she may be the mirror of my dreams

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No dia seguinte Leah estava absolutamente desconfortável, contando os minutos para sair dali e chegar em casa esperar Amy vir da escola.

Era dia de tirar fotos com os novos uniformes da Seleção Inglesa, além disso o time precisava gravar comerciais e vídeos para o canal oficial, o que significava ter que passar horas e horas com as colegas que estava evitando a todo custo desde o velório de Helena.

Havia levado uma bronca das maquiadoras que tiveram que disfarçar as maçãs do rosto mais proeminentes que o normal e as olheiras cada vez mais roxas.

-Leah? Posso me sentar aqui? -Lucy a assustou enquanto ela olhava todo mundo interagindo sentindo que não pertencia mais aquele lugar.

-Claro. Fica à vontade. -Respondeu no automático se assustando ao ver o cabelo agora loiro da amiga.

Ela, Lucy, Keira e Georgia Stanway tinham um grupo de conversa onde sempre interagiam e desde a morte de Helena, as meninas continuavam mandando mensagens que apenas caiam no aplicativo, mas nunca mais haviam sido lidas pelas zagueira.

Ela se sentia culpada por ter se ausentado tanto e por consequência, sempre perdendo coisas importantes da vida das amigas... Mas não se sentia capaz de sair de sua bolha de sofrimento por mais que soubesse que um dia o luto tinha de passar.

-Como a Amy está? -A camisa 11 tentou iniciar um assunto ficando esperançosa ao perceber que Leah não a evitou de imediato como estava acostumada a fazer ultimamente.

-Bem, na escola agora. -Respondeu direta percebendo que Bronze estava sondando o terreno.

Leah não sabia, mas Amy tinha o número de telefone de todas as amigas de sua mãe e geralmente era a menina que as atualizava a respeito de como as coisas estavam indo.

Todas sabiam como a inglesa ficaria brava se soubesse que a menina estava servindo de informante sem sua autorização, mas era o único jeito de saber como ela estava e como lidava com tudo.

-E você? -Resolveu perguntar recebendo uma resposta mentirosa e automática.
-Bem também.

-Leah... -Bronze sabia que era mentira pois Amy havia contado como os pesadelos da mãe estavam piorando.

-Por favor Lucy, não começa... -A capitã já estava levantando para se afastar como sempre fazia com todos.

-Eu não disse nada... mas sei que você não está bem. Entendo e respeito seu silêncio, mas saiba que o dia que precisar de um ombro amigo... Sem ser sua família, eu sempre vou estar aqui. Não precisa sofrer sozinha Leah... Nós estamos aqui pra você. Éramos amigas da Helena e sabemos como ela ficaria de coração partido se te visse assim... -A loira interrompeu sabendo que se continuasse ali, acabaria chorando nos ombros da colega.

-Obrigada Lucy. -Falou em um tom duro enquanto sentia o olhar de Keira e Georgia em suas costas. Sabia que aquela aproximação era um plano das três amigas. -O coração da minha mulher não pode mais ser partido por que ele simplesmente não bate mais... E a culpa é toda minha. -Completou respirando fundo para que não começasse a chorar. -Eu mereço sofrer sozinha sim.

Saiu de perto indo ao banheiro respirar um pouco sem deixar a colega responder, sentindo a visão voltar a ficar embaçada mas engolindo o choro já que não queria borrar a maquiagem e assim prolongar o tempo em que ficaria ali.
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Algumas horas mais tarde e muitas fotos depois, Leah já estava voltando para casa, cansada querendo ver sua filha que ainda estava em aula e dormir o mais rápido possível.

Mas soube que não conseguiria fazer isso tão cedo quando viu o carro de Alex parado ali na frente com a morena encostada na porta do motorista.

Sempre que uma das três não conseguia chegar em Leah, elas invocavam a melhor amiga da jogadora.

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