ARA COUTS BLANCHE
Seu olhar não vacilou em momento nenhum. Aproximou-se mantendo uma distância considerável entre nós. Seus punhos estão fechados. Uma linha fina formou-se entre seus lábios, tornando o seu rosto duro demais.
Eu bati nele... deveria ter usado mais força, para quebrar esse nariz francês perfeito dele.
— Eu não menti a você, Ara. — Soltou um longo suspiro. — Simplesmente, não contei o que provavelmente você mais temia. — Ódio instantâneo cresceu dentro de mim. — Me desculpe, mas eu devo a minha lealdade ao Clã.
— Você não deve a sua lealdade ao clã. — Consternou, Valeria. — Deve sua lealdade ao Lúpus.
— Cala a sua boca Valeria! — Aramis Villard, olhou de assolai-o para ela, reprovando a sua intervenção.
A tenção entre ambos era gritante. A Valeria continua no mesmo lugar, desde que desferi o tapa no Aramis Villard. Os dois parecem odiar um ao outro, como é possível duas pessoas odiarem-se tanto e ao mesmo tempo serem casados.
— Por acaso ela mentiu em suas palavras? — falo ironicamente, concordando com as palavras de Valeria. — Tudo que você fez, foi apenas cumprir ordens e trazer-me de volta para o meu inferno.
Lúpus Mazzarella é o meu inferno. Aquele homem chega a ser muito pior do aquele lugar que estive em cativeiro em dois anos.
Meu estomago embrulhou, e a ânsia de jogar tudo para fora era intensa. Eu sinto nojo de Aramis Villard. Por todas as mentiras que ele contou para mim, me fazendo acreditar que realmente salvaria os meus filhos, assim como salvou-me daquele lugar.
Eu dei a ele algo que prometi a mim mesma nunca mais dar para ninguém. Confiei nele e em suas palavras. Infelizmente ele criou uma esperança em mim. Uma esperança que finalmente terminaria com todo o meu tormento.
— Ara, eu sinto muito por tudo que você passou.
Aramis Villard, tentou se aproximar de mim, com cautela. Recuei antes que ele alcançasse o meu corpo.
— Chega de mentiras! — Grito. — Você não sentiu nada, quando mentiu olhando em meus olhos. — Aponto para si. — Nunca vai sentir, pois seu coração é tão podre como daquele homem.
Ele tenta mais uma vez se aproximar de mim. Num gesto rápido pego o abajur na cabeceira perto da cama atirando-o ao chão, fazendo objeto despedaçar-se em fração de segundos. Valeria levou as mãos aos lábios em choque, os seus olhos não saiam do homem parado diante de mim.
— Aonde estão os meus filhos, Aramis Villard? — Exige saber desesperada.
Pequenas lagrimas já se formavam em meus olhos. Estou me segurando ao máximo para não desfalecer no momento, não posso dar esse gosto a nenhum deles.
— Ara, se acalme você terá os seus filhos de volta. — Aramis fala, demasiadamente calmo.
— Ele está dizendo a verdade, Ara. — Valeria, diz esboçando um pequeno sorriso. — O Lúpus moverá céus e terra, para encontrá-los.
— Não acredito em nada que venha de voces. — Valeria, olha para mim negando. — Eu odeio, Lúpus Mazzarella, nada de bom veem daquele homem.
Não vacilei em minhas palavras. Não confio naquele homem, nesse momento ele já deve saber que é o pai dos meus filhos. Mas, essa informação pode não ser o que ele esperava, colocando a vida dos meus filhos em perigo.
A porta principal do quarto foi aberta e vejo o homem que há anos desejei que estivesse a sete palmos da terra, adentrando com o braço direito enfaixado e uma cara de poucos amigos. Está usando um moletom cinza, mas, sem a parte superior assim como o Aramis Villard. A única diferença é que a sua camisa de mangas curtas é branca.
— Estou os aguardando para o café. — diz sucinto.
Seus os olhos estão presos em mim, inspecionando todo o meu corpo. Após fazer a sua vistoria, seu rosto fechou parecendo estar raiva.
— Bom dia, para você também, Lúpus. — Valeria, diz com desdém.
— Como vai, Lúpus? — Aramis, deu um passo em sua direção. — Achei que não voltaria, tão cedo para casa.
Os olhos ainda estavam presos em mim, como se houvesse nós dois neste quarto. Ele não vacilou em momento nenhum, ignorando tudo a sua volta. Imbecil, idiota...
— A próxima vez, que eu o encontrar conversando com a minha Mulher. — Rangeu os dentes. — Vestida apenas de uma camisola de noite. — Não acredito nisso. — Aproxima bala não cruzara o seu braço, mas, sim a sua cabeça.
Aramis Villard, engoliu em seco e a Valeria sorriu baixinho, como se isso fosse a cena mais engraçada do mundo. Ele chamou-me de sua mulher?
— Lúpus, eu não o quis desrespeitar... — Aramis Villard, tentou se explicar.
O que não tinha cabimento algum, pois eu não sou nada desse homem, como ele ousa dizer uma coisa dessas.
O desgraçado do Lúpus, simplesmente saiu do quarto de repentinamente em sua postura imponente e cheio de si. Ordinário!
— Acho bom, você sair do quarto, pois ajudarei a Ara, a trocar-se para o café.
A Valeria, diz e começa a empurrá-lo para fora do quarto, abruptamente como se ele fosse um cachorro sem dono. Ele simplesmente obedeceu, sem contestar. Ela fecha a porta, e se escorra sobre ela suspirando aliviada.
— Eu não vou a lugar nenhum. — Falei para o seu tormento.
Sentei na cama, disposta a permanecer na mesma por um bom tempo. Não vou sujeitar-me aos caprichos desse homem, muito menos das pessoas que trabalham para ele.
— Você não pode estar falando sério?
Valeria falou aborrecida, e caminhou ate a cama com cuidado devido os estilhaços do que restou do abajur espalhados no chão. Ela ficou a uma distância considerável, e cruzou os braços na altura do peito.
— Eu já disse que não vou a lugar nenhum. — Retruquei, mais firme ainda.
— Olha, eu sei que você odeia todos nós. — Ela começou a falar sutilmente. — Principalmente o Lúpus, pois sei que ele está no topo da lista. — Suspirou. — Você passou por muito, e sinceramente nada do que eu possa dizer vai mudar esse facto.
— Então porque você não me deixa em paz. — Falo exausta. — Vai logo correndo para o seu chefe contar que eu estou desobedecendo suas ordens.
— Eu não vou fazer o que sugere. — Sorriu sem humor. — Tenho a plena certeza que sabe que ele detesta ser contrariado. — Não dificulte as você mesma. Com essas atitudes não terá os seus filhos de volta.
— Você sabe aonde os meus filhos estão? — Pergunto aflita.
Ela falou sobre eles então deve saber de alguma coisa. Mesmo pensando que provavelmente não me dirá nada.
— Eu não sei. — Seus olhos não vacilaram. — Eu juro que caso eu soubesse, seria a primeira pessoa a traze-los em seus braços. — Uma lagrima involuntária brotou em meu rosto. — Não o faça por você, mas, sim por eles.
Desde que tive os meus filhos, nada mais importa para mim. Desde que eles estejam seguros da maldade que envolve, o Lúpus Mazzarella.
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CONTRAVENTOR "O Ajuste de Contas"
Roman d'amourSegundo livro da estória "CONTRAVENTOR " Para entender o segundo livro, é necessário ler o primeiro livro. Que está disponível aqui no meu perfil.