Let the sky fall ... When it crumbles

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No dia seguinte, Helena passou boa parte do tempo lendo alguns livros e aguardando o contato de Alex e Ruby.

As duas haviam combinado de se encontrar no dia seguinte para começar os treinamentos de defesa pessoal e ela não podia imaginar no que isso resultaria.

Elas poderiam efetivamente treinar alguns golpes ou de repente acabar uma enforcando a outra.

As duas personalidades explosivas faziam Helena pensar que de repente, se tudo aquilo acabasse logo e elas pudessem se conhecer sem o véu negro daquela situação, poderiam enfim acabar gostando uma da outra.

Não é novidade para ninguém que grandes inimizades podem dar início a tórridos romances e ela como uma apaixonada incorrigível queria ver isso.

Era nítido que Ruby não gostou da intromissão de Alex ao mesmo tempo que Alex sentiu em Ruby uma ameaça.

Ela e Helena estavam passando os últimos 6 meses grudadas uma na outra.

A ruiva sabia que Ruby nutria certos sentimentos por ela e tratava de não alimentá-los.

Nada tirava Leah de sua mente e seu coração principalmente sabendo que elas ainda podem sim, continuar sua história de amor.

Em determinada hora do dia, Helena se viu mais uma vez parada pensando em como a vida havia ficado esquisita.

Fazia muito disso desde que foi para o esconderijo já que não tinha muitas ocupações que não fosse esperar.

Perto do aniversário da filha ela e a esposa tiveram uma terrível discussão e foi o mais próximo que chegaram de terminar o casamento.

Fizeram as pazes e em um desdobramento intrigante do destino, ela levou um tiro no lugar de Leah.

Até agora a cicatriz e as sequelas daquele episódio a incomodavam, mas ainda não restava dúvidas de que se tivesse de fazer de novo, faria sem piscar.

Por sorte, havia escapado da morte imediata, mas acabou testemunhando um crime absurdo no hospital que pertencia a sua família e agora estava escondida em uma casa em Notting Hill, morta para o resto do mundo e ainda com a suspeita de que seu pai, o homem que sempre confiou, amou, seu maior exemplo, podia ser o principal culpado de tudo aquilo.

Ruby estava certa da culpa de seu pai, Alex desconfiou no dia em que ela foi baleada, Ethan já sabia que algo de errado acontecia na unidade Blake General Hospital Tamisa River, mas ela insistia em pensar que não podia ser assim.

Seu pai sempre se orgulhou por ser um homem honrado.

Seguiu as expectativas da família tornando-se um médico de respeito.

Casou-se com uma mulher digna e teve uma filha que nunca deu problemas.

Elias mancharia sua imagem em nome do tráfico de órgãos?

Pra que?

Não podia ser dinheiro, a família Blake era rica há gerações.

Poder?

Ter uma rede de hospitais espalhados pelo Reino Unido não era poder o suficiente?

Por mais que as suspeitas se encaixassem, os motivos ainda ficavam obtusos e Helena não conseguia associar o homem que a criou, que a amou e que sempre aceitou e respeitou suas escolhas como o monstro que de forma indireta, tirou tudo de si e ainda roubava órgãos de pessoas inocentes para vender no mercado negro as vezes até matando pacientes que poderiam voltar para suas famílias.

Helena foi tirada de seus devaneios quando o Dr. Capshaw entrou no quarto.

-Boa tarde Helena... Como você está se sentindo hoje? Os seguranças disseram que não ouviram sua voz nenhuma vez...

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