CAPITULO 13

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Alessandro Rossi


Vejo o homem trajado por um fato social na cor cinza em tom escuro, caminhando entre as mesas dispostas no local. O seu olhar é rapidamente desviado quando uma mulher loira, de estatura média e corpo curvilíneo, vestindo um fato social azul. Um composto de saia e blazer, levanta de uma mesa e pega sua bolsa para e ajusta no seu ombro esquerdo.

Ele da uma conferida por todo corpo da mulher descaradamente, como se estive avaliando algum objeto valioso. Por ela estar de costas nem percebe o olhar pervertido do homem atras de si.

A coisas que realmente não mudam com o passar dos anos... penso, quando ele solta um sorriso desdenhoso, olhando agora para, chegando mais perto da mesa que estou sentado.

 — Você viu o mesmo que eu. — Soltou um sorriso cafajeste. — Eu acho que deveria ir atras dela, e pegar o seu número.

Puxou o assento e sentou em seguida, abrindo os botões de seu blazer para estar mais confortável.

—  Nem pense nisso. — Ameaço. — Estou esperando por você, há quinze minutos. Tenho muitas coisas para resolver hoje.

— Vai dizer que não achou aquela mulher uma gostosa?  — Arqueou a sobrancelha, sugestivamente.

— Não estou com cabeça para isso.  

Ele levanta a mãos em sinal de rendição, e da de ombros. Fez sinal para o garçom para fazer o seu pedido, pois eu já havia feito o meu só estava o aguardando para almoçarmos juntos.

—  Este restaurante é ótimo.  — diz. — Fez uma boa escolha. Eu particularmente, já estive aqui algumas vezes, com a Valeria.

—  Não acho que a Valeria. Acharia alguma graça, ou ver como você olhou para aquela mulher à poucos, minutos. — Alerto.

—  Eu não fiz nada demais. — Justificou. — Além do mais, ela ainda esta casada com o Aramis Villard. — Fala serenamente.  — A nossa relação, não é o melhor exemplo. Se posso assim dizer.

Confesso que até agora não entendo o relacionamento do Hermes, com a Valeria. Tive o prazer de a conhecer faz algum tempo e achei uma mulher muito inteligente e destemida. Devo admitir que ela é linda. Mas é a primeira vez que vejo o meu amigo envolvido em uma situação como essa.

Hermes sempre foi um cafajeste de primeira linha. Eu tive o prazer de compartilhar com eles vários momentos de loucura com uma lista interminável de  mulheres. Ele havia mudado muito quando conheceu a Chloe Kouris. Eu vi realmente o meu amigo apaixonado por aquela mulher, só que depois dela ter ficado gravida. E a pequena  da Emma ter nascido, decidiu sumir no mundo e deixar a filha nos cuidados do pai.

Facto de de Chloe Kouris, ser filha do ex primeiro ministro da Grécia. Tornou ela uma mulher mimada e soberba.

Ele tentou gerir a situação da melhor forma possível. Eu conheço perfeitamente o Hermes Megalos. Ele é meu amigo a muitos anos, mesmo que ele tenta fingir, sei o quanto tudo ainda o tem afetado. Pois a pequena Emma é a vida dele.

—  Foi você que aceitou estar nessa situação.  — Apoio os meus cotovelos na mesa.  — Mesmo que você pense em terminar tudo com a Valeria, sei que não vai. — Suspira aborrecido.

—  Por favor, Alessandro! — recostou-se melhor no assento.  — Eu não amo a Valeria, o que eu e ela temos é meramente sexual.  — Umedeceu os lábios. — Porque não a deixaria?

Ele nem parece, muito convicto com suas palavras. Eu sei perfeitamente o por que e ele também, mesmo custe a ele admitir.

 — Você encontrou nela, o que tanto procuravas. Desde que a Chloe foi embora.

—  O que seria isso exatamente?

 — Uma verdadeira mãe, para Emma.  — balançou a cabeça negativamente.  — A Valeria, ama a Emma, e digo o mesmo de sua filha, pois o sentimento é recíproco.

Seus brilharam ao ouvir as minhas palavras, tudo que ele quer é ver o bem estar da filha.

A Valeria praticamente, tornou-se uma segunda mãe para Emma. Ela tem acompanhado o crescimento daquela menina, desde os seus dois anos de idade. Hoje ela tem seis anos e as duas são inseparáveis.

—  Tenho a certeza que o seu convite para este almoço.  — Murmurou com despeito. — Não foi para falar sobre, a minha vida. — Assenti positivamente.

Hermes fez uma pausa, quando do garçom chegou com os nossos pedidos. Durante o nosso almoço, trocamos brevemente em algumas questões, que eu estava pretendendo fazer sobre o motivo que o trouxesse aqui.

— Então, é isso que eu pretendo fazer. — Suspiro apreensivo demais.  — Acho que é a melhor forma.

Ele ouvia tudo atentamente, em alguns momentos suas expressões eram de susto, e consternação total.

—  Alessandro, isso é uma loucura. — Fala convicto. — Você está se desgastando demais por causa dessa mulher. — Aponta para mim.  — Olha so como você está!

 — Hermes, eu preciso encontrar, Ara Blanche.  — Estava decidido. — Não ficarei sossegado, enquanto estiver no escuro sobre o seu paradeiro.

 — Sua persistência é admirável.  — Sorriu incrédulo.  — Entenda uma coisa Alessandro. — Aproximou o seu corpo na mesa e semicerrou os olhos. — Ninguém desaparece assim, por tanto tempo. Sem dar nenhum sinal de vida. Abandonado a própria família e nem ter mesmo comparecido no enterro de seu próprio tio, que a criou desde pequena.

O tio de Ara morreu faz uns três anos. Frederic Couts, eu tive a oportunidade de ver aquele homem uma única vez. Ele pareceu ser um bom homem. Alguns anos antes de sair definitivamente, de Nápoles para morar em Roma.

Recebi a trágica notícia da morte, daquele homem. A cidade de Nápoles é pequena, não foi difícil saber de quem se tratava e muito menos aonde viviam. Eu fui aquele funeral mesmo não tendo algum vínculo com a família da Ara.

—  Você está me escutando, Alessandro.  — Hermes, levanta o tom de sua voz.  — Vejo que mais uma vez, está perdido em seus pensamentos.  — Resmungou afoito.

 — Alguma coisa muito importante, aconteceu para ela não ter comparecido ao enterro. — Defendo-a.

 — Olha so para o que está dizendo.  — Contesta. — Ela nem se quer fez uma única ligação ou mesmo escreveu para eles. Acredito que a aquele homem morreu de desgosto, por ter criado uma mulher tão ingrata.

Eu entendo por ele estar aborrecido, minha causa e tudo que ele fez durante esses últimos anos ajudando-me a tentar localizar Ara Blanche. Mas, ele não a conheceu o suficiente para saber que ela nunca faria mal a quem ama. A minha Ara, nunca faria tal coisa.

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