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Renata

Acordo sentindo um peso em cima de mim, abro meu olho vendo o braço Tatuado em cima a minha cintura, olho para ele por cima dos ombros, tendo a visão dele só de cueca preta, dormindo calmo, nem parece o Demônio que atormenta minha vida, quando está acordado.

Tiro o braço dele de cima de mim, e levanto nua da cama, ando até o banheiro dele, e me sento no vaso fazendo xixi, lavos as mãos e jogo uma água no rosto, volto pro guarto vendo ela na mesma posição.

Saio sem fazer barulho indo para onde estou dormindo, pego minha toalha e minha escova de dente, indo tomar um banho, ainda sinto meu corpo dolorido, resultado de uma Noite inteira de muito sexo.

Entro em baixo dágua, deixando ela me lavar por completo, fecho meus olhos lembrando de cada detalhe, bato minha cabeça duas vezes contra o piso, me arrependendo de ter deixado o desejo falar mais alto e ter cedido a ele mais uma vez.

Enrola minha toalha no corpo, e saio do banheiro indo me vestir no guarto, coloco um Pijama, e sinto minha barriga roncar com fome, vou em direção a cozinha e olho para o relógio que marca ser dez e meia da manhã.

Abro a geladeira e pego a garrafa de água, procuro algo para comer, e acabo pegando a massa de tapioca o presunto e o queijo, bebo a água e começo a fazer minha tapioca, faço duas e coloco no prato.

Me viro para pegar o suco, e me assusto com ele entrando na cozinha, de cara fechada, pega a garrafa de água e leva até a boca, bebendo do bico mesmo, enquanto ele bebi, olho para seu abdômen cheio de músculos e coberto por tatuagens, o caminho da felicidade bem marcado ganha destaque com um pouco da cueca aparecendo.

Ele pega uma tapioca e come me olhando, sinto minha pele queimar e desvio o olhar, pego meu prato com a outra tapioca e o copo de suco, passo por ele indo para a sala, onde me sento no sofá e ligo a televisão colocando no desenho.

Me lembro que fazia muito isso quando era criança, acorda cedo só pra Assistir desenho, ele passa indo em direção ao guarto e logo volta, com a camiseta do flamengo jogada no ombro, A arma e o radinho na cintura, ele arruma o boné, tampando mais o seu rosto.

Bagulhão: Arruma tua mala, vamos viajar a noite. - fala pegando a chave de cima do painel e vira as costas saindo de casa.

Escuto o barulho do portão se abrindo, e logo ele sai com a moto, fico impressionada o quanto esse homem e bipolar e louco, nada vindo dele me surpreende mais, sei que ele e capaz de tudo.

Termino de comer, e meus pensamentos voa até minha mãezinha, eu queria tanto ver ela, sentir seu abraço, pedir perdão, tudo oque eu mas preciso agora é do colo dela.

Sinto as lágrimas descerem pelo meu rosto, enquanto meu coração aperta, com saudade de casa, saudade da minha vida antes de vim para o Rio, antes de tudo isso acontecer.

Limpo meu rosto com as mãos e me levanto, deixo meu prato sujo na pia e pego a vassoura e o Rodo para limpar a casa, só assim para distrair minha cabeça aqui dentro.

Começo pelo quarto dele, troco os lençóis da cama, e procuro meu vestido por todo o guarto mas não acho, lembro dele me dizendo que iria queimar meu vestido, não vou deixar ele fazer isso, comprei o vestido ontem.

Depois de limpar a casa e lavar a louça, faço um macarrão com carne moída para o almoço, quando já esta tudo pronto vou tomar o banho, porque o calor do Rio de Janeiro está matando.

Visto um vestido fresco e deixo meu cabelo molhado mesmo, pelo menos assim refresca um pouco, ligo o ar e me jogo na cama, com sono.

Mas me lembro que tenho que fazer essa maldita mala, sem ao menos saber pra onde vou, se lá e frio ou calor, quando eu falo que esse homem e louco, pego minha mala rosa e coloco em cima da cama, tiro minhas roupas de dentro, e começo a arrumar devagar.

Não sei qual a necessidade de eu ir nessa viajem, ele bem que poderia me deixar aqui, pelo menos assim eu ganhava uma folga dele, iria poder me concentrar para bolar um bom plano, porque não ele por perto, meus planos só terminam em sexo.

Eu não consigo resistir, o tensão sexual é mais forte que eu, e quando estou na presença dele, meu corpo fala por si próprio, e manda minha dignidade pra puta que pariu.

Escuto o Barulho do portão, e logo o da moto entrando na garagem, poucos segundos depois ele parece na porta do guarto.

Bagulhão: Achei que ia dar uma de doida e não me obedecer denovo. - fala me olhando arrumar a mala. - Fez almoço.

- Eu preciso saber pra onde vamos, para conseguir arrumar a mala. - ele vira as costas para sair do guarto. - Eu tô falando com você.

Bagulhão: Praia - responde alto.

Tiro as peças que já tinha arrumado dentro da mala, e começo tudo denovo, pego meus únicos três biquínis, colocando dentro da mala, vou organizando tudo para caber, mas me lembro que a Rose não mandou meu protetor solar, e nem meus cremes que uso depois que entro no mar.

O lado Ruim de ser loira é esse a água salgada estraga com meu cabelo, o pior é que não tenho um real para comprar, e pedir dinheiro a ele eu não, nem que seja caso de vida ou morte.

Termino de arrumar a mala e deixo ela no canto ao lado da outra, e volto a me deitar na cama, vou descansar um pouco, para mais tarde eu estar bem disposta, fico rolando de um lado pro outro na cama, até Pegar no sono.

Vejo uma bebêzinha linda em meus braços, os olhinhos puxados e o cabelo preto todo arrepiado, parece uma boneca de tão linda, beijo o rostinho dela, que choraminga, balanço ela tentando acalmar, mas o choro vai ficando cada vez mais alto, e mais alto.
Acordo com o coração acelerado, abro o olho vendo a casa toda escura.

- foi só um sonho. - falo pra mim mesma colocando a mão no peito.

Mil Pedaços (CONCLUÍDA) Onde histórias criam vida. Descubra agora