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Capítulo 95

Bagulhão

"Sinto meu corpo coberto por água, as poucos vejo a imensidão do mar a minha volta, em meus braços sinto o peso leve e olho para eles, vendo a bebê os fazendo de apoio para flutuar, sobre a água.
Levanto ela, a tirando da água, olho bem para o rostinho pequeno, ficando vermelho e logo começa a chorar.
Reparo nos olhinhos puxados, e o cabelo preto lisinho, ela faz bico e escuto a voz da minha mulher me chamando, olho em volta, mas não vejo nada do azul do mar, começo a andar na água seguindo a voz dela que me chama, sinto meu coração acelerado, e respiro ofegante, quando olho para os meus braços não vejo mais a neném, então começo a me afogar, cada vez mais fundo, até perder totalmente o ar."

Sinto uma onda de choque, e logo em seguida outra, e outra, na quinta onda consigo abrir o olho, vejo o teto branco e a luz forte na minha, escuto algumas vozes ao meu redor, tento mexer meus músculos mas não consigo.
Fecho os olhos voltando para escuridão.

(...)

Acordo sentindo um bagulho estanho no meu nariz, essa porra tá dificultando eu respirar, levanto o braço para tirar, e sinto uma picada, abro o olho vendo que estou num quarto de hospital.

Mais que porra aconteceu, não me lembro de nada, nem de como ou porque eu vim parar aqui.

Mimoso: Bom dia bela adormecida. - Olho para ele que entra no quarto com uma garrafinha de água nas mãos. - Tá achando que é aspirador de pó?

- Que caralho eu tô fazendo aqui? - minha voz sai fraca e baixa, passo a língua nos lábios sentindo eles ressecados, e muita sede. - Me essa água.

Ele abre a garrafa e me estende rindo, me sento na maca, e tudo parece Rodar, cabeça pesada, e uma sede dos inferno, noto minhas mãos tremendo enquanto bebo todo o líquido da garrafa transparente, entrego ela vazia, e volto a me deitar, sentindo minha cabeça doer pra caralho.

Mimoso: Tu teve um começo de overdose Cuzão, se não fosse o PP e o Gw, você estaria morto uma hora dessas. - Fala de cara fechada e braços cruzados. - A carga com Armamento foi roubada.

- Como assim?- pergunto ainda confusso. - Que caralho você tá falando.

Professor: Deixa que eu explico. - fala passando pela Porta, noto que sua aparência mudou desde que ele foi embora. - Seu filho da puta, tá achando que tá na Disney? - Fala com deboche como sempre, já começo a ficar bolado. - Você sabe o apuro que passei pra conseguir aquele fuzil insraelenses?

- Vai tomar no seu Cu, Willan. - Falo já perdendo minha paciência. - Deixei o Muralha de frente, enquanto tirava um tempo.

Professor: O Muralha não é você, seu filho da puta. - olho pro Mimoso que me encara de braços cruzados. - Se tu ama a mina e tá sentindo falta dela, vai atrás porra.

- Vocês não entendem. - falo negando e forço um sorriso, mas é em vão, já que volto a chorar assim que lembro. - Ela perdeu um filho meu, perdeu por minha causa, e escondeu de mim Durante todo esse tempo. - As palavras saem por minha boca, me matando por dentro novamente. - Ela está melhor sem mim.

Mimoso: Melhor na mão de inimigo? - pergunta sério, e eu já fico preocupado. - Se roubaram a carga, tentaram invadir sua Comunidade, tu acha mesmo que ela esta melhor, sozinha?

Professor: Torce pros cara não ter descoberto onde ela se escondeu, porque se eles descobrirem, que a Mulher do Bagulhão da dando Sopa. - fala e faz o sinal de morte.

Caralho não tenha pensado nisso, querendo ou não ela ficou marcada, mesmo eu nunca tendo a colocado como Fiel, mas vivemos muitos anos juntos, os canas conhece ela, certeza que os alemão também.

Começa vim um monte de merda na minha cabeça, e no despero, tiro o acesso do soro da minha veia, faço força para levantar mais fico tonto.

Mimoso: Calma aí Mano. - fala me forçando a deitar. - O Bagulho não é assim também.

- Não fode porra. - empurro ele é me levanto, percebo que estou com uma roupa de Hospital e cheio de cortes nas mãos e nos braços. - Pega minha roupa aí.

Vejo o Professor indo ate a poltrona de canto e trás minha calça e uma camiseta, tiro a roupa do hospital ali mesmo ficando só de cueca na frente deles, essas praga já me viram em situação pior.

Mimoso: Se tá me tirando. - fala bolado e vira as costas. - Se que dar esse cuzinho branco pra mim se fala caralho

- Vai tomar no cu. - Xingo é vejo o Professor dando risada, enquanto mexe no bagulho do soro.

Assim que coloco meus pés pra fora da Upa, e vejo o sol nascendo no céu, escuto os barulhos de tiro, e logo os fogos avisando que é invasão.

Porra logo agora, que to desarmado, corro até o Carro do Mimoso e entro ao seu lado, ele dirige rápido em direção a boca principal, onde vejo os crias saindo correndo, tudo de fuzil na não, e colete no peito, prontos para defender nossa casa.

Abro a porta descendo, e o Muralha se espanta quando me vê, vou em direção a minha sala e pego os coletes, jogo um pro Mimoso, que já começa a colocar no corpo assim como eu, e o professor chega mais atrás pegando um também.

Pego minha Ak-47, e adapto o pentão de cem, vou descontar todo meu ódio nesses Alemão fudido, passo a banderola nas costas e saio da boca, benzeno meu corpo, vejo o Muralha me esperando do lado de fora com um sorriso no rosto, e portando fuzil.

Muralha: Bem vindo de volta Me mano. - fala fazendo um toque comigo, e escuto o radinho dele entrar na Frequência. - Tamo chegando em.

Descemos a comunidade, com atenção redobrada, cada movimento estranho e dedo no gatilho é muita bala.

Professor: AI CARALHO, QUE SAUDADE DE TROCAR TIRO. - Grita nos fazendo rir.

Com muito esforço e mais de três horas de confronto, os alemão recuou, e com a graça de Deus, todos os meus saíram vivos, agora vou correr atrás do prejuízo.

Mil Pedaços (CONCLUÍDA) Onde histórias criam vida. Descubra agora