27 - Tem certeza?

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_ Magnus..._ Alec segurava sua mão, o pulso estava enfaixado, por uma leve torção, além dos arranhões. O médico já havia estado lá e o examinado mais uma vez. Falou que ele teria hematomas do cinto de segurança e das pancadas, sofridas durante a capotagem, mas não havia nada mais grave. "Ele logo acordará", teria dito.

Mas Alec se sentia extremamente angustiado e nervoso. Por que Magnus não acordava? Já estava ao seu lado há mais de meia-hora, e nada.

Isabelle ficou algum tempo ao seu lado, mas seu corpo estava dolorido e Luke a havia levado para casa, resgatando também o cavalo, exausto pelo passeio forçado. 

_ Tem certeza? 

_ Não se preocupe comigo. Tomei os analgésicos e estou com sono. Só quero deitar e dormir. Fique com ele e não se preocupe com mais nada _ Izzy o tranquilizou, beijou sua testa e saiu dali, escoltada por Luke.

_ Magnus… _ ele chamou, depois de longo silêncio. Beijou os dedos, de unhas coloridas. Seus olhos marejaram. Estava se sentindo frágil diante de um Magnus desacordado. _ Por que você não acorda? _ perguntou baixinho. _ Preciso de você… Você não sabe como tem feito bem para mim, como tem mudado a minha vida..._ sua voz tremia e Alec pouco conseguia enxergar, por causa do acúmulo de lágrimas _ Eu não via nenhuma luz há muito tempo. Muitos anos, muito antes de Philippe morrer eu já havia perdido a esperança… Então você surgiu e iluminou tudo. Você é maravilhoso para mim, é um bálsamo na minha vida, e eu nunca achei que poderia ser feliz, até você chegar. Volte para mim, por favor, porque eu preciso dizer a você o quanto o amo. Magnus, eu amo você…_ suas palavras eram murmúrios, cobertos por lágrimas.

_ Eu… eu também...eu amo você, Alexander..._ a voz do outro surgiu fraca, mas um sorriso leve se formou no rosto machucado, quando ele abriu os olhos puxados

_ Magnus… _ Alec aproximou-se mais do seu rosto, ainda segurando sua mão, as lágrimas escapando dos olhos. 

_ Ei… _ ele deslizou os dedos pelo rosto molhado. _ Não precisa chorar, amor, estou aqui… Vai ficar tudo bem…

_ Meu Deus, Magnus, você quase me matou de susto... eu fiquei com tanto medo…

Magnus ficou mudo, olhando vários minutos para ele, enxugando suas lágrimas, com as pontas dos dedos. _ Você está aqui… _ falou, enfim, sorrindo largo. 

_ Claro que estou… _ Alec franziu o cenho, segurando a mão do outro encostada em seu rosto. _ Sou eu mesmo… não é sonho… nem é céu... estamos no hospital... Você está bem? _ preocupou-se.

Magnus riu. _ Eu sei que não é céu, mas com um anjo lindo desses me olhando, bem que podia ser… Mas o que estou dizendo é que… você saiu da fazenda e está aqui, no hospital, na cidade.

Alec pareceu finalmente perceber o que havia feito e levou a mão à boca, abrindo mais os olhos. 

_ É verdade… _ seu tom foi chocado. 

Magnus moveu-se, querendo se sentar na cama, ao mesmo tempo em que reclamava que o corpo inteiro estava dolorido. 

_ Quando vão me liberar? Quero sair para comemorarmos. Estamos na cidade e temos de aproveitar isso. A propósito, onde está Izzy? Sei que não deve ter acontecido nada grave com ela também, porque você está comigo, mas, onde está a minha cunhadinha?

Alec continuava mudo, a mão cobrindo a boca, os olhos parados. 

_ Alexander… _ Magnus o chamou e ele o fitou. _ Está tudo bem?

_ Eu… _ começou a brincar com os dedos. _ Eu mal me lembro como cheguei aqui. Talvez eu tenha vindo tão desesperado que… Magnus… eu acho que vim a cavalo _ ele olhava para as mãos.

Fim de semana na fazenda Onde histórias criam vida. Descubra agora