Sábado é o único dia que eu não tenho como estar na quadra, já que, meus colegas de time se recusaram a ir treinar aos sábados e o treinador disse que eu não poderia obrigá-los.
Desci as escadas a correr e coloquei o fone de ouvido mas antes que eu pudesse ligar a música, Daniella chamou meu nome.
A olhei com a testa franzida e segurei a bola de basquete com o braço.
—Bom dia!— ela sorriu um pouco e eu devolvi o gesto mas sem mostrar meus dentes, apenas puxei o canto dos lábios.— Eu sei que hoje é seu dia de só treino, mas,
—Fala logo.— mandei impaciente e ela respirou fundo.
—É que o carro do pai da Kate tá estragado e ela não tem como ir para a competição e então nós pensamos que,
—Não.— respondi sem que ela precisasse concluir a frase e me virei para ir embora.
—Seven por favor, se tivesse outra forma de chegar lá, acredita que não íamos pedir-te!— insistiu.
A olhei de novo e suspirei. Ela tinha razão. Eu com certeza era o último na lista das pessoas que Kate Connor pediria ajuda.
—Deixa eu me trocar!— cedi e vi a morena comemorar alegre e depois levar o celular até a orelha.
—Ele aceitou!— informou e mais uma vez revirei meus olhos.
Subi as escadas e entrei em meu quarto, onde troquei meu fato de treino por um moletom e uma calça cargo, bege, e calcei um par de air jordan.
Quando voltei a sair do meu quarto, meu quarto encontrei duas morenas sentadas no sofá.
—Já estamos atrasados Wayne, vamos logo!— a de olhos verde-água disse, com uma mala de treino no ombro.
—Porquê a pressa se vai perder.— ri dela e andei até a porta.
—Vai te fuder, eu não vou perder.— retrucou zangada e eu ri.
—Se vencer, eu te dou aulas de como espancar uma pessoa, sem pedir nada em troca!— prometi, eu sabia que ela venceria, ela era incrível, só não podia dizer isso diretamente.
—Combinado!— sorriu animada, enquanto entravamos no carro.
...
—PRIMEIRO LUGAR CABRÃO!— a morena gritou, sem se importar de estarmos em público e eu ri, batendo um pouco as palmas.
—Claro né, mas só porque as outras eram péssimas.— menti.
—Teu cu.— retrucou e eu revirei meus olhos com um sorriso na cara.
—Eu sabia que ia vencer amiga!— quando a outra morena voltou da casa de banho as duas se abraçaram e gritaram como se ninguém estivesse a ouvir.
Fiz carreta e agradeci mentalmente ao senhor que chamou a Kate para ir tirar fotos.
Por um motivo qualquer, peguei meu celular e tirei uma foto dela em pé no pódio entre as meninas que tinham ganho o segundo e terceiro lugares.
A morena quase não conseguia esconder sua felicidade e eu também estava feliz porque agora ela não precisava mais usar nosso tempo para treinar, o que era óptimo.
—Quando começamos?— perguntou alegre quando estávamos no meu carro.
Teve uma pequena festa depois da entrega de prémios então quando voltamos para casa, já era de noite.
—Segunda feira, depois do meu treino de basquete.— respondi e ela assentiu.
Isso vai ser divertido. Sorri sozinho.
—Obrigada pelos seus serviços se não tiver futuro no basquete, posso te contratar como meu motorista!— disse antes de descer na porta de sua casa e eu lhe mostrei meu dedo do meio.— Tchau Wayne!
—Tchau Connor!
—Vocês ficam bem juntos!— Daniella disse de repente e eu franzi meu cenho, a olhando pelo retrovisor.
—O que isso quer dizer?— franzi mais meu cenho e a vi morder o lábio inferior com força.— Fala, ou vai a pé para casa.— parei o carro.
A morena ergueu suas duas sobrancelhas e se preparou para descer, mas eu traquei as portas do carro.
Ela era esperta, sabia que da casa da melhor amiga, para a nossa, não era distante.
—Ela tem crush por ti!— soltou e eu ri alto.
—A Connor?— não tinha como aquilo ser possível.
—Eh, o carro do pai dela não está estragado ela só queria te ver no torneio dela, mas por favor não fala que eu falei senão ela me mata!— disse e eu ri mais.
Ainda me parecia impossível a Katelyn Connor gostar de mim. Eu nem sabia que ela tinha a capacidade de gostar das pessoas.
Quando estacionei o carro na garagem nós dois descemos e eu fui direto para meu quarto.
O dia ainda não tinha acabado. Precisava treinar.
Troquei de roupa e me alonguei antes de subir para a esteira.
A Connor apaixonada por mim era uma coisa que nem eu meus dias mais criativos eu conseguiria imaginar.
Isso ia ser, muito, divertido.
Escutei a porta do meu quarto ser fechada quando estava a carregar pessoas de 50 kg de cada lado.
Franzi meu cenho e os coloquei no lugar. Respirei fundo e estiquei minhas costas ao me levantar para ir ver quem era o ser humano que aparentemente não sabia bater na porta.
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Uma carta para o destino
Fiksi RemajaQuerido Destino, o amor e o ódio, não têm muita diferença quando comparados à água e ao fogo. Ambos, quatro, têm o poder de consumir tudo à nossa volta quando mal usados. É complicado saber quando se está a ultrapassar a linha limite, mas sempre sab...