20. É obcecada por mim.

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—Divirtam-se!— Daniella acenou para nós e sua melhor amiga acenou de volta.

Meu dia tinha começado, uma merda, mas graças a morena de olhos verde-água, tinha se tornado bem melhor.

Gostei daquilo. Da sensação estranha que sua risada me causou. Era bom sentir algo diferente de raiva só para variar.

—Me deixa dirigir!— disse quando ainda estávamos parados em frente à minha casa e eu franzi meu cenho.

—Sabe dirigir?— questionei. Eu não ia entregar a preciosidade que era meu Mercedes-Benz CG3 a qualquer um.

—Claro que eu sei, meu pai me ensinou, desce!— mandou e mesmo hesitate, eu obedeci.

Antes de entrar encarei meu veículo, era totalmente preto, até o parabrisas era fumé, eu amava aquele carro mais que tudo.

—Por favor não risca meu bebé!— pedi quando nos cruzamos e a morena revirou seus olhos.

Suspirei um pedido de desculpas antecipado para meu bebé e entrei no lugar do passageiro.

Desde os 15 anos que eu tinha aquele carro e eu nunca. Nunca. Nunca, tinha deixado outra pessoa dirigí-lo.

Era bom que ela soubesse o que estava fazendo porque se riscasse meu carro, eu venderia seus órgãos para pagar o estrago.

—Deixa de drama, eu sou uma óptima condutora!— garantiu quando notou meu olhar preocupado em sua pessoa e sorriu. Eu não estava convencido.— Mas coloca o cinto, por precaução.— olhou para frente e eu respirei fundo antes de obedecer.

—Onde vai me levar?— eu nunca tinha tido um primeiro encontro então, não fazia nem ideia do que esperar.

—A um restaurante bem caro e já aviso que não trouxe minha carteira!— sorriu para mim e deu partida.

Ri baixo. Aquela era um lado da Katelyn que eu nunca tinha parado para olhar. Ela era divertida, sua companhia era agradável.

Kate mexeu algo no meu painel e depois em seu celular, tudo isso sob meu olhar atento, mas a morena não pareceu se importar se eu me incomodava ou não.

Depois de algums instantes, uma melodia que eu desconhecia ecoou pelas colunas do meu carro e eu franzi meu cenho quando a morena começou a cantar.

—"Yeah, bitch, I said what I said
I'd rather be famous instead
I let all that get to my head
I don't care, I paint the town red"!

A encarei e a rapariga riu envergonhada.

Kate se calou, mas eu conseguia ver a rapariga a morder a parte de dentro de sua boca.

—"Yeah, said my happiness is all of your misery
I put good dick all in my kidneys
This Margiel' don't come with no jealousy
My illness don't come with no remedy
I am so much fun without Hennessy
They just want my love and my energy
You can't talk no shit without penalties
Bitch, I'm in yo' shit if you send for me"— não conseguiu se segurar e cantou mais alto do que cantava antes. Ri um pouco mas ela não parou.— "I'm going to glow up one more time
Trust me, I have magical foresight
You gon' see me sleepin' in courtside
You gon' see me eatin' ten more times
Ugh, you can't take that bitch nowhere
Ugh, I look better with no hair
Ugh, ain't no sign I can't smoke here
Ugh, yeah, gimme the chance and I'll go there
Yeah, bitch, I said what I said
I'd rather be famous instead
I let all that get to my head
I don't care, I paint the town red"

—Essa música é meio sinistra!— comentei depois que ela deu seu pequeno show e ela riu.

—Eu sei, mas sou muito viciada!

—Deu pra ver!— sorri.

As outras músicas que tocaram, foram bem aleatórias e a morena cantou todas.

Eu não entendia pessoas que não tinham um gosto musical específico, era estranho, mas Kate fazia ser divertido.

As vezes ela soltava o volante para bater palmas, o que me deixava apavorado, mas logo 9 segurava e ria alto da minha cara.

Ela estacionou em frente à um parque bonito e eu franzi meu cenho quando ela desceu.

—Vamos!— segurou minha mão, entusiasmada e eu a segui sem entender.— Como esse é seu primeiro, primeiro encontro, eu pensei em fazermos algo mais legal que jantar em um restaurante caro!— explicou enquanto andávamos e eu ri um pouco.

—Como sabe que é meu primeiro, primeiro encontro?— perguntei depois de encarar nossas mãos dadas, por algum tempo.

—Fiz meu dever de casa!— deu de ombros e eu sorri.

—Ou, é obcecada por mim!— brinquei.

—Vem, é ali!— apontou para uma food track e me puxou até lá.

Ri, por ela não ter desmentido minha brincadeira.

—Senta!— mandou e eu obedeci, me sentando em uma mesa de piqueniques enquanto ela ia pedir algo para comermos.

Olhei em volta. O lugar era bonito, era bem o tipo de lugar em que podíamos ser facilmente assaltados, mas ao menos era bonito.

Uma carta para o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora