Lupus Mazzarella EigerAbri a porta do meu quarto e saindo, após tomar um banho e livrar-me de todo aquele sangue. Andei pelo corredor em direção aos quartos de hospedes. Passaram quatro horas e eu já organizei a minha viagem para França dentro de duas horas.
O doutor Luís, conseguiu remover as balas no corpo de Salvatore e de Aramis Villard. Ele foi muito bem pago, pelo trabalho feito. Mesmo não admitindo percebi que a Valeria ficou mais tranquila após receber a notícia do estado dos dois traidores.
Os dois estão repousando nos quartos de hospedes. A mulher de Salvatore foi chamada avisada do tudo que aconteceu, e veio logo correndo para cá. Eu mesmo orientei que a comunicassem. Provavelmente quando despertasse gostaria de ver ela aqui.
O primeiro quarto que decidi ver foi o de Salvatore. Abri a porta e vi o seu corpo imóvel sobre a cama. Ele estava despido na parte superior do seu corpo, e parecia estar em um sono profundo.
Ao seu lado estava a sua mulher, velando o seu sono. Ela não se deu o trabalho de olhar para mim. Suas mãos estavam acariciando o topo da cabeça de Salvatore. Enquanto sussurrava palavras inaudíveis para ele.
— Ele ficara bem. — Digo ainda segurando a maçaneta. — Isso não se compara, as coisas que ele já passou dentro da máfia.
Ela permaneceu calada, ignorando totalmente do que eu estava dizendo. Ela deveria agradecer-me por não ter matado o seu marido. Mesmo sendo o meu homem de confiança o que ele fez foi imperdoável.
— Não vai falar nada, Ophelia. — Cruzo os braços a encarando.
— Por que falaria com quem tentou matar o meu marido. — Olhou para mim, com raiva. — Esse homem que você está vendo aqui. — Apontou para Salvatore. — Sempre foi leal a você, mesmo quando escondeu de você sobre Ara Blanche.
— O que fiz a ele, nem chega perto do realmente merecia. — Falo indiferente. — Agradeça a Valeria, pelo facto do seu marido ainda estar vivo. — Sua expressão é de pura indignação.
Fecho a porta do quarto, sem paciência nenhuma para continuar aquela conversa. O quarto em que Aramis Villard, são apenas duas portas do quarto de Salvatore. Em fração de segundos chego em sua porta, e entro sem bater.
— Espero que não veio até aqui terminar o serviço. — Diz esboçando um sorri idiota nos lábios.
— Eu deveria ter acertado a sua cabeça, seu imbecil.
Ele está sentado na cama, com o braço enfaixado. Seu cabelo está úmido e a uma toalha jogada na cama. Está usando apenas um moletom, na parte inferior do seu corpo. Ando até a poltrona perto da janela, circulando a volta da mesma.
— Acho que a Valeria, seja muito jovem para ser uma viúva. — falou ressentido. — De quebra você perderia o seu melhor caçador! — Enalteceu-se estufando o peito.
— Viajo para a França, dentro de uma hora. — Parei o encarando. — Como ela está?
Fazer essa pergunta pesou em mim. Porque realmente era algo que estava me atormentando. Não preciso demais nada que provar-me do contrário. Ara Blanche, despertou em mim algo antes conhecido.
— Vai ter que ver com os seus próprios olhos. — Sorriu negando. — Ela odeia você, e não sabe que está vivo.
— Então ela pensa que estou morto. — Interessante, penso. — Não ligo para os seus sentimentos. Ela me pertence e nada mudará isso!
— Sei que não tenho nada a ver com tudo que aconteceu entre voces. — Suspirou. — Mas, penso que repense muito bem antes de fazer uma besteira com ela. — Aramis Villard, alerta. — Ela não é mais uma menina e além disso a ensinei a tirar. — Ele criou afeto, por ela.

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CONTRAVENTOR "O Ajuste de Contas"
RomanceSegundo livro da estória "CONTRAVENTOR " Para entender o segundo livro, é necessário ler o primeiro livro. Que está disponível aqui no meu perfil.