Lúpus Mazzarella Eiger
A sobremesa havia sido retirada da nossa mesa já faz um tempo. Eu saboreava o quinto copo de vinho tinto. Enquanto ela permanece na sua taça de água sem gás, com limão.
Trocamos poucas palavras durante todo o jantar. Confesso que gostei da sua companhia. Mesmo percebendo que ela passou à noite desconfortável com a minha presença.
Ela não acostumou com esse novo lado que tenho demostrado. Nem mesmo eu sabia que conseguiria ser menos rude com ela.
Porém eu sou um homem, que sei perfeitamente como agradar uma mulher. Mas, com Ara isso não será suficiente. Ela precisa demais, ela precisa saber que eu posso ser muito mais.
— A sua companhia, foi a melhor que pode desfrutar até hoje. — Falo, roubando a sua atenção.
— Não precisa contar inverdades, para tentar agradar-me.
— Alguma vez eu menti para você? — Questiono a desafiando.
Eu nunca menti para ela. Não lembro de ter contando uma mentira e ela sabe perfeitamente. Sua expressão mudou, arqueando as sobrancelhas.
— O que você quer de mim, Lúpus?
— A verdade, Ara. — Levo o copo de vinho até os meus lábios. — Estou esperando você, falar a verdade.
— Não estou entendendo. — disse com uma expressão confusa no rosto. — Se está falando, sobre eu ter convidado à minha tia e minha madrinha para virem para Roma. — Suspirou. — Achei que a Valeria o comunicou.
— Certamente, Valeria falou-me sobre. — recostei meu corpo na cadeira. — Não me importo. Sei que faz anos que não vês a sua família. Aquela casa também é sua, tem total liberdade.
— Sinceramente não esperava essa reação da sua parte. — Confessa. — Porém não considero, aquela casa como minha.
Ela ainda estava na defensiva. Tudo que eu falasse ela provavelmente vai rebater. Mas, hoje vou demonstrar que ela não precisa ter medo de mim novamente.
— Não está se esquecendo de nada? — Dou a ela mais uma chance.
— Eu já contei tudo que precisava saber. Não entendo essa sua insistência sem motivo.
— Tudo bem, já que você não quer falar. — faço movimentos circulares na mesa. — Eu vou falar então por você...
Ela olhou-me atentamente seguindo o movimento de minhas mãos. Ponho a mão direita no meu bolso, retirando o papel na cor nude.
Minha mão vai até o ar, para que ela observar o que eu estava segurando. Seus olhos estão arregalados.
— Lúpus... e-euuu posso explicar. — seus lábios tremem.
Quando regressei para Roma. Ophelia disse que precisava conversar comigo urgente. Senti em sua voz que eu não gostaria do que estava por vir.
Trancados no meu escritório. Ela confidenciou que encontrou algo importante no quarto Ara, no tempo que ficou cuidando das crianças.
Então ela entregou a carta que achou. Quando eu abri a mesma e li tudo que estava escrito. Eu precisei me segurar para não cometer um atrocidade.
Só que Ophelia acalmou os meus ânimos. Dizendo o que está rondando a minha cabeça durante esse mês todo, até chegarmos neste momento.
Flashback um mês antes.
— Lúpus, você precisa se acalmar. — Eu andava de um lado para outro. — Não faça nada contra, Ara.
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CONTRAVENTOR "O Ajuste de Contas"
RomansaSegundo livro da estória "CONTRAVENTOR " Para entender o segundo livro, é necessário ler o primeiro livro. Que está disponível aqui no meu perfil.