29. Confio em ti!

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—Não vai descer esse ano também? Elas devem sentir sua falta!— a voz da menina de cabelos pretos me fez respirar fundo e fechar meus olhos.

—Elas me odeiam. Eu as matei, não tenho o direito de visitar suas campas!— soltei e Daniella suspirou antes de descer do carro.

Estavam todos lá, até Stacey.

Mas eu não queria. Não devia. Não merecia.

Meu celular tilintou e eu suspirei com a mensagem da Kate. Ela estava pronta.

Suspirei profundamente e liguei o carro, indo direto para casa dela.

—Seria muito mau se eu não aparecesse na minha festa de aniversário?— perguntei assim que a morena entrou no GLE63S que tinha recebido do meu avô como presente de aniversário.

—Amor?!— olhou para mim como se quisesse fazer uma pergunta e eu senti que não ia gostar dessa pergunta.— Está tudo bem? De verdade?— não gostei.

Não queria mentir para ela.

—Gostou do carro novo? Foi presente do vovô!— tentei sorrir, mas não deu muito certo.

—Okay então!— cruzou os braços e olhou para o lado.

Suspirei e dei partida. O silêncio que fazia dentro do carro era ensurdecedor e eu não aguentava mais.

Conectei o painel com meu novo celular e o estendi na direção da morena que me encarou com o cenho franzido.

—Para escolher uma música!— expliquei e a vi negar com a cabeça antes de voltar a virar o rosto para o vidro.

Respirei fundo e eu mesmo escolhi a música.

—"I can't lose when I'm with you"— comecei a cantar e a morena me olhou com um sorriso contido nos lábios.

Ela tinha dito que era ridículo eu escutar só as músicas da Billie Eilish e me forçou a expandir minha Playlist.

—"How can I snooze and miss the moment?"— continuei, a olhando e ela finalmente sorriu.—"You just too important
Nobody do body like you do"

—Eu te amo!— escutei as palavras mas não processei o significado, pisquei meus olhos algumas vezes e diante do meu silêncio Kate beijou meus lábios e riu da minha cara de parvo e cantou alto a música que eu tinha esquecido toda letra.

Quando estacionei meu carro, Kate olhou pela janela e franziu o cenho.

—Não é a empresa do seu pai!— informou e eu sorri. Era facil sorrir quando eu estava com ela.

—E eu não sei?— desci do carro e abri a porta para a rapariga que ainda não tinha entendido o que fazíamos na casa de praia da minha família.

Antes de descer Katelyn pegou a sacola bonita que provavelmente tinha meu presente e segurou minha mão.

—Eu amo a praia!— ela sorriu e eu sorri de volta.

—Eu sei que sim.

Andámos para dentro da casa com teto de vidro e eu despensei o empregado que costumava cuidar do lugar.

—E a festa?— a morena vestida de azul mar perguntou parada no meio da sala e eu dei de ombros ao puxar a gravata que tanto me irritava para fora do meu pescoço.

—Que se lixe a festa!— desliguei meu celular e Kate fez o mesmo com o dela, depois de tirar os saltos altos dos pés.

—Teu pai vai te matar!— riu alto e veio até mim.

Eu sabia que sim, mas dei de ombros e juntos subimos as escadas.

Assim que chegamos ao meu quarto Kate sorriu e fechou a porta que eu tinha deixado aberta.

Me sentei na cama e peguei o controlo da tv, mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, uma morena baixinha o tomou de minhas mãos e subir na cama para se sentar em meu colo.

Kate beijou meus lábios e eu segurei seu pescoço para morder seu lábio de baixo.

—Quer ver seu presente?— perguntou baixo e eu assenti, pouco curioso.

A morena sorriu com seus olhos cor de água e desceu do meu colo animada.

Me deu um beijo rápido e saiu do quarto.

Respirei fundo e tirei o palito, o jogando na direção da poltrona, mas o tecido preto não chegou lá. Revirei meus olhos e me mantive sentado. sem qualquer intenção de me levantar para o pegar do chão.

A porta foi aberta e eu não olhei quem era. Eu não me importava muito com presentes. Senti seu cheiro. Seu perfume parecia estar mais forte que antes.

—Tá com fome? Podemos mandar trazer algo ou,— minha fala foi completamente cortada pela visão de uma morena linda pro caralho, de pé contra a porta fechada, vestida apenas de um conjunto de roupa íntima, preta.

Engoli seco e me levantei.

Observei por instantes a rapariga fodidamente gata que eu namorava. Ela era linda de mais.

Ergui uma de minhas sobrancelhas ao ver seu rosto vermelho e um sorriso tímido em seus lábios.

Sorri e toquei com o dedo indicador a letra "K" em prata que ela sempre carregava no pescoço.

Olhei em seus olhos. Seus olhos verde-água e brilhavam tanto quanto seu sorriso.

Segurei a lateral de seu rosto e depositei um selinho demorado em seus lábios pintados por um gloss grudento e brilhante.

Ela sorriu, antes de levar seus dedos até aos botões da minha camisa social preta.

Suas mãos tremiam e sua respiração estava ofegante antes mesmo de eu fazer qualquer coisa. Isso me fez sorrir.

A ajudei a tirar a camisa do meu corpo e respirei fundo quando a morena olhou minha cicatriz. Ela me olhou e eu sorri de novo. Segurei sua mão antes de fechar meus olhos e levar seus dedos até minha pele.

Um calafrio subiu por minha espinha quando Kate acariciou minha cicatriz. A observando com cautela.

—Eu confio em ti!— olhei em seus olhos e ela sorriu.

—Também te amo!— me beijou e eu ri.

Em um movimento a fiz subir para meu colo e ela teve que entrelaçar os pés atrás de mim para se sentir mais segura.

Beijei seu pescoço, enquanto baixava devagar a alça de seu sutiã bonito e senti sua mao em meu ombro, ela estava nervosa. Gostei de ver a Kate nervosa.

A morena me aranhou um pouco quando desci meus lábios para a parte exposta dos seus seios.

A levei para a cama e deitei suas costas nos lençóis brancos, ela me olhou e sorriu, timidamente.

Franzi a testa quando o som do motor de algum carro chegou a meus ouvidos.

Kate também percebeu.

Revirei meus olhos e desci da cama.

—Volto já!— avisei e saí do quarto, sem nem me dar ao trabalho de colocar a camisa.

Assim que desci o último degrau da escada e abri a porta, um soco foi deferido contra o canto da minha boca e eu torci o nariz em uma careta de dor.

Meu pai me empurrou para dentro de casa e me olhou, furioso.

—Você é uma criança egoísta e ingrata, filho de uma puta!— cuspiu as palavras.— Quer jogar basquete? Força não vou mais tentar te impedir de se fuder e fuder com seu futuro!— acrescentou e saiu.

—Foda-se!— resmunguei ao ver o sangue nos dedos que levei até meu lábio que ardia.

—Amor, o que houve?— perguntou ao descer rápido a escada e eu neguei com a cabeça.

Senti vontade de sorrir a ver a morena vestida pela minha camisa de mangas cumpridas preta.

—Eu estou bem!— respondi antes de ela pegar meu rosto e me olhar preocupada.

—Era teu pai?

—Sim, ele veio me desejar feliz aniversário!— brinquei e ri sem humor.

—Vamos.— revirou os olhos.— Temos que passar gelo e desinfectar esse lábio.

Me puxou até a cozinha e eu suspirei.

Uma carta para o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora