23. Não desperdice seu futuro!

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—Não me disse que teu aniversário era nesse mês!— Kate beijou meus lábios antes de se sentar en meu colo e eu sorri fracamente.

—Não é importante, quem te contou?— perguntei. Não podia ter sido a Daniella, ela nunca faria isso.

—Não é importante!— pegou uma das batatas que estavam no meu prato e me deu à boca.

Revirei meus olhos e ela riu, com a cabeça apoiada no punho.

—Por favor não organiza nada!— pedi, mas antes que minha namorada pudesse fingir que não tinha uma festa surpresa em mente, alguém chamou meu nome.

—Podemos conversar?— perguntou. Levei algum tempo apenas o encarando e depois que Kate saiu do meu colo, me levantei.

—O que foi?— questionei ao ruivo que eu não via tinha algum tempo.

Ele desistiu da equipa de basquete e procurava me evitar o máximo possível pelos corredores e nas aulas.

Não era difícil, não tínhamos assim tantas aulas em comum.

E eu quase não sentia mais falta dele.

—Eu preciso de ajuda!— segredou, como se fosse um segredo de estado.

O olhei. Hemmet estava péssimo. Seus cabelos ruivos que costumavam ser bonitos, estavam mal cuidados, sua cara tinha olheiras escuras e os olhos estavam cansados, sua pele gritava por socorro.

Eu tinha falado com a Annecy uma vez, eles terminaram.

—Isso é evidente, mas não sou eu quem vai te ajudar!— cruzei meus braços e me preparei para ir embora, mas ele não deixou.

—Sua namoradinha sabe que matou sua mãe é sua irmã?— perguntou de repente me minha única reação foi arregalar um pouco os olhos e piscar algumas vezes. Forçando meu cérebro a processar o que ele tinha dito.— É incrível o que pode fazer e descobrir com a Internet hoje em dia!— sorriu.

Eu não soube o que deveria fazer ao certo, mas eu sabia o que queria fazer, então o segurei pela gola da camisa de uniforme e apertei um pouco seu pescoço.

Aquele maluco riu da minha cara, o que só serviu para me irritar mais.

—Wayne Carter!— para minha sala. Alguém disse atrás de mim. Eu conhecia aquela voz. Eu conhecia aquela frase e aquele tom.

Suspirei e antes de ir até ao diretor, deferi um soco contra a cara do rapaz ruivo que consequentemente caiu ao chão, senti vontade de continuar, mas o homem velho me olhou furioso, então o segui.

—Senta, Wayne!— o velho mandou e eu obedeci.

Joe Carter vestia um terno cinzento, e tinha os cabelos pretos invadidos por fios brancos, lambido para trás. Ele se sentou do outro lado da secretária e apoiou as duas mãos juntas, perto de alguns amontoados de papel.

—Sei que teu aniversário está perto...— o velho começou e suspirou. Não mudei minha expressão neutra e continuei calado.— Eu ainda lembro de como a sua mãe era obcecada por te tornar uma estrela do basquete, mas, ela está morta, precisa seguir enfrente.— tal pai, tal filho. Era uma expressão muito boa para se usar naquela situação.

Sim, tal pai, tal filho. Infelizmente para eles, não se aplicava ao filho do Joe e a mim.

—Era só isso? Diretor!— perguntei com vontade de sair dali.

—É o único neto que me restou, não desperdice seu futuro!

—Okay.— me levantei e saí da sala sem dizer mais nada além disso.

Uma carta para o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora