CAPÍTULO 27

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Lúpus Mazzarella Eiger



Desço às escadas contendo a minha vontade de quebrar a cara do imbecil do Aramis Villard. Mesmo sabendo que à Valeria estava com ele.

Vê-lo no quarto de Ara, com ela usando apenas um vestido de seda de noite, um pouco transparente demais para o meu desagrado deixa-me possesso.

Espero que ele tenha entendido muito bem o meu recado, e não volte à cometer a mesma estupidez.

Faz apenas um dia que regressei com ela para Roma. A bala no meu braço foi retirada e neste momento estou com o meu braço esquerdo totalmente dolorido, inchado sem conseguir o mover.

Ela não perde por esperar, pois isso não ficará impune.

— Senhor, Mazzarella. — Sou a voz de Eleonor. A caminho até mim. — O pequeno almoço, já está servido como orientou. Devo chamar a senhorita Valeria para o acompanhar?

Eu observei a curiosidade evidente em seus olhos, e sabia perfeitamente do que se tratava. A chega de Ara Blanche, nesta casa despertou os olhares atentos de muitos.

— Não precisa.— Eu mesmo fiz o seu trabalho, penso. — Acredito que já esteja sabendo, da existência da nossa nova hóspede. — Assentiu.

Faço sinal para que ela seguir-me. Enquanto caminho para o jardim. Passo pela porta lateral, vejo à mesa arrumada e cheia de fartura. Sento no topo da mesa e olho para a mulher parada a poucos centímetros de mim.

— Ara Blanche, estará aqui por um tempo indeterminado. — Falo, começando a servir o meu café. — O tratamento que dá na Valeria, será o mesmo que ela terá, entendeu Eleonor?

— Sim...sim...senhor Mazzarella. — respondeu sucintamente.

— Ótimo. — Declaro. — Porém, ela estará extremamente proibida de sair desta casa, ou comunicar-se com alguém fora dela. — Alerto. — Se ousar ajudar ela, a desobedecer as minhas ordens, sabe perfeitamente o que farei.

Seu olhar mudou drasticamente, e sei perfeitamente que ela entendeu muito bem o que eu quis dizer.

— Pode se retirar.  — A dispensei, enquanto bebo o café.

Quando ela estava prestes a sair, o Aramis Villard aparece. Ele deixou um beijo casto em sua testa, deixando totalmente sem jeito a senhora de quase sessenta anos.

Que coisa mais besta e sem sentido nenhum.

Ela saiu, sem antes perguntar como estava o seu braço ferido. Ele todo sorridente respondeu que estava tudo bem e agradeceu a preocupação. Deixando finalmente ela se retirar do lugar.

Ele olhou para mim, e seu sorrisinho idiota morreu na hora. Ele sabia perfeitamente que eu ainda estava muito puto com ele.

— Até perco o apetite, só de ver esse seu olhar de merda. — Falou, e puxou uma cadeira sentou-se no meu lado direito. — Para de olhar assim para mim, cara! — Reclamou.

— O meu odeio só aumenta ao ver esse seu rosto idiota. — confesso.

— Deixa de ser doente, Lúpus. — Sorriu sem humor. — Você está assim todo putinho, só porque eu estava no quarto de Ara. — Suspira. Eu sou casado com a sua irmã. — Levantou o dedo mostrando sua aliança. — Mesmo que não esteja claro para você, eu sou totalmente apaixonado por ela.

Essa informação não surpreende-me. Mas, eu conheço perfeitamente o homem diante de mim, e sinceramente não sei se isso é suficiente para ele não se envolver com outras mulheres.

— Você estaria morto, se passa-se em seus pensamentos, o nome de Ara Blanche!

— Eu literalmente tive que viver, para ver o grande Lúpus Mazzarella, apaixonado por uma mulher. — Sorriu negando.

Quando eu estava pronto para responder o tamanho absurdo de sua constatação. Ouvimos passos e no momento seguinte, Valeria apareceu acompanhada por Ara.

— Não tolero atrasos. — Digo, olhando para as duas.

Valeria sussurrou alguma coisa para ela, que a deixou mais estática do que estava. Valeria foi sentar perto de Aramis Villard. Enquanto Ara ficou parada feito uma estátua.

— Porque não senta ao meu lado, Ara! — Digo batendo as mãos no estofo da cadeira. — Anda logo, não tenho o dia todo. — Ordeno.

— Não vou sentar ao seu lado. — contestou  firme. — Não tenho, obrigação nenhuma de fazer o está pedindo.

— Não teste a minha paciência. — Rosno, torcendo o meu pescoço. — Não vou pedir, novamente. Senta logo nessa maldita cadeira! — Estava ao ponto de explodir.

— Você não manda em mim. — Puxou a cadeira mais distante possível de mim. — Vou sentar-me aonde eu achar melhor. — Sentou sem nenhum receio.

Aperto os punhos e levanto. Caminho sua minha direção, sustentei o meu olhar no seu.

— Pare Lúpus, por favor não faça nada com que...

A Valeria levantou e tentou intervir, quando cheguei perto dela, com minha mão livre solto o seu cabelo, que eu detestava quando o prendia. 

— Não gosto de ver os seus cabelos presos. — Alerto. — Sua desobediência, não ficara impune. — Sussurro para si, depois dos últimos acontecimentos.

Seguro em suas  mãos fazendo-a levantar de suspensão. Arrasto para perto do meu assento, puxo a cadeira perto da minha a obrigando a sentar.

— Não estou com paciência, para dar um corretivo em você agora! — Falo, de forma fria e metódica. — Coma logo, antes que eu obrigue a fazê-lo.

Tentei tomar o meu café um pouco menos aborrecido, quando ela abriu a boca para falar do assunto que estava martelando os meus pensamentos.

— Quero saber aonde estão os meus filhos? — Falou, tenebrosa. — Eu preciso saber a verdade.

Estava me segurando para não cometer uma loucura, só de imaginar ela na cama com aquele homem.

— Lúpus eu preciso saber, aonde estão os meus filhos! — Gritou , acabando com a pouca paciência que me restava.

Sorri amargamente, olhando para si. Puta desgraçada!

— Porque eu saberia aonde estão os seus filhos? — Falo com ódio. — O que isso tem a ver comigo! Porra... — Levanto derrubando o meu assento.

— Lúpus, a gente a conversou sobre isso... — Aramis Villard, consternou impaciente.

— Os meus filhos foram tirados de mim. — Diz, fungando o seu nariz. —  Por sua causa seu desgraçado! —  Derramou a água em mim.

— Sua vagabunda!

Apenas com um passo até alcanço o seu corpo que estava a centímetros do meu. Pego o seu cabelo com brusquidão, fazendo o seu corpo erguer-se do lugar.

— Solta ela Lúpus. — Valeria suplica.

— Você acha mesmo, que vou me preocupar em encontrar os bastardos. — Aproximo o meu rosto do seu. — Que você teve com aquele desgraçado do Aleandro Rossi! — falo, com desprezo.

— O único bastardo aqui é você. — Cuspiu no meu rosto. — Lava sua boca para falar, dos meus filhos.

Soltei o seu cabelo, limpo com o dorso da minha mão o meu  rosto sujo por sua saliva. Dou um tapa tão forte em si, a fazendo se desequilibrar e cair ao chão.

— Sua puta desgraçada, eu vou acabar com a sua vida. — declaro fora de mim.

CONTRAVENTOR  "O Ajuste de Contas"Onde histórias criam vida. Descubra agora