar.

Uma mulher vinha andando o mais rápido que podia, por causa da falta de condicionamento e talvez um pouco de peso, e parou, puxando o ar várias vezes, diante deles.

_ Graças a Deus! Quando ela saiu correndo, eu pensei que não conseguiria alcançar. E o animal a perseguiu...eu não sabia como isso ia acabar _ a mulher, de meia idade, falou.

_ Ela é sua filha?_ Magnus perguntou, ainda mantendo a menina grudada em seu pescoço, sentindo aquele coraçãozinho bater acelerado contra seu corpo, a abraçando protetoramente. Não haveria no mundo quem conseguisse afastá-los.

_ Assistente social…Tânia Bishop, muito prazer, e obrigada… Vim buscar a Madzie...Sua avó faleceu e o avô está doente e vai para um asilo. Ela não tem outros parentes. Vai para adoção… vou levá-la para um abrigo, agora..._ falou, com consternação sincera. 

_ Órfã? _ a voz de Magnus quase sumiu. _ Abrigo? Ela é tão pequena…_ também havia consternação na voz de Magnus e seu coração apertou-se.

_ Não temos outra saída _ a mulher deu de ombros, com um suspiro desanimado e estendeu os braços. _ Vamos mocinha, há uma vida nova esperando você…

Magnus a sentiu apertar o abraço em seu pescoço, antes de ceder e ir para os braços  da assistente social.

_ Ela gostou de você... Se quiser visitar o abrigo… ela ficará no Sant Louis, perto do Brooklin..._ ela falou, percebendo como Magnus havia ficado tocado com as informações sobre a menina. Tânia Bishop já era experiente o suficiente na profissão para saber que laços se formavam de repente. Um sorriso se formou em seus lábios, quando a garotinha acenou para Magnus e mandou um beijo agradecido, antes delas se afastarem, o deixando parado ali por vários minutos, sem saber o que estava sentindo.

***

_ Boa tarde..._ a voz de Alec era calma e educada e a mulher gostou do rosto dele, que tinha um sorriso leve, apesar da ruga de preocupação na testa, que mostrava estar ali por um motivo sério. 

Fim de semana na fazenda Onde histórias criam vida. Descubra agora