XV - CEO de dois mundos

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O convidado tinha olhos verdes e cabelos dourados. Usava brincos de argola prateados nas duas orelhas e sua face era bela e serena. As sobrancelhas finas pareciam as de uma pessoa tranquila e era possível se perder no brilho de seu olhar como em uma pradaria numa tarde de sol.

Julian o recebera no bar de seu restaurante. O estilo vintage daquele cenário era elogiado por muitos filhos da noite que visitavam o novo prédio do CEO. Não era surpresa, considerando o quanto Julian investira para trazer peças de mobília clássicas com valor inestimável de além-mar. Para alguns seres que viviam havia séculos, aquela decoração era como uma viagem no tempo.

—Gabriel, meu amigo... – cumprimentara o CEO – Parece ainda mais jovem que na última vez em que nos vimos. Quando foi mesmo? Egito, 1798?

O rapaz erguera as sobrancelhas enquanto sorria, estendendo a mão.

Bataille d'Aboukir, a Batalha da Baía de Abukir. Agosto, três primeiros dias do mês em 1798 – dissera o convidado – Sua memória sempre me fascina.

—Assim como a sua. Como estão as coisas na corte? Há tempos não tenho uma oportunidade de falar com Cammille. Sinto falta de nossas conversas.

Cammille Le Blanc era uma vampira antiga e poderosa do norte da Europa. Sua influência se estendia por toda a Ásia e tinha vampiros e humanos infiltrados nos principais órgãos governamentais do mundo todo.

A vampira, chamada por seus milhares de súditos humanos e sobrenaturais como a Condessa de Sangue tinha literalmente um castelo e era aclamada como uma verdadeira rainha por aqueles que a idolatravam e seguiam.

—Cammille sempre se lembra da sua pessoa em nossas conversas. Não há dúvidas de que sente sua falta – comentara o sujeito de olhos verdes – Acredito que esteja à par da maior parte do que acontece na corte, assim como seguimos seus feitos. Um notável CEO de dois mundos, certo? Eu não sei se me adaptaria ao mundo humano como o faz. Tem meu respeito por isso.

Julian alargara um sorriso carregado de deboche.

—O que posso dizer? Sou um entusiasta... – exclamara – Admiro a evolução da raça humana desde o alvorecer, tenho certeza de que me entende.

—Com todo respeito, como espécie, a humanidade tem sofrido um bloqueio evolucionário já há alguns séculos – comentara o outro – Entretanto, não temos responsabilidades sobre isso. Desde que continuem cumprindo seu papel como alimento, serviçais ou diversão, o que fazem por fora não me importa...

Enquanto o vampiro terminava de falar, Julian seguira para dentro do balcão, indo até uma prateleira, onde escolhera uma garrafa. Colocando uma taça diante do convidado, o anfitrião preenchera apenas um dedo do volume total.

O líquido era leve como vinho, mas tinha a tonalidade mais escura. O olfato aguçado do convidado imediatamente identificara o cheiro na bebida, sangue.

Apanhando a taça, Gabriel Le Blanc fechara os olhos e a levara até próximo ao nariz, sentindo o aroma. Degustara hedonicamente um pequeno gole.

—Julian, confesso que estou sem palavras... – sussurrara o sujeito.

O anfitrião sorrira observando a expressão do convidado.

—Essa garrafa... – comentara Julian, girando a pequena tampa enquanto a fechava – ...é a primeira de uma safra de Blood+ (leia Blood Plus) desenvolvida pelos laboratórios Excellence, na China. Nossos especialistas costumam chamar esse sangue sintético por um nome longo e complicado. Quanto a mim, prefiro apenas pensar que é uma saudável e deliciosa refeição para poucos.

Meu CEO é um Vampiro - Livro I: O PactoOnde histórias criam vida. Descubra agora