CAPÍTULO 47

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Ara Couts Blanche



Penteava o cabelo de Aurora de frente ao espelho. David estava sentado na cama observando silenciosamente.

Eu estava segurando as lágrimas, para não assustar as crianças. Mas, está sendo difícil. Sempre que eu quero chorar, tenho que ir ao banheiro. Para eles não perceberem.

Apenas passou um dia desde o assassinato de Bernard Villard. Valeria não voltou para casa, Aramis não voltou para casa.

O Lúpus só regressou nesta madrugada, trocou poucas palavras comigo. Apenas avisou que, o corpo de Bernard será levado para França aonde será realizado o enterro.

Questionou se eu estava disposta a ir. Eu disse que sim. Bernard exerceu um papel importante na minha vida. Além do mais, o Aramis e Valeria precisam de todo apoio possível nesse momento.

— Mamãe eu quero viajar com a senhora. — David contestou pela milésima vez.

— Eu também quero. — Aurora deu corda ao irmão.

— Eu já conversei com os dois sobre esse assunto. — Finalizei uma trança no cabelo de Aurora.

— A senhora vai abandonar a gente? — Questinou David. — A tia Valeria não está em casa, o tio Aramis também. — reclamou. — Eu não quero ficar com o Lúpus. Eu não gosto dele.

— David, não fala desse jeito do seu pai. — Repreendi ele.

— Mamãe o não liga para o que David fala. Ele está com ciúmes. — Aurora olhou para o irmão.

— Eu não estou com ciúmes, Aurora. — Consternou ele.

Não estava entendendo nada sobre essa conversa dos dois. Ciúmes? Por que o David está com ciúmes?

— Meu amor, por que você está com ciúmes?

— Ele tem ciúmes, porque o papai dá mais atenção para mim. — Aurora disse.

— Não é verdade... Não seja mentirosa Aurora. — Ele disse bravo.

— David o seu pai, ama vocês os dois igualmente.

Eu não tinha certeza disso. Mas, não poderia deixar o meu filho pensando que o próprio não ama ele.

— Ele é teimoso mamãe! David. Não precisa ter ciúmes. Se ele não amasse você, ele não compraria todos aqueles presentes para nós. — Aurora foi perto do irmão e abraçou ele.

— Mesmo assim eu não gosto dele. — reafirmou ele. — Não quero que ele fique com a gente, enquanto a senhora viaja.

— O seu pai vai comigo nessa viagem. — Falo. — Vocês vão ficar com a titia Ophelia, mulher do Salvatore. Lembram dele? — Eles balançam a cabeça negando. — Ele foi juntamente com o pai de vocês e o Aramis, para busca-los  na casa de Helena.

Quando o Lúpus, avisou para mim quem era a pessoa que cuidaria das crianças. Fiquei surpresa. Eu quase não recordava de Ophelia, pois a única vez que conversei com ela foi quando ele levou-me para Grécia.

Naquela mesma viagem que eu conheci a mãe de Emma. E ela quis me matar dentro daquele celeiro horrível. Como é possível a Emma, sendo uma menina tão doce. Ser filha de uma mulher tão cruel como a Chloe!

Outro fato surpreendente para mim. Foi saber que Ophelia, casou-se com Salvatore.

— Quando a senhora regressa mamãe?

Ouço uma batida na porta. Caminho até a mesma abrindo.

Vejo a mulher parada em frente a porta, com um pequeno sorriso nos lábios. Ela não mudou quase nada. A única diferença é que os seus cabelos grisalhos estão mais visíveis, após sete anos.

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