Ara Couts Blanche
Levo a colher até os lábios provando o molho de pomarola. Quase queimei os lábios pela temperatura.
— Humm... Está ótimo Leonor.
Aprovei tampando novamente a panela. Ela sorriu convicta. Pois sabe perfeitamente o que está fazendo.
— A senhora diz sempre a mesma coisa. — Afasto-me do fogão.
— Não tenho o que reclamar. — Declaro-me, ela sabe que ótima na cozinha.
Está quase hora do almoço. Os meninos devem estar quase chegando. Estou ansiosa para recebê-los.
— Desculpa o atrevimento, senhora...
Ela diz, mas, já arrependi pelo olhar. Já disse que não precisa dessa toda formalidade comigo.
— Leonor... quantas vezes vou ter que dizer, para não chamar-me assim? — Vou até o frigorífico, retirar a jarra de suco.
— Para senho... Quero dizer para a Ara, está tudo bem. — Mexeu em outra panela. — Não é adequado, eu não tratá-la com muito informalidade.
— Melhor para por aqui, Leonor. Eu tenho apenas vinte oito anos, assim sinto-me muito mais velha do que realmente só. — Procurei pelo copo entre os armários. — Além do mais, quem paga o seu salário é outra pessoa.
Achei o copo e servi o suco. Estava morrendo de sede. Ela não pareceu convencida novamente pela minha afirmação.
— A Ara, praticamente tornou-se a dona desta casa. Antigamente eu recebia ordens de Valeria, para tudo. Desde alimentação até a organização da casa.
— Ah...Eleonor espero que, eu não seja sendo muito pé no saco com você.
— Que isso, Ara. — Enrugou à testa. — Você é muito amável e doce com todos funcionários dessa casa!
Eu entendia o que ela estava falando. Só que ela não sabe, que estou usando isso para tentar distrair um pouco a minha mente.
Tudo começou, quando eu regressei para casa após tudo que aconteceu no meu último dia na França.
Após o Lúpus ter abandonado o apartamento. Eu liguei para Valeria. Diversas vezes, até ela retornar as chamadas. Não expliquei direito para ela o que havia acontecido. Simplesmente implorei para a mesma me ajudar a voltar.
Ao perceber aflição em minha voz. Não questionou, e fez o que pedi. Eu estava receosa com à reação do Lúpus, quando descobrisse que voltei sem a sua permissão.
Ele regressou depois de três dias. Acompanhando do Aramis Villard e a Valeria. Na mesma noite ele me procurou e eu achei que era para machucar-me com suas punições. Mas fui surpreendida, quando ele avisou que havia matriculado as crianças, na mesma escola que Emma.
Mesmo havendo um perigo maior, ninguém sabia que Aurora e David, são os seus filhos. Então enquanto isso eles poderiam frequentar a escola normalmente.
Festejei internamente pelos meus filhos. Ao contrário de mim, eles não precisavam ficar reclusos nessa casa.
Logo de cara, foi possível perceber que isso foi ideia de Valeria. Ele provavelmente, não pensaria nisso sozinho.
Desde que as crianças, passaram a ir à escola. Valeria regressou para empresa. Eu tenho me sentindo muito sozinha. Então estou tentando ocupar mente com as tarefas dessa casa.
— Vejo que a senhora está novamente no mundo da lua. — Disse Leonor.
Andando de um lado para outro arrumando o que está disperso. Despertando dos meus devaneios. Desisti de a corrigir de novo por dito senhora.
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CONTRAVENTOR "O Ajuste de Contas"
RomanceSegundo livro da estória "CONTRAVENTOR " Para entender o segundo livro, é necessário ler o primeiro livro. Que está disponível aqui no meu perfil.