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Renata

Termino de fazer almoço e desligo o fogo, já limpei a casa, agora eu vou ir ver minha mãe, quase não dormi a noite pensando nisso, eu preciso mais que tudo do Colo da Minha Mãezinha.

Faço um coque no meu cabelo e calço minha havaina saindo de casa, passo pelo portão e os seguranças não barram minha saída, chega a ser ate estranho, vou descendo as Ruas devagar, sentindo o Sol de Meio dia Fritando minha pele.

Algumas pessoas me Olham conforme vou descendo a comunidade, antes esse olhares me incomodavam, faziam eu me sentir a pior pessoa do mundo, mas agora já não me incomoda mais, se quiserem falar de Mim, Pode falar, só eu sei oque vivi, oque passei, e Oque senti, Se quiserem me Julgar tudo bem, mas se vierem falar merda pra mim vão ouvir Também.

Vejo a Sheila saindo de uma Casa, ela acena pra mim, eu sorrio dando um xau pra ela, Do outro lado da Rua o Dandão vem subindo Com o Fuzil enorme nas costas, quando me vê sorri e travessa a rua vindo até mim.

Dandão: Fala primeira Dama, resolveu sair dos seus Aposentos e ver como os pobres estão. - Fala sorrindo e me abraça. - Que Saudade Loira.

- Oi Dandão, estava com saudades também amigo. - me solto do abraço dele e olho para os lados, não quero dar motivos para o Doido do Bagulhão surtar novamente, agora preciso conquistar a Confiança dele. - Como você está?

Dandão: Eu tô bem, e você, tava preocupado. - puxo ele para voltar a descer a comunidade ao meu lado. - Os mano tava comentando que você saiu de Férias com o Patrão.

- Férias não, mas a gente foi pra Cabo frio, acho que ele tinha alguma coisa pra fazer lá. - ele concorda em silêncio me olhando. - Oque foi?

Dandão: Nada, só achei que ia demorar um pouco pra você se entregar a ele. - paro de andar e olho seria para seu Rosto. - Não foi isso que eu quis dizer.

- Olha Dandão, você sabe melhor oque ninguém oque eu já passei. - ele concorda e coloca a mão no meu ombro, mas eu tiro. - Eu estou tentando resolver minha situação, quero minha liberdade de volta, e se pra isso eu precise fingir que estou feliz ao lado dele, pode ter certeza que vou fazer.

Dandão: Eu sei Loira Desculpa, de verdade mesmo. - fala sorrindo e me abraça novamente. - Pode contar com seu amigo aqui para oque precisar.

- Eu sei, Muito obrigada mesmo, agora eu preciso ir. - ele me solta e bate continência. - Para de Graça.

Dandão: Te vejo depois Loira. - fala e vira as costas, voltando a Subir a comunidade.

Olho para minha casa, e sinto um aperto tão grande no peito, respiro fundo e empurro o portão, abro a porta da sala e escuto a voz da minha mãe.

Dulce: Rose e você filha. - sinto meu coração acelerar ainda mais, sorrio, e sinto as lágrimas descerem. - Meu Deus

- Sou eu mamãe. - abraço ela, deixando toda a dor do meu peito sair em forma de lágrimas, não sou nada sem esse colo. - Me perdoa mãe, me perdoa.

Dulce: Eu não tenho que te perdoar de nada minha filha, essa desgraça toda não é culpa sua, e culpa dele. - aperto ela, sentindo seu beijo leve na minha cabeça. - Estava tão preocupada com você minha filha, pensei que você tinha me deixado também.

- Me perdoa mãe, eu que trouxe o Bagulhão para nossa família, e eu Prometo que vou tirar. - falo sentindo meu rosto molhado, não consigo conter um sorriso enorme. - Eu te amo mãe.

Dulce: Eu que te amo menina, aí meu Deus muito obrigada, muito obrigada. - fala me abraçando novamente, e balança meu corpo de um lado pro outro. - Eu zerei tanto para nossa senhora te proteger, graças a Deus você voltou pra mim.

- Eu estou bem mãe, tô aqui, um pouco quebrada, mais inteira fisicamente. - ela me afasta e olha pro meu corpo, depois me abraça denovo. - Eu estava com tanta saudade mãe.

Dulce: Eu também minha filha, pedi pra morrer, sua irmã que está sendo um anjo e está cuidando de mim. - Eu fico muito feliz, em saber que minha irmã está bem e cuidando da nossa mãe. - Você não trouxe suas coisas de volta?

- Vamos sentar, tô doida pra comer sua comida. - Ela abre um sorrisão e pega um prato de vidro do armário, e começa a servir pra mim. - Cadê a Rose?

Dulce: Saiu cedo, Tadinha temos muito oque agradecer a sua irmã, ela está virando o Dobrado para pagar as contas. - Isso é verdade, minha irmã está sendo um anjo na minha vida, ela me entrega o prato com Macarrão. - Você não vai voltar pra casa?

- Não mãe, eu vou continuar com ele, mas eu prometo vim te visitar todos os dias. - ela senta na cadeira a minha frente, pego nas mãos dela sentindo a pele Macia, e meus olhos voltam a se encher de lágrimas novamente. - Eu Prometo que vou tirar a gente dessa situação, Prometo que ele não vai machucar mais ninguém da nossa família.

Dulce: A morte do seu pai me dói muito, passei quase a minha vida inteira ao lado dele, mas depois que vi aquele Homem matando seu pai, olhando pra cara dele, soco pós soco, ele sorria igual um palhaço, estava gostando de tirar a vida do seu Pai, eu não quero nem imaginar oque ele pode com você minha filha, eu não posso te perder.

- E não vai Mãe, eu prometo que não vai, só preciso que a senhora confie em mim, confia na sua filha, e nunca me julgue, não sei oque vai acontecer daqui pra frente, mas eu juro que vou tirar a senhora e a minha irmã daqui.

Abraço ela que chora baixinho, sinto meu peito apertado, eu nunca quis destruir nossa família desse jeito, se eu soubesse voltar no tempo, eu nunca teria nem olhado para o Bagulhão, sinto ela me abraçar forte, e beijo seus cabelos grisalhos.

Ficamos conversando enquanto eu como meu macarrão, me sinto renovada, como se ela tivesse me passado toda sua força, escuto meu celular tocando, e pego ele do bolso vendo o Número do Bagulhão aparecer na tela, olho pra ela e desliso meu dedo atendendo.

Ligação on.

- Oi.
- Vem pra casa.
- Tabom, já tô indo.
- Gw está te esperando aí na porta.

Ligação off.

Abraço minha mãe, e explico a ela que preciso ir, e melhor eu não ficar batendo de frente com ele por enquanto, ela me acompanha, e noto a linha de croche Rosa em cima do sofá.

- Voltou a fazer coche?. - pergunto saindo de casa com ela, e vejo o Gw parado com a Moto me esperando.

Dulce: Sonhei com uma manta de bebê e estou fazendo. - Sorrio e abraço ela, fico feliz por esta ocupando a cabeça. - Deus te Proteja minha Filha.

- Amém. - Subo na garupa do Gw, e ele sai acelerando, a melhor coisa que fiz foi ter vindo, eu precisava tanto da minha mãezinha, sem ela eu não sou nada.

Mil Pedaços (CONCLUÍDA) Onde histórias criam vida. Descubra agora