A primeira coisa diferente de "feliz aniversário Wayne" que eu ouvi na segunda feira, foi algo sobre o director ter expulso o Hemmet por usar e vender drogas. Suspirei e o segui até sua sala.
—Senta!— mandou e eu obedeci, o diretor Carter parecia feliz, naquela manha em particular.— Falei com o Maurice!— sorriu com seus dentes falsos.— Já autorizei sua volta à equipa por essa semana!— avisou e eu assenti.— Gostou do presente?
—Gostei!— só porque era um Mercedes-Benz.
—Que bom!— sorriu mais.
—Já posso ir? Estou atrasado.
—Sim, claro!— autorizou e eu me levantei e saí sem dizer mais nada.
Quando cheguei a sala de aulas, uma morena sorriu para mim e eu sorri de volta.
—Soube que vai voltar para a equipa!— disse contente e me sentei.
—Eh!— respondi pouco entusiasmado.
—Não está feliz?— perguntou com a testa dobrada e eu forcei um sorriso.
—Claro, só estou um pouco cansado!
—Tudo bem!— beijou meus lábios.
Sem que eu me desse conta, meu pé balançava freneticamente enquanto a caneta esferográfica batia contra a secretária vezes sem conta.
Senti Kate olhar para mim, mas mantive meu olhar ficado no homem que explicava qualquer coisa que eu não conseguia ouvir.
Sua mão segurou a minha, me forçando a parar de castigar a esferográfica e eu respirei fundo, tentei parar de balançar meu pé, mas não deu certo.
Eu estraguei tudo. Sempre estragava.
Minha mão tremeu por baixo da dela e eu me levantei sem aviso e sem me justificar, saí da sala.
Corri um pouco pelos corredores, mas precisei parar quando meu peito apertou e o ar faltou.
Me sentei contra a parede e fechei meus olhos, fiz alto e tentei respirar enquanto sentia que a qualquer momento meu coração explodiria de tão rápido e forte que o mesmo batia.
—Ei!— alguém tentou me tocar e eu me assustei antes de abrir meus olhos e ver duas esferas azuis e gentis.— Tá tudo bem.— uma rapariga de cabelos longos e loiros afirmou com um sorriso nos lábios.
Pisquei meus olhos por alguns instantes. Ela me lembrava a Dione. Provavelmente tinham a mesma idade.
Fiz que não com sua cabeça, depois de alguns minutos e a loira suspirou.
—Amor!— a voz da morena que tinha olhos verde-água chegou a meus ouvidos e eu me levantei rapidamente para receber seu abraço.— O que foi?— perguntou preocupada e eu olhei em volta, buscando pela loira de olhos azuis mas não a achei.
—Tá tudo bem, desculpa por te assustar!— pedi e Kate suspirou profundamente.
—Tá tudo bem, em não estar bem Wayne. Não precisa ser forte o tempo todo!— disse calma e eu engoli seco.
Falar sobre as coisas que eu sentia. O que se passava na minha cabeça, era uma coisa que eu fazia muito raramente. Quase nunca.
Era difícil explicar algo que nem eu entendia.
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Uma carta para o destino
Ficção AdolescenteQuerido Destino, o amor e o ódio, não têm muita diferença quando comparados à água e ao fogo. Ambos, quatro, têm o poder de consumir tudo à nossa volta quando mal usados. É complicado saber quando se está a ultrapassar a linha limite, mas sempre sab...