Prólogo

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Querido Destino, o amor e o ódio, não têm muita diferença quando comparados à água e ao fogo.

Ambos, quatro, têm o poder de consumir tudo à nossa volta quando mal usados. É complicado saber quando se está a ultrapassar a linha limite, mas sempre sabemos, embora muita das vezes ignoremos.

Por vezes o ódio tem a capacidade de extinguir o amor, de tal maneira que se torna difícil de acreditar que ele alguma vez existiu, tal igual a água faz com o fogo, porém mais poderoso que tudo, é o fogo, quando não controlado.

Eu tinha apenas dez anos quando me dei conta do imenso poder que o fogo possuía, eu sem querer, abusei desse poder, e sem nem me dar conta, cruzei a linha limite.

Não foi intencional, claramente, mas intencionalmente ou não, a água não chegou a tempo para extinguir o fogo, que como supracitado, consumiu tudo aquilo que havia a minha volta.

Foi tudo tão rápido que nem mesmo deu tempo para que o pequeno rapaz que um dia fui, gritasse. As chamas engoliram tudo em uma questão de segundos e por pouco não me levaram junto.

Perdi tudo quanto amava. Literalmente.

E na mesma rapidez que o fogo se expandiu. O amor morreu. E tudo que eu passei a conhecer dali em diante, foi bem diferente.

Me odeie se quiser, me ame se puder e me perdoe se algum dia, em uma outra vida, comigo cruzar. Destino.

Uma carta para o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora