CAPITULO 23

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ARA COUTS BLANCHE



Passei a palma de minhas mãos sobre o vestido azul de alças, de tecido justo batendo a acima dos meus joelhos. Meu cabelo está preso em um coque frouxo, deixando alguns cachos rebeldes soltos.

Após a gravidez ganhei alguns quilos. Maioritariamente em meus quadris, porem minha cintura ficou intacta. As vezes desconheço a mulher que me transformei, diante de tudo que aconteceu.

— Esse vestido ficou lindíssimo em você. — Valeria comentou entusiasmada. — Acho que a gente tem o mesmo tamanho, mas, seus quadris são um pouco largos.

— Ganhei alguns quilos após a gravidez.

Lembrar dos gêmeos, causa uma nostalgia em mim. Mas, preciso saber se há alguma pista de onde eles possam estar.

— Esses seus quilos foram muito bem ganhos. — Fez uma expressão de indignação. — Literalmente você deve ser uma das filhas preferidas, do cara lá de cima! — Estreitou os olhos arqueando as sobrancelhas.

— Não exagere, não há nada demais em mim.

— Bom, isso veremos com o tempo. — Afirmou. O Lúpus está muito ferrado.

Sussurrou a ultima frase, e lançou um sorriso amarelo para mim. Ainda não sei ler essa mulher. Mas, sem sombras de duvidas não devo confiar nela. Se é a esposa de Aramis Villard, provavelmente é tão desprezível como ele.

— Podemos ir? — Questiono friamente.

— Claro, estamos muito atrasadas. — Diz, sem graça.

Valeria, passa na frente abrindo a porta principal do quarto. Deu passagem para mim, segurando a maçaneta da porta. Andei um pouco incerta, firmando bem os meus pés ao chão. A primeira coisa que eu vejo é um corredor extenso pintado na cor branca. Valeria deu um toque em meu ombro para que continuasse andar, após ela fechar a porta do quarto que estávamos a segundos antes.

A cada passo que a gente dava, pode observar o quanto este lugar é enorme e não há sombra de duvidas que seja uma mansão. Descemos as escadas cautelosamente. O hall inferior da casa confirmou a minha teoria. Isso realmente é uma mansão.

Odeio tanto o facto de saber, que o Lúpus Mazzarella, é um criminoso bilionário.

— Com passar dos dias, farei uma visita guiada pela casa, para conhecer cada compartimento. Valeria diz pensativa. — Foi muito cansativo, decorar esse lugar.

— Não será necessário. — Declaro convicta. — Espero que a minha estadia nesta casa seja a mais curta possível.

— Um rhum... tudo bem então.

Murmurou sutilmente, não parecendo nenhum pouco surpresa com minhas palavras. Passamos por uma porta de vidro que já se encontrava aberta e as persianas afastadas. A temperatura amena bate em meu rosto, fazendo a luz solar iluminar a minha pele.

A porta que nos deu o acesso a um jardim, incrivelmente lindo. Com uma paisagem magnifica de tão verde. Fez-me sentir uma paz instantânea, é impossível descrever como a natureza traz uma sensação reconfortante.

— Não tolero atrasos. — Sinto um arrepio em minha espinha.

Sou tirado da minha bolha de pensamentos. Olho para o meu lado direito e vejo uma mesa de oito lugares perfeitamente arrumada. O café servido parece um banquete para mais de vinte pessoas.

CONTRAVENTOR  "O Ajuste de Contas"Onde histórias criam vida. Descubra agora