17. Senta pra mim!

11 7 0
                                    

—Calma, o que foi?— perguntou depois de eu dar uma sequência de socos que quase a derrubou.

Eu estava estressado a nível que nem o boxe e nem o basquete conseguiam mais me acalmar e isso era um nível de estresse que eu nunca tinha atingido.

—Desculpa, eu só...!— suspirei sem conseguir parar de falar e a morena que antes segurava o saco de pancadas, chegou mais perto de mim.

—Tem haver com o Hemmet?— questionou.

A notícia de que eu e o ruivo tínhamos nos distanciado corria pelos corredores igual água no riu.

Alguns garotos até tiveram a coragem de apresentar uma candidatura para serem meus novos melhores amigos, com direito a carta formal e tudo.

As pessoas daquela escola eram estranhas.

—Não.— respondi. Não era totalmente mentira. Não tinha só haver com o Hemmet.

—Pode me contar, Wayne, somos amigos, eu quero ajudar.— declarou e eu ri sem humor.

—Quer ajudar? Senta pra mim!— me deitei por baixo dos pesos e prendi minha respiração antes de pegar neles.

Já tinha contado quatro levantamos quando a morena baixinha se sentou em meu colo.

Franzi meu cenho e coloquei os pesos no lugar.

Era brincadeira, mas eu claramente não ia recusar.

Kate pareceu timida quando segurei sua cintura e puxei seu corpo mais para mim.

—Primeiro me conta!— se afastou quando eu ia beijar seus lábios.

Respirei fundo e revirei meus olhos.

—O que quer que eu diga Kate?— voltei a me deitar, e a pegar os pesos, eu realmente odiava falar de sentimentos.

—Porquê tá assim? Pode não parecer, mas eu me preocupo, como me preocupei no dia que passou mal na escola.— disse com as mãos encima do meu moletom, para não cair.

—Eu só estou cansado!— coloquei os pesos no lugar e a olhei.— Vai sentar para mim agora?— perguntei direto e a morena sorriu.

—Não!— disse e saiu do meu colo.— Não sou do tipo que dá antes do primeiro encontro!— pegou o bebedor e o virou na boca.

Ri, divertido com a situação e me levantei. Eu bem sabia que aquele era só um jeito de a rapariga apaixonada por mim conseguir um encontro.

—Quer sair comigo, Katelyn?!— perguntei perto dela e a vi conter um sorriso e dar outro gole de água.

—Depende, para onde vai me levar?— se fez de difícil e eu sorri.

—Para minha cama!— falei sério e a morena se engasgou com a própria saliva.

—Melhor eu escolher o lugar!— disse depois de coçar a garganta e eu ri um pouco.

—Certo. Amanhã, depois do meu treino?— propus. Tinha muita coisa a acontecer ao mesmo tempo, meu cérebro precisava de uma distração.

—Combinado.

Katelyn Connor seria a distração perfeita.

Uma carta para o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora