e todo grande amor... só é bem grande se for triste...

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Helena sempre acreditou em sorte.

Cresceu em uma família bem estruturada e amorosa, com pais que a amavam acima de tudo.

Teve condições de frequentar boas escolas e ter acesso a um ensino de qualidade conseguindo entrar em uma das universidades mais disputadas dos Estados Unidos mesmo não podendo estudar ali já que seu pai precisou voltar a Londres depressa.

Por falar em Estados Unidos, sentia-se privilegiada por ter crescido na Califórnia, o estado do Sol, onde nos dias de folga, podia passear pelas praias de Malibu e se divertir.

Teve liberdade para seguir seus sonhos e suas paixões, sabia que Elias queria vê-la formada em medicina enquanto Carmem sonhava em assistir a garota se formando em Relações Internacionais para seguir na diplomacia.

Mas os dois sabiam que Helena era apaixonada por futebol desde pequena.

Nunca quis praticar o esporte, mas amava assistir, comentar os lances e sempre que ia para a Inglaterra, fazia questão de assistir todas as partidas possíveis de seu time do coração, Arsenal.

Helena apaixonou-se pelo clube quando o pai a levou assistir o North London Derby sentando-se obviamente do lado da torcida inteiramente vermelha e viu os olhos da filha brilharem naquele lugar, absorvendo toda a atmosfera e emoção da partida.

A morena tinha fé na sorte que levou do destino pela vida que tinha e passou a agradecer todos os dias a partir do momento em que conheceu seu grande amor.

Quando se mudou para Londres, Helena começou a faculdade de jornalismo em Oxford e não demorou muito para conseguir um estágio no jornal dali comentando sobre os campeonatos de futebol ingleses.

No dia em que soube que ela e Ethan, seu melhor amigo e parceiro de todas as horas, iriam cobrir a semi final da Eurocopa feminina, soltou pulos de alegria.

Iria poder ver de perto as jogadoras que tanto admirava, Millie Bright, Lucy Bronze, Chloe Kelly, Keira Walsh e a que mais chamava sua atenção, Leah Williamson.

Achava incrível a paixão que a camisa 6 tinha pelo seu país, pela sua profissão e como lutou para chegar a ser capitã do time carregando uma enorme responsabilidade em seus ombros com dignidade e honra.

Mas ela não contava que chamaria atenção da jogadora também.

Lembrava-se como se fosse ontem da sensação de ver Leah caminhando até si com toda a confiança.

Das mãos tremendo, de como sorria após conseguir aquela entrevista e de Ethan tirando sarro pois ficou nítido como a inglesa havia flertando consigo.

Da noite em que passou conversando com a família Williamson e como ficou triste ao saber que não iria cobrir a final.

Durante aquela aula de Ciência Política, não se concentrou um segundo que fosse, ficava apenas pensando em como queria estar lá, e o tamanho de sua surpresa ao ver Leah com Ethan na porta da sala de aula.

A jogadora foi ainda mais explícita ao dizer que a queria na arquibancada e mesmo com toda timidez, Helena aceitou o convite, correspondeu ao tom de Leah e ainda comemorou com a família combinando de sair com ela no dia seguinte.

Quando a loira se declarou para ela, sentiu que os hologramas de borboletas ganharam vida dentro de seu estômago e não havia lugar melhor para iniciar a história do casal.

Ali passou a ser seu local preferido de todo o mundo.

Regada de altos, baixos, mas sempre cheia de carinho, paixão, companheirismo e muito amor.

Amor esse que cresceu ainda mais após a adoção de Amy.

Helena amava sua filha, amava a rotina maternal que tinha com a menina, amava sua família.

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