Meu CEO é um Vampiro - Livro I: O Pacto

XXXII - Os quatro antigos

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Natasha checava alguma coisa no celular parecendo desinteressada no que Julian falava. Certamente já conhecia os vampiros presentes, mas sua simpatia pelos mesmos parecia tão grande quanto por uma caixa de sapatos vazia. Todos certamente sabiam que seu único real interesse era Julian Strike.

Rodrigo espiava o que a ruiva via no celular, mas Scarlett sabia que aquele homem analisava cada um discretamente. Ele era como ela, observador nato.

O CEO se aproximara da loira e apontara para a jovem ruiva com os cabelos cacheados e olhos de raposa. A mulher esperava a apresentação sorrindo.

—Essa garota maravilhosa é Willow. A conheci em Sodoma, perto da morte ainda antes da tragédia que devastou a cidade. Poderia a ter deixado lá, mas fui incapaz de resistir ao olhar de uma alma torturada como a dela, que mesmo com todas as dificuldades que enfrentava, ainda pensava mais em seus próximos...

A moça sequer esperara o vampiro terminar de falar.

—Julian está sendo modesto – explicara a garota – Fui forçada a roubar para que meus irmãos e eu não morrêssemos de fome. Em certa ocasião fui flagrada, capturada e condenada à morte por meus atos e... morri.

Scarlett se surpreendia a cada palavra. Primeiro a menção à Cleópatra...

—Está se referindo à Sodoma... da Bíblia? – indagara.

—Qualquer dia lhe contarei a verdade sobre aquele massacre – explicara o vampiro – Mas não se preocupe com isso agora. Caster... – continuara o CEO, apontando aquele sujeito de cabelos acobreados ao lado de Willow – Teve sua transformação na mesma ocasião. Ele lutou bravamente contra os soldados para tentar salvar Willow, um gesto nobre de um homem apaixonado.

—Lutei e morri com honra... – rira o sujeito – Eu deveria saber que um garoto faminto não seria o bastante contra uma dúzia de homens armados. Mas mesmo que não tivesse sido revivido por Julian, jamais teria me arrependido.

—Sodoma e Gomorra estavam perdidas – comentara Julian – Eu estava na cidade apenas de passagem, mas o amor entre Willow e Cas me tocou. Jamais poderia ter partido sem fazer algo, mesmo sabendo que lhes estava dando minha própria maldição como destino. Tive de intervir...

Natasha sinalizara apontando para o celular e dissera que precisava resolver um assunto prioritário, se levantando. Assim que a ruiva deixara a mesa, Rodrigo se voltara para Julian acenando com a cabeça antes de se levantar também.

O CEO esperara até que o casal se afastasse e voltara a atenção novamente para Scarlett, dizendo que ainda haviam apresentações a serem feitas.

—Cross... – emendara apontando com o olhar na direção daquele primeiro sujeito à mesa que cortejara a loira – É um amigo que fiz na Babilônia.

—Permita que eu conte... – Cross tinha cabelos e olhos negros, assim como o próprio empresário. Seus cabelos eram penteados para trás e fixados com gel. Usava um pequeno cavanhaque que o deixava com aspecto boêmio – Como já deve imaginar, Julian e eu nos conhecemos perto do momento de minha morte. Nasci durante o reinado de Nabucodonosor II e fui um soldado de seus exércitos. Tive uma vida honrada até me apaixonar por uma mulher que não poderia ter, a esposa de meu capitão. Ela percebeu meus sentimentos e os correspondeu. Um dos problemas da antiguidade era que quase tudo se resolvia em duelos mortais ou com a pena de morte. Sabendo disso, preferimos fugir a enfrentar um destino sangrento. Uma escolha indigna, mas preferia estar vivo com aquela que amava a me preocupar com minha honra. Entretanto, meu capitão descobriu os planos que tínhamos, nos abordou e a matou cruelmente diante de meus olhos. Quanto a mim, fui espancado e deixado sangrando para morrer como um cão qualquer nos esgotos da cidade. Implorei por minha vida e Julian me ouviu. Tudo que ouvi foi quando ele prometeu que teria minha vingança e uma eternidade de batalhas. Jurei lealdade eterna antes mesmo que ele me requisitasse.