... por isso meu amor... não tenha medo de sofrer...

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Pouco mais de 6 meses antes...

Após Alex e Leah saírem do quarto, Helena tentou aconchegar-se na cama do hospital enquanto pensava ansiosa na volta para casa.

Fez uma nota mental de reclamar com seu pai a respeito dos leitos daquele lugar, desconfortáveis e duros demais para pessoas que estavam convalescendo.

Alguns minutos mais tarde, a enfermeira que estava fazendo a ronda naquela noite, passou em seu quarto para verificar se estava bem e tentar dar seu remédio para dormir que foi prontamente recusado já que a garota sentia-se bem e não queria dormir tão pesado para estar um pouco mais desperta no dia seguinte e ir embora com sua esposa.

A mulher de meia idade que chamava-se Kate, atendeu seu pedido e a morena imaginou que seria apenas por que ela era filha do dono do hospital.

Com um sorriso esperançoso, Helena cochilou tendo a certeza que logo estaria junto de Leah e Amy.

Alguns minutos depois acordou de sobressalto após um grito ser ouvido no corredor de seu quarto.

Pôde observar que ainda estava escuro, imaginando estar de madrugada.

Quando recuperou sua consciência, ficou alguns segundos quieta em dúvida se foi real ou apenas um sonho.

Helena pulou na cama quando ouviu novamente o berro de uma voz feminina e apertou freneticamente o botão que acionava o pager de seu médico rezando para que ele ainda estivesse no hospital.

Enquanto isso ouvia mais gritos de socorro daquela voz e passou a notar também uma voz masculina raivosa mandando que ficasse quieta.

Helena apoiou-se no lugar onde ficava o soro que estava acoplado em seu braço e tirou as cobertas de suas pernas tentando firmar os pés no chão enquanto descia da cama.

Já não sentia a dor aguda no abdômen dos primeiros dias, mas era muito desconfortável e caminhou com dificuldade até a porta do quarto abrindo com cautela e espiando pela fresta.

O quarto de Helena era o último do corredor e ficava ao lado da grande janela que tinha a visão do Rio Tamisa passando e mais adiante, algumas portas a frente, a enfermeira que havia feito a ronda mais cedo, segurava um cooler que a jornalista reconheceu tratar-se de um recipiente de refrigeração de órgãos enquanto tentava impedir dois homens que estavam de costas para Helena de tentar pegar o objeto.

-Vocês não podem fazer isso... Não nesse hospital, eu não vou permitir. -Falou determinada quando viu que Helena a espiava.

Discretamente, tentou fazer um gesto para que ela voltasse ao quarto.

-Não se meta nisso Kate. -Um deles falou.

-Vocês estão impedindo uma vida de ser salva... Tenham compaixão, por favor. -Pediu caminhando para trás e não viu quando mais um homem aproximava-se sorrateiramente por trás.

Helena estava hipnotizada com a cena e quando a enfermeira Kate ia perceber que tinha alguém atrás dela, essa pessoa a pegou pelos ombros e fez um corte com uma faca até então escondida de um lado ao outro de seu pescoço.

A mulher tossiu um pouco antes de cair para frente com as mãos cobertas de sangue enquanto os homens empurravam seu corpo e pegavam o cooler.

A enfermeira morreu olhando para Helena que estava atônita com a cena.

Antes que Helena pudesse reagir, uma mão cobriu sua boca enquanto a puxava para trás e trancava a porta de seu quarto.

A jornalista tentou se desvencilhar sentindo os pontos de seu abdômen puxarem.

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