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Hugo

– Sabe que o casamento é daqui uma hora, por que veio treinar justo agora?

– E você com essa roupa de corrida, Gregório? Também não está nem um pouco preocupado com essa droga de casamento.

Treinar me ajuda a relaxar e ficar mais calmo, portanto, vim aqui na academia espairecer um pouco e sair do meio da loucura que esse casamento duplo se tornou. Não gosto dessas festas grandiosas, e por mim somente me casava e pronto, o problema é que minha mãe é tradicional demais.

– Não, na verdade estou pensando em Marcele, se hoje ela fosse minha noiva ficaria muito mais animado, não dá para contar para os nossos pais que estou apaixonado pela filha de um traidor, não é?

Desde o aniversário de quinze anos da garota percebi os olhares dele em direção a ela, mas é claro que o bom moço do meu irmão não iria transparecer para nossa família que não queria se casar com alguém para firmar um negócio.

– É. Nossos pais ficariam loucos se soubessem do nosso interesse pelas meninas do traidor. Assim que esse casamento acontecer podemos esperar por alguns meses, irmão, procurá-las, e quem sabe até podem ser nossas amantes.

Infelizmente é isso que temos a oferecer, mas se não fosse por conta desse maldito contrato de casamento e da traição do pai delas com certeza seriam nossas esposas. Mas a vida não é como queremos ou desejamos, lamento não poder estar com Gabrielli agora, ficaria muito mais feliz se ela fosse minha noiva.

– Hugo, não podemos desgraçar a vida delas mais do que já desgraçamos, se descobrirem vão matá-las. Vou guardar o sorriso e a voz doce de Marcele para sempre, mas não vou fazê-la minha amante.

– Já não sou tão altruísta como você, irmão. Vou procurar Gabrielli sim, pois sei que não vai me rejeitar!

De repente vejo Gusmão acompanhado com Vagner, um dos homens que fazia parte do seu batalhão de elite, Gregório e eu não andamos desarmados, por isso apontamos as nossas armas em direção deles observando quais seriam seus próximos movimentos, quando Teodoro apareceu atrás deles soube que algo estava errado.

– Olá, garotos. Espero que estejam ansiosos para se unirem aos Milos, mas antes acredito que devam saber com quem realmente estão lidando.

Teodoro possuía um sorriso vitorioso nos lábios como se soubesse que conseguiu o que tanto queria, ele veio até nós com as mãos levantadas enquanto segurava uma pasta em uma das mãos, jogando na minha direção.

– O que é isso?

– A prova da inocência do Gusmão, parece que suas noivas não são tão doces e delicadas como tia Margarida pensa. Aquelas mulheres foram colocadas aqui no nosso meio para nos prejudicar, semanas antes da assinatura dos contratos e do noivado, aquelas vadias estavam em contato com um hacker para criar vínculos bancários que Gusmão nunca teve, Jorge está com a confissão do homem e se quiserem vocês mesmos podem interrogá-lo, está preso em um galpão fora da cidade. A família Milo está inteira envolvida nisso, aliás as transferências saíram da conta dos nossos desafetos sem eles saberem, estão pensando que Jorge que contratou um hacker por seguir ordens da nossa família.

Meu pai foi enganado, mas o pior é que preferiu confiar no que provas forjadas diziam, não ouvimos Jorge que sempre esteve ao nosso lado. Gregório abaixa sua arma e começa a ler os documentos que Teodoro nos entregou, também começo a ler junto do meu irmão, realmente tudo que está aqui prova a inocência dele.

– Gregório, leve tudo isso ao nosso pai. Temos menos de uma hora para fazer o que tem que ser feito.

Jorge carrega no olhar ódio e rancor, ele tem razão de sentir tudo isso, manchamos a honra da sua família e jogamos sua reputação na lama.

O Engano - A Organização Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora