Querido Destino, o amor e o ódio são demasiado complicados para serem comparados com o fogo e a água.
Eu a amo. Sei que não devia mas amo, não foi instantâneo, tão pouco a primeira vista como nos livros de romance cliché que eu nunca li, mas eu a amo. Ela é a mãe do meu filho. Um pedaço de mim esteve vivo dentro dela por alguns meses e pensar nisso aquece meu peito.
Eu a amava, talvez, não a ela mas sim a versão que eu tinha dela. A que eu criei aos 10 anos quando pensei tê-la matado. Ela escolheu a si mesma, colocou sua felicidade acima da minha e saber disso destruiu o pedestal no qual toda vida a coloquei.
Eu o odiava. Sim, eu realmente não suportava sequer olhar para sua cara, mas ele me salvou. Colocou minha vida, acima da sua e eu lhe sou eternamente grato por isso.
Fogo. Foi assim que tudo começou e eu realmente gostaria que assim tudo terminasse, mas seria muito dramático da minha parte.
Então, canaliso toda raiva e dor que senti e acumulhei durante toda a minha vida, em um pedaço de metal e respirou fundo.
Tentar agradar os outros era sufocante. Não queria mais aquilo para mim. Queria respirar.
Encaro o espelho a minha frente e mais uma vez resporo fundo. Fecho os olhos. Os olhos que ela me deu e novamente, respiro fundo.
A dor. convive com ela minha vida toda. Estava na hora de fazer qualquer coisa para que ela passasse.
Como eu disse...
Me odeie se quiser, me ame se puder e me perdoe se algum dia, em uma outra vida, comigo cruzar. Porque nessa, acho pouco provável que aconteça.
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Uma carta para o destino
Ficção AdolescenteQuerido Destino, o amor e o ódio, não têm muita diferença quando comparados à água e ao fogo. Ambos, quatro, têm o poder de consumir tudo à nossa volta quando mal usados. É complicado saber quando se está a ultrapassar a linha limite, mas sempre sab...