dancin' past the point of no return

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-Eu insisti que você pintasse o cabelo de ruivo por que sabia como você ficaria parecida com a Amy... Por mais que ela seja minha filha... Ela é a sua cara... -Ethan falou no ouvido de Helena. -Assim que aquela remelenta nasceu, eu fiz questão de... Bom... Sumir com a mãe dela e a joguei no primeiro orfanato que encontrei...

Helena estava sem fôlego com aquela enxurrada de informações.

-Alguns anos depois... Você já casada com a Leah e corna, diga-se de passagem... Me contou como a sua esposinha estava feliz por que a droga do Arsenal iria visitar um orfanato e ela adorava crianças... Então eu pensei... E se eles visitassem o orfanato onde minha filha está?

-Para de chamar ela de filha. -Helena falou raivosa e Ethan soltou uma gargalhada.

-Meu sangue corre nas veias dela Helena, quanto a isso você nunca vai poder fazer nada... Eu plantei as informações do orfanato da Amy na área de marketing do Arsenal... Conversei com a responsável que estava muito mais interessada em me seduzir e ela prontamente acatou minha sugestão...
...O resto? Bom, o resto a própria Leah fez...

Ethan riu mais uma vez e pela primeira vez em tempos, Helena desejou realmente estar morta.

Entre os devaneios de Ethan, Ruby percebeu uma movimentação fora da casa e quase suspirou de alívio.

Tinha certeza que sua ideia de ativar a frequência do rádio havia dado certo.

-E como você começou a traficar órgãos? Por que meu pai deixou você fazer isso dentro do nosso hospital? -Helena perguntou recendo um tapa na cara.

-Você enche a boca para falar "meu pai" e "nosso hospital" quando aquela droga também é minha. -Ethan berrou. -Mas eu vou te contar... Você por um acaso se lembra que assim que nos formamos, eu viajei?

Assim que acabaram a faculdade, Helena se lembrava de Ethan ter sumido por uns tempos alegando que queria se especializar em jornalismo investigativo e aquela era uma boa oportunidade para se inserir nesse ramo.

...Nessa viagem eu conheci o maravilhoso mundo do mercado negro de órgãos e como eu podia inserir isso na minha vingança contra o Elias e você...

...Falando em Elias, nosso querido pai nunca soube da minha existência...

Quer dizer, você é o bibelô dele e aquele porco jamais deixaria que eu ficasse perto do diamante que ele lapidou se soubesse que eu era o irmão bastardo...

... Mas um dia ele descobriu... Eu roubei, um fio do seu cabelo Helena, na sua escova enquanto você se arrumava no banheiro da redação e fiz um teste com o meu... Mostrei os resultados pra ele e você pode imaginar qual foi sua reação...

Ethan apertou o ombro de Helena fazendo a garota gritar de dor.

-Ethan para. -Ruby gritou.

-Aquele maldito me rejeitou... Fez questão de dizer que você é a única filha dele... Que minha mãe era louca... Então eu fui obrigado a mostrar a real situação... Eu chantageei o Elias, ameacei contar pra você e pra Carmen... Expor ao mundo o imundo que ele é... Eu só não contaria se ele me deixasse colocar o hospital dele no esquema da quadrilha e adivinhe só... Para proteger a imagem imaculada da família perfeita, a esposinha imbecil e a filha de cristal dele... Aquele calhorda permitiu... Mas isso jamais seria suficiente... Principalmente depois de você também ter roubado minha filha de mim...

-Você jogou ela em um orfanato! -Um tapa silenciou a mulher.

-Você só fala quando eu permito... Eu queria me vingar de você também... Queria que você sofresse o que eu sofri perdendo pessoas que você amava... E por isso... Eu dei minha cartada final... Algo que ia dilacerar seu pobre coração Helena... Te arrumo um braço novo se você adivinhar... -Ethan se abaixou ao lado da garota.

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