Capítulo 92
Renata
Releio a mensagem que ele me mandou pela milésima segunda vez, não acreditando que ele me deixou livre, depois de todo os traumas que ele me causou, agora estou livre dele.
Tomo um banho rápido, e visto a mesma roupa de ontem, faço um coque no cabelo e saio de quarto de hotel, pago minha hospedagem e espero o taxi chegar do lado de fora, vejo um carro todo preto passando, vai até o final da rua e volta em alta velocidade, meu coração acelera e sinto um calafrio
No mesmo instante meu táxi chega, entro dentro do carro, e mando o motorista acelerar o carro, vejo o carro preto está nos seguindo e meu medo só aumenta, se o Rogério me deixou livre, oque ele tá fazendo atrás de mim.
Aquela mensagem deve ser mentira, ele deve ter só jogado uma isca para me pegar, aviso o motorista que estamos sendo seguidos, e ele começa a fazer zigue-zague entre as ruas, até despistar o carro, só então passo o endereço da casa da minha Avó a ele, que me deixa na porta, pago a corrida, e assim que vou bater palma minha mãe parece na porta.
Dulce: Minha menina. - Grita e vem correndo abrir o portão. - Que saudades minha princesa.
Entro para dentro e tranco o portão olhando bem a rua, para ter certeza que ninguém nos seguiu, vejo minha vó parada na porta, do mesmo jeito que me recordava dela, cabelos brancos, e um vestido azul florido no corpo.
Abraço minha mãe apertado, sentindo seu carinho me acolher, respiro aliviada por esta nos braços da minha família novamente, ela me solta do abraço e segura minhas mãos me olhando, nesse exato momento meu rosto de encontra todo lavado, pelas lágrimas que caem sem parar.
Dulce: Oque aconteceu minha filha? - pergunta olhando em meus olhos, abaixo a cabeça negando. - Aquele monstro te machucou denovo não foi?
- Para de encher a menina de pergunta Dulce, não tá vendo que ela tá abalada. - escuto minha vó falar e sinto meus braços me acolhendo com amor. - Pode chorar menina, aqui você está protegida, aqui é o seu lar.
Acabo chorando mais em seus braços, ela anda comigo devagar para dentro da casa pequena e humilde, ela se senta no sofá da sala e me puxa para sentar ao seu lado, minha mãe chega com um copo de água com açúcar e me entrega.
Maria: Bebi minha filha, vai te acalmar. - bebo a água e minha mãe se senta ao meu lado. - Sua avó está aqui para te Proteger, não precisa mais ter medo.
- Obrigado Vó. - falo tentando emchugar minha lágrimas e a vejo sorrindo. - Obrigado Mãe, e me perdoa por todo sofrimento que trouxe.
Dulce: Não tenho nada que te perdoar minha filha, fique com seu coração em paz. - fala me abraçando. - Está com fome?
Confirmo e a vejo sorrir e se levanta deixando um beijo em minha testa, deito no sofá colocando a cabeça no colo da minha vó, que me faz um cafune tão maravilhoso, que sinto minha alma ir se acalmando aos poucos.
Maria: Não sei de tudo que você passou na mão daquele homem. - fala com a voz calma, e meu coração se aperta so de lembrar dele. - Mais eu acredito, que nada acontece sem a permissão de Deus, e se Deus permitiu e porque tem um propósito, você não pode entender agora, mas confia no todo poderoso.
- Tomara mesmo vó. - falo sentindo vontade de chorar novamente. - Eu estou tão perdida vó.
Maria: De tempo ao tempo filha, você vai ter tudo vai se resolver com o tempo
Fico quietinha no colo dela, só recebendo seu carinho e aconchego, eu precisava dessa paz, precisava da minha família ao meu lado novamente, minha mãe volta da cozinha com dois pães com ovo em um prato e um copo de leite com toddy.
- Obrigado Rainha. - falo me sentando e começo a comer o pão. - Amo a senhora.
Dulce: Não trouxe suas coisas de novo. - fala me olhando com os olhos marejados. - Você vai voltar?
- Não, eu vim fugida. - falo sentindo vontade de chorar novamente. - durante esses três anos eu me lembra todos os da senhora me dizendo que eu precisava fugir dele. - sinto as mãos da minha avó fazendo carinho nas minhas costas e olho para minhas lágrimas caindo uma atrás da outra dentro do prato em minhas mãos. - Eu tinha o plano perfeito, que ia colocar em prática hoje, já tinha feito passaporte, tirei o visto, iria embora para Portugal.
Maria: Oque aconteceu que não certo filha? - pergunta tirando o cabelo do meu rosto, e faz carinho neles.
- Ele descobriu que perdi um bebê. - as palavras saem como lâminas, me rasgando de dentro pra fora. - Eu perdi um bebê com quinze anos.
Dulce: Meu Deus. - fala colocando a mão na boca. - Porque você nunca me disse isso filha?
- Não sei. - falo chorando mais ainda, minha avó tira o prato da minha mão, e me mãe me puxa rapido para um abraço apertado. - Eu não sei mamãe, eu só não conseguia dizer, guardei a dor como um segredo a sete chaves.
Dulce: Voce não devia ter feito isso filha. - enxuga meu rosto, enquanto nega me olhando. - Não se esconde um filho de ninguém, era uma vida que vocês dois fizeram juntos.
- Mamãe, eu fiquei com medo. - ela volta a me abraçar. - Me perdoa mãe.
Dulce: Eu não tenho que perdoar em nada minha filha, você tem que pedir desculpas a ele, por ter escondido. - Me espanto com sua fala, já que ela sempre me incentivou a fugir. - Não gosto daquele homem e nunca vou gostar, mas para você seguir em frente, sem nada do passado te magoando você fazer isso, nem que seja por carta.
Fico em silêncio e me avó se levanta, com o prato na mão, assim que o primeiro toque tô telefone residencial, entra na minha audição, sinto um aperto no coração, um calafrio me sobe pelas costas, me causando medo e angústia, vejo minha avó indo ate ele e o coloca no ouvido me olhando.
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Mil Pedaços (CONCLUÍDA)
Teen Fiction*- Primeiro Livro Trilogia III Pilares -* Renata e uma jovem cheia de sonhos e planos, mas vê sua vida virar de cabeça para baixo depois que se Muda para a Maré e Conhece Bagulhão. Bagulhão Dono da comunidade da Maré, Bandido respeitado e mulhereng...