5. RÁPIDO. Cabrões

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—Puta merda!— escutei alguns dos meus colegas de time falarem e franzi meu cenho ao colocar os pesos de 40 kg cada lado que eu antes carregava.

Um a um eles saíram do ginásio, eufóricos e a cochichar igual um bando de mulheres fofoqueiras.

Pensei em voltar a me deitar e continuar o treino, mas a curiosidade foi mais forte que eu. Os segui.

No ginásio estavam todos sentados na arquibancada a olhar fixamente para algo que eu precisei chegar mais perto para ver.

—Puta merda!— não deu para segurar o palavrão que simplesmente escorregou da minha boca.

Fiquei alguns segundos, perplexo, mas logo pisquei e voltei a mim.

—Vão aquecer, bando de filha da puta.— falei alto, autoritário, para meus colegas de time e minha voz chamou a atenção da rapariga que se desceu das barras e olhou confusa para trás.— RÁPIDO.  cabrões.— voltei a mandar quando nenhum deles se mexeu.

Todos reclamaram, mas obedeceram.

Quando só estávamos nós na quadra, a menina de cabelos pretos me olhou com o cenho franzido e eu me aproximei dela.

—Eles estavam a assistir-me?— perguntou ainda confusa e eu assenti.

—Não dá pra treinar com algo mais cumprido e menos colado?— tentei olhar só em seus olhos, mas suas tetas grandes chamavam por mim.

—Vocês são pervertidos e a culpa é da minha roupa de treino?— cruzou os braços abaixo dos seios tornando mais difícil não olhá-los e eu engoli seco.

—Não foi o que eu disse.— não queria parecer um escroto.

—Mas foi o que eu percebi, vão se fuder vocês todos!

—É assim que me agradece por vir aqui mandar eles embora?— perguntei irritado.

Kate não me respondeu, apenas voltou para o meio das duas barras e se preparou para ficar de pernas para o ar.

Neguei com a cabeça quando ela me encarou e andei até a porta, mas não fui embora.

A vi erguer seu corpo bonito em um movimento e lentamente afastar suas pernas uma da outra, no ar, ficando como estava antes.

—Foda-se!— respirei fundo e decidi que estava na hora de voltar para o aquecimento.

Meus colegas não estavam no ginásio, tinham ido para o campo de futebol para correr e eu os segui.

Uma carta para o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora