13. QUE COMECE A FESTA

14 8 0
                                    


Não acredito que cai nessa de novo.

—Vai-te fuder Hemmet!— falei zangado e escutei o ruivo rir alto.

—Precisa relaxar um pouco enquanto ainda é tempo, vamos.— segurou minha mão e me arrastou para dentro da casa barulhenta que parecia cheia de adolescentes bêbados.

Eu não acredito que tinha caído na conversa do "A Annecy teve uma lesão e precisa de ajuda" de novo.

Eu precisava mesmo de arranjar um melhor amigo novo urgentemente.

Revirei meus olhos, a música alta que eu não consegui reconhecer, o cheiro de vários corpos se esfregando uns nos outros e as loses led pisca-pisca, faziam minha cabeça doer.

Eram pessoas a mais.

Segui meu amigo pela casa, na esperança que ele me levasse a um lugar com menos gente já que Hemmet sabia o quanto eu prezava meu espaço pessoal quando o assunto eram multidões.

Não consegui evitar que alguns seres humanos esbarassem em mim e fiz carreta por isso, mas logo agradeci quando vejamos à cozinha fechada que tinha bem menos pessoas.

Havia fumaça no ar, o que me obrigou a segurar a respiração por alguns instantes, até que decidi sair pela porta de vidro que eu vi que dava no jardim.

Respirei fundo. Ar fresco. Não puro, longe de ser puro, mas ao menos era fresco.

Hemmet percebeu minha ausência ao seu lado só alguns minutos depois e saiu da cozinha com dois copos na mão.

—Toma isso amor!— me estendeu o copo que continha uma bebida azul que tinha algumas bolas de fervura.

O olhei desconfiado e ele sorriu.

—Não está batizada, prometo!— garantiu. Ele já tinha feito isso uma vez e jurou que não se repetiria.

Assenti, dando lhe um voto de confiança e virei o líquido que desceu queimando por minha garganta.

—QUE COMECE A FESTA!— gritou eufórico e eu fechei um pouco meus olhos, me sentido tonto, mas Hemmet não deu tempo de eu tentar entender o que se passava.

Uma carta para o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora