Convenci a mim mesmo de que a loira só podia ser uma miragem, porque depois do dia do jogo, nunca mais a vi.
Saí da empresa do meu pai e entrei em meu carro. Estudar direito não era assim tão mau. Principalmente quando eu e meu pai tínhamos feito um acordo de que eu poderia continuar na equipa da escola se nunca faltasse às aulas do curso.
O sonho tinha morrido. Aceitei que era impossível, além disso, já tinha decepcionado minha mãe o suficiente, precisava tentar orgulhar meu pai agora, era o mínimo que eu poderia fazer.
Ele estava feliz, e tratava melhor a Stacey, fiquei feliz por isso.
Ela, a loira, tinha me dito que estava tudo bem e por incrível que parecesse tudo realmente estava bem.
Estacionei na garagem de casa e desci.
—Boa noite menino!— Anabela me cumprimentou bem humorada e eu sorri.— Com fome?
—Sim, Bela!— me sentei num dos bancos altos e a olhei me servir.— Obrigado!— recebi o prato.
—Boa noite senhor advogado comilão!— Daniella me cumprimentou e eu a olhei com a boca cheia o que fez a morena rir.— A Kate te ligou!— franziu um pouco o cenho e eu imitei sei gesto.
—Nem vi, o que ela queria?— perguntei calmo.
—Não sei, talvez falar com o namorado dela que anda sumido?— falou com sarcasmo e eu revirei meus olhos.
—Sabe que eu ando acupado com os treinos e o young lawyer e tudo mais.
—Eh eu sei, mas ela ta com saudades tuas! Liga para ela.
—Farei isso depois do banho okay?
—Okay!— concordou, pegou água e saiu da cozinha.
—Deixa que eu lavo!— Anabela apareceu a minha frente quando eu ia lavar meu prato.
—Já tá tarde, vai descansar Bela, eu lavo!
—Não, menino e não insista! Me dá!— pegou o prato de mim e me empurou para fora da cozinha.
Revirei os olhos e passei pela sala, subi as escadas e entrei no meu quarto.
A primeira coisa que fiz foi tirar o moletom e o colocar no cesto de roupas sujas, me assustei quando voltei ao quarto e vi algo que antes não tinha notado.
Um ser humano.
Sentado em minha cama.
Me encarando.
—O que quer?— perguntei com o cenho franzido e Stacey me olhou.
Ela se levantou, e andou até mim, logo estendeu algo em minha direção.
Um teste.
De gravidez.
Que deu positivo.
Engoli seco e olhei em seus olhos esmeralda. Tudo que eu vi lá foi medo. Ela estava com medo. Estava escrito em sua testa e em toda sua expressão facial.
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Uma carta para o destino
Teen FictionQuerido Destino, o amor e o ódio, não têm muita diferença quando comparados à água e ao fogo. Ambos, quatro, têm o poder de consumir tudo à nossa volta quando mal usados. É complicado saber quando se está a ultrapassar a linha limite, mas sempre sab...