13 - Um presente

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A garota era linda. Corpo esbelto e quadris largos, cintura fininha, pernas bem torneadas, em uma calça de couro preto colada, botas de cano alto e salto agulha. Os cabelos longos, quase na cintura, e muito negros, combinando com as sobrancelhas bem desenhadas. Nos lábios, um batom vermelho e um sorriso meio de lado, igual ao que Alec costumava dar, sem perceber, quando via algo que o agradava. Isabelle não fez questão de disfarçar que o media de cima a baixo, enquanto subia as escadas até o mezanino, onde ficava o camarote de Magnus.

Ele se sentiu nervoso, pela primeira vez preocupado em agradar alguém, em parecer bem. Levou uma das mãos, com vários anéis, aos cabelos penteados para cima e com um pouco de glitter, piscou algumas vezes e abriu mais o sorriso, ao perceber como a garota era branquinha, como o irmão.

_ Isabelle Lightwood… _ cantarolou, quando ficaram frente a frente, fazendo uma mensura. Ela estendeu a mão, como uma dama, e ele a beijou, gostando da textura macia da pele e o tamanho diminuto. _ É um prazer conhecê-la. Sou Magnus Bane e estou completamente rendido ao seu irmão _ foi logo dizendo, o que fez o sorriso de Isabelle aumentar, com a menção a Alec.

_ Difícil é não ficar. Alec é a pessoa mais incrível do mundo… _ ela deixou claro sua adoração pelo irmão. _ E você me parece estar fazendo muito bem a ele _ completou, levando, em seguida, as mãos à cintura, em um gesto altivo. _ Mas, acho que precisamos ter uma conversa séria. Quero saber quais as suas reais intenções com Alec. O meu irmão já penou muito e eu não vou deixar outro cara abusivo se aproveitar dele _ foi direta. 

Magnus respirou aliviado. _ Então pensamos da mesma forma, porque, pelo pouco que já ouvi desse marido 'morto e enterrado, graças a Deus', ele não era a pessoa certa para Alexander, mas eu sou, pode ter certeza _ o empresário opinou, abrindo os braços, para se mostrar, em um blazer floral azul metálico, sem camisa por baixo, mas com vários cordões longos sobre o peito, e uma calça justíssima, de couro preto. _ Sou completamente diferente do sonso do ex.

Isabelle sorriu largo, mais uma vez. _ Finalmente parece que alguém não se deixou levar pela cara de anjinho de Philippe, ou melhor, nem precisou conhecê-lo para  ver como era dissimulado _ revirou os olhos, divertida. _ Meu irmão ainda não enxerga isso, mas, de qualquer maneira, não precisa mais viver como um capacho para aquele idiota. Desde que você surgiu na vida dele, vejo o velho Alec reviver, e ele é muito melhor e mais divertido do que aquele cara apático e enfurnado naquela fazenda, que você conheceu. 

_ Alec tem sido uma grata surpresa na minha vida. A proporção que ficamos mais íntimos, ele parece relaxar e se mostrar mais um pouco… E ele é tão lindo e incrível… _ falou com doçura e sinceridade. 

_ Alec sempre foi doce e cheio de sonhos. Sempre foi alegre e divertido, até ir murchando e se escondendo, para agradar Philippe. Deus me perdoe, mas fiquei aliviada quando ele morreu. Até fiquei pensando se não havia sido uma praga minha _ ela gargalhou, levando Magnus a fazer o mesmo.

_ Isabelle, eu imaginava que iria gostar de você, mas a verdade é que acabo de descobrir que você é tudo o que eu precisava, depois de Alexander, é claro… Quero que se divirta e aproveite a noite. Pensei que traria amigos…

_ Hoje eu não vim para me divertir, embora agora ache que vá, porque você é melhor ainda do que Alec me falou. Mas ele economiza em palavras, ultimamente. Por isso... Meu objetivo, hoje, é apenas conhecer você mais um pouco e saber como conseguiu chegar no meu irmão, que se tornou um serzinho trancado e arredio.

Magnus sorriu e estendeu a mão. _ Acho que temos muito o que conversar então, porque ainda me pergunto como o seu irmão me conquistou tão rápido. Vamos para o sofá, vou pedir uns coquetéis e poderemos relaxar um pouco _ a levou. 

Fim de semana na fazenda Onde histórias criam vida. Descubra agora