40. Eu quase morri.

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—Não encosta em mim!— dei um passo para trás quando a mulher loira ia tocar meu rosto.

Tinha sido ela. A culpa não era minha.

Minha mãe colocou fogo na casa, para poder fugir com minha irmã e ir viver com seu amante. Ela contou tudo. Até ao minimo detalhe. Contou como tinha desligado o sistema de alarmes e como tinha feito parecer que a culpa era minha.

—Eu sinto muito pequeno príncipe!— disse com a mão no peito e eu neguei com a cabeça.

—Eu quase morri.— lembrei com o rosto molhado de lagrimas e a mulher suspirou.— Eu te odeio!— chorei de pé na sala de estar e minha mãe, não morta respirou fundo.

Eu realmente a odiei naquele momento e desejei que ela estivesse mesmo morta.

Não era justo.

Minha vida toda me culpei pela morte de alguém que estava muito viva da vida e vivendo o que ela planejou para si, sem se importar com os danos colaterais.

Sem se importar comigo.

—Por favor vai embora e nunca mais apareça a minha frente!— pedi com o peito apertado, pensando nas vezes que desejei que minha mãe estivesse viva, mas não era daquele jeito.

Olhei minha irmã. Minha irmãzinha estava grande e linda. Neguei com a cabeça com vontade de abraçá-la, mas não o fiz.

Ela não tinha culpa, mas mesmo assim eu não era capaz.

Escutei Emily suspirar antes de segurar na mão da Dione e juntas saírem de casa.

Uma carta para o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora