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Hugo

– Sem festa de noivado e de casamento, sem cerimônia religiosa. Não acredito que só teremos o casamento e pronto, estou tão triste com tudo isso. Meus filhos mereciam uma linda festa para marcar esse momento, essas garotas não serão uma boa aquisição na família.

Minha mãe fez questão de demonstrar seu descontentamento, ainda mais porque queria à festa a todo custo, até tentou conversar com Gabrielli que fez questão de ser categórica em dizer que não queriam festa, estamos indo para o cartório oficializar nosso casamento, mas estou com um pressentimento estranho.

Elas receberam os vestidos que mandamos e até agradeceram, mas o jeito distante como tratam esse casamento de uma semana para cá despertou minha desconfiança, Gregório já estava desconfiado, talvez não seja só uma impressão. Quando chegamos ao cartório elas já estavam lá, não havia convidados, além de Gusmão e Vagner, outro ponto que me causou estranheza.

Nos cumprimentamos com uma certa distância, minha mãe as mediu de cima a baixo como se quisesse humilhá-las só com o olhar, mas Gabrielli e Marcele estavam mais ocupadas em cumprir com sua obrigação com o casamento do que com os olhares da minha mãe. Todo o processo foi rápido, assinamos os papéis terminando com as palavras do juiz para oficializar nossos casamentos.

– Organizei um pequeno jantar para os mais íntimos, assim as outras famílias ficarão cientes da união de nossas famílias, queridas.

Meu pai olhou na direção da minha mãe como se quisesse matá-la, pedimos tanto para não organizar nada, as outras famílias estão nos observando juntamente com Gusmão, meu pai perdeu credibilidade com os outros membros e só não foi destituído pela importância que nossa família tem, mas minha mãe não ouvi ninguém, só sua opinião importa.

Tentei pegar na mão de Gabrielli que se afastou como se tivesse nojo de mim, Gregório tentou fazer o mesmo com Marcele, mas ela somente levantou a mão negando qualquer aproximação. As duas saíram caladas do cartório enquanto Vagner as colocava dentro do carro para levá-las até minha casa junto com o irmão, atendemos ao pedido delas em deixá-las criar o menino, Jorge aceitou, mas a relação dele com seus filhos também parece distante.

– Gusmão, por que suas filhas não foram junto com meus filhos? O que está acontecendo?

– Esqueceu o que seus filhos fizeram? Sua memória é realmente bem fraca Assis, o casamento foi feito, portanto não teremos que manter qualquer contato, mas se souber que seus filhos ou qualquer outro membro da sua família fizeram algo para prejudicar minhas filhas e meu filho terá a restituição de tudo que fez comigo com juros.

Jorge agora vê meu pai como um inimigo, de todos de dentro da família meu pai não poderia ter duvidado dele, mas agora já aconteceu não tem como voltar no tempo. Elas chegaram primeiro que nós, no entanto nos esperaram para entrar, o pequeno Jorge estava no colo de Gabrielli escondendo seu rosto, com certeza o menino se lembra do que houve e tem medo de nós.

– Venham comigo, vou mostrar os quartos de vocês na ala das mulheres, depois vou explicar sobre o jantar íntimo que vamos dar.

Gabrielli e Marcele ficaram caladas sem discutir ou debater com minha mãe, esse conformismo me incomoda, sei que as vagabundas da Milos fingiam suportar a minha mãe para conseguir entrar em nossa casa se fazendo de boas moças, mas com certeza não é o caso das irmãs Gusmão.

Gabrielli

– O seu quarto é ao lado da sua irmã, no pequeno deixei uma cama no quarto de Marcele como me pediram. Ainda acredito que esse menino deve ficar com o pai, é herdeiro da casa Gusmão, e não nosso.

O Engano - A Organização Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora