CAPITULO 50

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Lúpus Mazzarella Eiger

Comecei a me aproximar lentamente, deixando-a se acostumar com centímetro a menos, deixando-a sentir, me sentir.

Percebi quando sua respiração falhou e percebi quando ela tremeu. Mas quando não restava nada além de um centímetro entre nós, rocei meu nariz no seu e a vi abrir os lábios, não consegui segurar o sorriso.

— Estou sonhando muito com esse momento. — sussurrei e acabei com a distância entre nossas bocas.

Fui devagar, selando delicadamente seus lábios, o superior, depois o inferior, então deslizei lentamente a língua. Mas dessa vez Ara não ofereceu resistência nenhuma, abrindo-se para mim como uma flor desabrocha.

Comecei a explorar sua boca, o sabor de de ervas doces misturados. Deixei que ela repetisse meus movimentos.

Mas eu tenho que admitir no instante que ela começou a se mover junto comigo, no mesmo ritmo, harmonicamente, como se tivéssemos sido feitos um para o outro eu tive que me segurar muito para não a puxar para perto e mostrar como era o beijo que eu queria dar nela de verdade.

Dei um pequeno passo então. Aprofundei mais o beijo, e para minha surpresa Ara me acompanhou.

E meu corpo...ele rugia, rugia inteiro por ela. Ara, por sua vez, segurou na minha camisa, como se tivesse medo de cair. Suas unhas roçaram no meu peito em um momento, e eu quase fui ao céu.

Porra! Se ela soubesse o quanto eu desejei aquilo em meus braços.

O que eu fiz para ter aquilo. Se só houvesse aquele momento, tudo teria valido a pena.
E agora que estava acontecendo era como se fosse irreal.

Meu corpo todo formigava, e parecia que eu estava em outra dimensão, dançando entre a lucidez e a loucura, totalmente ébrio. Era como estar preso naquele momento antes do êxtase, como se estivesse presente a atingir o ápice.

Eu dava graças aos céus por ela não ter sentado centímetros mais acima, senão eu já estaria louco.

Mas, infelizmente, o folego dela começou a fazer falta, e antes que eu pudesse  ela se afastou um pouco desesperada sem ar.

Ofegante ela parecia ainda estar voltando a realidade, tanto que piscou algumas vezes. Bochechas rubras, lábios vermelhos entreabertos molhados e inchados.

Tudo por minha causa. Eu, o primeiro homem a sua vida deixá-la assim, vermelha e ofegante. Mas eu precisava saber.

Um lado meu quase entrou em êxtase de alegria.
Outra engoliu seco. Se ela estivesse sentada mais alguns centímetros acima...ela sentiria o que aquele simples beijo já causara... e agora mais beijos...

Eu sabia que era errado, eu sabia que não devia deixar isso acontecer. Aquilo era fodidamente problemático e prosseguir com aquilo era o início do meu fim.

— Eu não posso cometer esse erro. — Ela sussurrou, parecendo travar uma batalha interior.

Mas a boca dela era tão boa, o beijo dela, tão...tão puro, doce. Eu jamais beijei alguém que se revelasse tanto durante o ato, que se deixasse tão aberta e exposta. Era tão lindo , só queria tirar aquela inocência e a mostrar o prazer que existia no inferno, onde eu jazia desde que botei os olhos nela.

Sim, a levar para aquele lugar comigo era puta egoísta, eu sabia, mas ela ficaria tão linda dês aflorando muito mais.

Delírio.

A beijei com um pouco mais de cede dessa vez, uma das minhas mãos deslizando pela cintura dela, a outra indo segurando sua nuca.

Ara permaneceu com as mãos no meu peito, um lugar seguro. Já nossas línguas dançavam juntas, em uma sincronia deliciosa e mais intensa.

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