Renata
Visto meu shortinho de pano mole, e uma blusinha branca de alcinha, sem sutiã mesmo, como vou fazer faxina não gosto de nada me apertando ou me incomodando, pentio meu cabelo deixando ele molhado, calço minha havaina e saio do guarto com o celular na mão.
Encontro minha mãe e minha irmã fazendo bolos na cozinha, me despeço delas saindo de casa, diferente dos outros dias, a comunidade hoje está tudo fechado, quase ninguém nas ruas, depois do tiroteio de ontem ter durado o dia inteiro, decretaram toque de recolher para os Moradores.
Horrível ver tudo tão calmo assim, subo a comunidade devagar, seguindo o caminho que estou fazendo toda sexta-feira, não tenho pressa para chegar porque sei que ele não vai estar em casa, oque eu agradeço muito, por não precisar ver a cara dele.
Quando já estou quase chegando, vejo a Lorena vindo de frente comigo, coloco meu celular na cintura e faço um coque no meu cabelo, do jeito que essa garota é baixa, eu espero de tudo.
Mas Diferente doque eu pensava ela passa por mim, como se não estivesse me vendo, algo que me deixa mais tranquila, não quero brigas, termino de subir a rua e de longe já vejo a movimentação estranha de homens na porta.
Até penso em desistir e ir embora, mais me lembro o quanto ele e doido, surtado e pode ir atrás de mim, querendo me bater novamente, ou até pior.
Com a cara e a coragem entro na casa, empurro a porta vendo seu corpo deitado no sofá, noto o curativo em sua barriga, e o braço esquerdo com tipoia.
Ele vira o Rosto rápido franzindo a testa quando me vê parada na porta, no momento que seus olhos encontram os meus, sinto meu coração palpitar no peito, se antes ele acelerava com seu olhar, agora ele está quase parando.
Bagulhão: Tá fazendo oque aqui? - sua voz grossa me faz arrepiar. - Tá surda porra!
Engulo o cúmulo de saliva que se formou em minha boca, respiro fundo, e peço proteção a Deus, assim como venho fazendo, todos os desde que esse homem entrou no meu caminho.
- Não sei se você se lembra, mas eu sou obrigada a limpar sua casa, toda sexta feira. - falo calma e passo por ele indo ate a cozinha. - E claro que se lembra, você é o Todo poderoso, não é?
Recebo o silêncio em forma de resposta, oque me deixa aliviada, não quero ficar batendo boca porque depois pode sobrar pra mim, abro a porta dos fundos e coloco o balde de água para encher, vou fazer tudo rapidinho para mim sair daqui o quanto antes.
Pego o Rodo a vassoura, e os produtos de limpeza que uso, passo pela cozinha e seus olhos me acompanham enquanto ando até seu guarto no final do corredor.
Vou começar lavando o banheiro dele, depois os quartos e assim por diante, recolho as roupas que ele deixa tudo espalhadas pela casa, tiro os produtos de higiene do banheiro e jogo Qboa em tudo, depois o sabão.
Saio do cômodo com a Qboa na mão, quando meus olhos batem nele, que continua a mesma posição no sofá, mais com o celular na mão dessa vez, meu primeiro pensamento é de jogar a Qboa em seu ouvido, seria uma morte natural, ninguém iria desconfiar, eu estaria livre novamente.
Mais meus pensamento evapora, quando noto a arma ao seu lado, sinto minhas mãos tremerem pelo medo, e acelero meu passo indo pegar o balde com água, não posso brincar com minha vida, já sei o quanto ele e louco, capaz de tudo.
Termino de lavar o Banheiro e vou para o quarto dele que está uma zona, tiro os lençóis da cama e duas calcinhas voa no chão, meu olhar vai para elas, uma Verde clara e uma Preta de rendidnha, pego as duas do chão com o maior nojo do mundo e jogo dentro da gaveta onde ele guarda as outras.
Não sei se e fetiche, ou se ele faz só por eco mesmo, mais eu acho que tem mais de 100 calcinhas guardadas ali, passo o pano nos móveis tirando o Pó de tudo, depois arrumo novos lençóis na cama e limpo o chão.
A parte mais difícil da casa já foi, o resto é mais fácil e rápido, escuto ele falando no telefone com os olhos gravados em mim acompanhando cada movimento que faço, sigo ignorando ele, até terminar de limpar toda a casa.
Deixo tudo organizado e respiro aliviada por ter terminado tudo, ver a casa limpa da uma sensação boa, deixo as roupas sujas dentro na máquina, e viro as costas para ir embora.
Bagulhão: Tá pensando que vai aonde? - me assusto com sua voz e coloco a mão no peito, para onde seu olhar desce. - Pode ficar ai.
- Eu já terminei tudo, a casa está limpinha como pode ver, agora eu preciso ir embora.
Bagulhão: Quero tu aqui todo dia, pra cuidar de mim, a doutora passou uns remédios, tá nessa sacola, vê se não tem um pra mim tomar agora.
Reviro os olhos não acreditam no que ele acabou de dizer, permaneço no mesmo lugar encarando seu semblante serio me olhando.
- Eu não posso vim todos os dias, estou procurando outro emprego, ja que o antigo eu perdi por causa de você, preciso ajudar minha mãe com as contas de casa, não posso ficar parada e muito menos vou parar minha vida por causa de você.
Bagulhão: Tá ficando muito atrevida, tá querendo levar outra Surra? - o jeito que ele fala entra no meu psicológico me fazendo relembrar daquela noite horrível. - Vou ser bonzinho e vou te dar um emprego, vai ser minha Putinha Particular.
- Você só pode ser louco mesmo. - tento passar por ele para sair da casa mais ele levanta a arma esbarrando na minha perna, travo na hora com medo.
Bagulhão: Quero você aqui todos os dias, vai limpar, passar, cozinhar, e ainda vai dar a Buceta quando eu quiser. - fala enquanto passa a arma gelada por toda minha perna, e a pressiona em cima da minha buceta. - Vou te pagar por isso, mas se você não quiser vai fazer de graça.
- Eu preciso ir embora, tenho aula daqui a pouco. - falo com a voz trêmula, engolindo o choro. - Me deixa ir embora.
Bagulhão: Pode ir, mas quero ver sua carinha feia, aqui amanhã bem cedinho. - minha única reação e concordar com a cabeça, escuto o barulho dele destravando a arma e empurrando mais contra meu short. - Você é sua família tão proibidos de sair da Favela, se você tentar fugir de mim, vai todo mundo pro mesma vala.
Coloco as mãos na boca, e sinto lágrimas quentes molharem meu rosto, ele sabe exatamente como mexer com meu psicológico, sabe me abalar da forma mais suja e covarde de possa existir.
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Mil Pedaços (CONCLUÍDA)
Fiksi Remaja*- Primeiro Livro Trilogia III Pilares -* Renata e uma jovem cheia de sonhos e planos, mas vê sua vida virar de cabeça para baixo depois que se Muda para a Maré e Conhece Bagulhão. Bagulhão Dono da comunidade da Maré, Bandido respeitado e mulhereng...