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Hugo

Pego o porta retrato dela observando seu sorriso, queria ir atrás dela somente para sentir seu perfume novamente. Esse maldito compromisso me impede de ir atrás dela, não me importo com o fato do pai dela ser um traidor, quando posso ficar sem ter que resolver nenhum tipo de problema é nela que estou pensando.

Gabrielli poderia ser muito bem minha amante, por mais questionável que esse tipo de comportamento seja não me importo, contanto que ela fique comigo é o que interessa, por toda a situação que aconteceu tivemos que mudar algumas coisas dentro das cinco famílias, todos são suspeitos até que se prove o contrário, apesar de todos esses problemas no final foi muito bom para mim já que adiaram o maldito casamento, mas agora não tem jeito, vou ter que me casar com Giovanna.

Poderia procurar Gabrielli sem que ninguém soubesse, todas as noites planejo maneiras de escapar daqui para procurá-la, com certeza ela está no território neutro, lá é um verdadeiro lixo onde vivi o pior das 5 cidades.

No entanto, com certeza ela deve estar lá vivendo com a irmã e o irmão pequeno, sei que se oferecer uma quantia generosa de dinheiro poderia muito bem aceitar ser minha amante, ela continua sendo filha do Gusmão, no entanto seria interessante tê-la todas as noites comigo. Não pretendo ser fiel a Giovanna, principalmente porque como eu, ela sabe que o nosso compromisso foi firmado por contrato, não há amor entre nós.

Está cumprindo com a obrigação dela como eu também estou cumprindo com a minha, claro que não quero que ela tenha amantes, mas isso não quer dizer que a ame por isso, mas sim porque para mim como homem não seria interessante uma traição, já que ela é uma mulher provavelmente deve estar ciente de que esse tipo de coisa acontece.

Gusmão não morreu, simplesmente desapareceu, o meu professor de artes marciais com certeza percebeu que tinha alguma coisa errada, Jorge pode até ter sido idiota por ter traído o melhor amigo, mas não é imbecil ao ponto de não perceber que tinha algo errado na missão que foi incumbido.

Fico imaginando Gabrielli sem proteção, seria muito fácil aliciá-la, por isso que já tracei um plano, assim que me casar com Giovana vou procurar Gabrielli. Por mais ofendida que ela possa se sentir, vai aceitar, não por ela, mas pelos irmãos. Gregório entra no meu quarto, e me vê olhando o porta retrato de Gabrielli.

– Hugo, conheço muito bem você! A muito tempo que está fugindo desse casamento, sei que está adorando o fato de que as mudanças e os problemas que temos enfrentado depois do que aconteceu com Gusmão tenha feito o casamento ser adiado tantas vezes, mas é de extrema importância saber que este casamento vai acontecer.

– Sei que esse casamento vai acontecer e não estou dizendo que vou evitá-lo, mas com certeza Gabrielli, a irmã e o pequeno Jorge estão vivendo no território neutro, seria tão fácil ir até lá fazer a proposta. Ela iria aceitar sem pensar muito, sei também que por mais que queira mostrar para o nosso pai que está feliz com esse compromisso com Jacinta, sei muito bem que gostaria muito de fazer a mesma proposta para a garotinha Marcele.

– Querer não é poder, por mais que não tenha esquecido aquela menina, e já a observava algum tempo, mesmo sabendo que ela nunca seria minha. Não posso mais desgraçar a vida dela, já parou para pensar que as duas provavelmente depois desses meses já devem estar se prostituindo? Além disso o que vamos oferecer a elas além de uma quantia generosa em dinheiro e visitas medíocres? Filhos bastardos que nunca vão ter as mesmas oportunidades que os nossos filhos legítimos. Hugo, pare com essa obsessão o quanto antes, vai trazer problemas para você, e não só para você, mas também para aquelas mulheres, deixe que o tempo se encarregue delas, não são problema nosso.

Vou deixar Gabrielli em paz por enquanto depois irei atrás dela, se tiver virado uma puta melhor ainda, posso pagá-la para ter sua cia todas as noites.

– Nossa mãe pediu para buscá-lo, o jantar já está pronto, além disso nossas noivas estão esperando.

Olhar para Giovana é como ver um futuro que não desejo, mas que sou obrigado a aceitar, desço as escadas bem desanimado por dentro já que por fora estou sério, Gregório sorri como o belo sedutor que é, vejo minha mãe conversando com suas futuras noras com alegria, já deve ter percebido que não representam perigo algum na sua soberania feminina.

Me sento ao lado de Giovana enquanto meu irmão fica ao lado de Jacinta, o jantar é servido em meio a conversas sobre o casamento, a celebração será junta para poupar tempo e ser mais fácil para nossa proteção. Faço minha refeição em silêncio sem fazer nenhum esforço para participar dessa conversa fútil, meu pai olha para mim percebendo meu desinteresse como também minha mãe e irmão.

– Perfeito! Espero vocês para mostrar os arranjos que escolhi, são lindos e tenho certeza que vão gostar.

Mesmo que elas não gostassem, seria do jeito da minha mãe, ela não aceitaria opiniões diferentes da dela ou escolhas que não fossem compatíveis com seus desejos. Margarida Assis é assim, carrega o nome de uma flor, mas de delicada não tem nada.

– Até amanhã.

Elas se despediram sem muito contato físico comigo e meu irmão como é esperado delas, seguindo o jeito recatado que minha mãe muito aprecia. Jacinta e Giovana parecem dois robôs seguindo ordens sem discussão, quando o carro delas sai dos portões da minha casa sou o primeiro a voltar para dentro, mas para minha infelicidade a senhora Assis tinha outros planos.

– Venha conversar comigo, Hugo.

Subimos rumo a ala das mulheres, o lugar antes ocupado pela minha avó e minha mãe e que agora somente minha mãe vivi, já que a alguns anos minha avó faleceu. Esse lugar foi reservado exclusivamente para as mulheres e crianças da família Assis quando essa mansão foi construída a mais de 100 anos. O lugar foi feito para os filhos e esposas dos homens da família Assis, mas como meu tio morreu junto com minha tia não há outras mulheres aqui.

– Tem algo de errado com você, Hugo? Precisa tentar ser pelo menos mais simpático com Giovana, uma moça tão linda, e parece estar encantada por você.

– Mãe, me chamou por isso? O seu casamento foi um contrato entre a família Assis e a Rossio, se me lembro bem. Portanto não tenho que ser simpático ou algo diferente do que já sou, ela será minha esposa e mãe dos meus filhos, isso é o bastante. Com sua licença, agora vou descansar.

Saí sem dar oportunidade para ela falar mais alguma bobagem, volto para o meu quarto indo direto no porta retrato escondido no meu pequeno santuário atrás do meu closet, guardo tudo referente a ela. Fotos da sua infância e adolescência junto com a foto mais recente no seu porta retrato. Sorrio só de imaginá-la, assim que me casar com Giovana irei atrás dela, sei que com a proposta certa vai aceitar ser minha amante.

 

 

 

O Engano - A Organização Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora