CAPÍTULO 43

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Ara Couts Blanche


Após sair daquele escritório. Eu estava muito apavorada. O medo foi o meu maior tormento. Saber que ele tinha o Alessandro em suas mãos, por puro capricho e despeito.

Ele não pode machucar o Alessandro. Eu nunca o perdoaria. O Alessandro é o homem que detém o meu coração em suas mãos.

O meu coração jamais pertenceria a outro.

Eu tenho que voltar ao meu quarto, pensar muito bem o que devo fazer. Preciso falar com a Valeria. Ela saberá articular o jeito certo. Para contornar a situação.

Ouço passos fazendo-me ficar em alerta.

— Senhora. —  Paolo, me interpelou antes de subir as escadas.

— Sim... Paolo.

Tentei arrumar os meus cabelos. Mas, acho que ele percebeu alguma coisa, pelo seu olhar curioso.

— A senhora, está bem?

— Estou apenas um pouco cansada. — Sorri, tentando disfarçar. — Aconteceu alguma...?

Ele deu um passo para frente, encurtando um pouco a distância. Achei a sua atitude estranha. Ele sempre manteve uma distância considerável entre nós.

O tempo que estou vivendo nessa casa, foi suficiente para saber parcialmente de tudo. Paolo e Leonor, trabalham há muitos anos com Valeria. Mas, quando o Lúpus comprou essa casa e obrigou a Valeria a viver com ele. Ela não deixou para trás quem ela mais confiava, e sabiam os seus gostos. Paolo e Leonor.

Com tempo eu aprendi apreciar os dois. Leonor é uma mulher morena no auge dos seus quarenta cinco anos. De origem Italiana que infelizmente tem vínculo com a máfia.

Ela cuida praticamente de toda a casa com ajuda de Paolo que é o mordomo. Ele é um pouco mais velho, do que ela. Cabelos grisalhos e barba branca. Olhos verdes, corpo magro e altura média.

— Peço perdão por tamanha aproximação. — Justifica. — Bem...é que...— Vejo que seu corpo está tenso.

Ele olhou ao redor, para ver se ninguém estava por perto. Ele parecia estar com medo.

— Paolo o que está acontecendo. — Digo confusa.

— Não sei se eu devo fazer isso senhora. — Olhou para mim em dúvida.

— Se não vai dizer o que está acontecendo. — Subi o primeiro degrau da escada. — Vou subir para o meu quarto, preciso resolver um ...

— Espere senhora...— murmura.

Fez sinal com a sua mão direita. Ele está com medo o seu olhar denunciou. Do que esse homem tem medo?

— O senhor Mazzarella deu ordens que nada pudesse chegar até a senhora, sem antes passar por ele. — Não entendia aonde ele queria chegar. — Só que um dos seguranças, nesta manhã deixou justamente nas minhas mãos um presente que chegou para a senhora.

Para mim? Alguém enviou um presente? Como isso é possível!

Ninguém sabe que estou vivendo nessa casa. Eu não entrei em contato com a minha família ainda.

O Alessandro não ousaria fazer algo de gênero. Além do mais , ele neste momento está preso em alguma sala de tortura do Lúpus.

Só de relembrar... meu peito aperta.O odeio pelo Lúpus só está aumentando.

— Isso é muito estranho Paolo. — Falo pensativa. — Pode ser um engano. Talvez seja para a Valeria.

— Não senhora. — Manuseio a cabeça negando. — No bilhete está escrito o seu nome.

CONTRAVENTOR  "O Ajuste de Contas"Onde histórias criam vida. Descubra agora