CAPÍTULO 14

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Alessandro Rossi



Suspiro encarando Hermes, que está impaciente. Os pratos do almoço foram retirados, e foi servido a sobremesa. Que que está com um ótimo aspecto. Porém, está intocável. Com toda essa tensão, nenhum de nós encostou um dedo se quer.

— Você estava indo tão bem. — Comenta. — Achei que essa mulher, estava bem enterrada no seu passado. Desde que decidiu sair de Nápoles, para não ter lembranças dela.

Há dois anos, que decidi encerrar minhas buscas para tentar achar Ara. Mesmo contratando um detetive particular muito reconhecido pelas redondezas. Que cobrou um valor altíssimo. Não teve sucesso nenhum, mesmo seguindo algumas pistas relevantes. Ainda lembro de suas palavras.

"Essa mulher foi engolida pela terra, senhor Rossi. Desculpa-me mais acho que é improvável achar ela. A não ser que a mesma decida aparecer"

— Falei com sua madrinha e sua tia alguns dias atras. — Confidencio. — Tenho total apoio delas para avançar com isso.

Apos a morte do marido. Amanda Lins, tia de Ara. Regressou a sua cidade natal para ficar com o filho Liam Couts. O desaparecimento repentino de Ara, abalou toda sua família ao ponto de desestabilizou a estrutura que existia.

Amanda Lins a tia de Ara, acha que realmente sua sobrinha, decidiu abandonar a família para viver sua própria vida longe. Depois de sua viagem de férias, com amiga Graziela. Segundo a mesma a Ara havia ligada uma única vez e pareceu estar bem. Está ligação aconteceu alguns meses antes de eu ter a encontrado na quela estrada. 

Já a madrinha de Ara. Lisa Bonet. Não acredita que ela sumiria assim sem razao aparente. Ela tem dado todo apoio necessário para mim. Mas, sinto-me horrível, pois não contei sobre os bebes para nenhuma delas. Acho que não tenho o direito de dar essa informação.

Já pensou na possibilidade de ela estar neste momento, com o pai de seus filhos? — Sinto o gosto amargo em minha boca. — Ela pode estar vivendo feliz nesse momento. — Desdenha. — Enquanto você está aqui tentando achar essa mulher.

Ele deve estar falando desse jeito, pelo que aconteceu com ele e a Chloe. Isso seria uma comparação absurda pois, Ara Blanche é muito diferente de Chloe Kouris.

— Não acredito nessa possibilidade. — Recrimino-me pois já pensei nisso. — Esse homem nem estive no dia do nascimento dos próprios filhos. — Fecho o meu punho sentido meu sangue quente.

— Tudo bem, se você quer acreditar nessa teoria! — gesticulou. — Depois quando a encontrar, casada e vivendo como se você nunca existiu em sua vida. — diz convicto. — Lembra que o avisei, meu amigo.

— Eu prometo que essa será a ultima vez. — Prometo. — Preciso de seu apoio, você é o melhor amigo.

Soltou um longo suspiro assentindo. Vejo em seu olhar, que ele se deu por vencido. Fiquei satisfeito por isso.

— Não o deixaria ser o padrinho de minha filha. Se não fosse importante para mim, Alessandro. — Murmurou. — Aliás, está devendo uma visita a Emma. Ela não cansa de perguntar por você.

— Estou em falta com você. — Confesso. — Com a Emma também, vou os recompensar meu amigo.

— Espero bem que sim! Ou vou destituir você da função de padrinho da minha filha. — Ameaça.

— Sabia que poderia contar com você. — Digo aliviado. — Então está tudo acertado para hoje! — Assentiu.

— Vou fazer alguns contatos. — Retirou o telefone, do bolso. — Para facilitar tudo, cobrando favores a pessoas importantes no ramo, aqui em Roma.

— Estou tentando entrar em contato com a Graziela. — Aquela mulher está muito diferente. — Disse que está de viagem, não poderia comparecer para falar sobre o desaparecimento da própria amiga.

Esbarrei alguns anos, com Graziella aqui em Roma. A questionei sobre Ara, se tinha alguma noticia sobre seu paradeiro. Ela simplesmente negou dizendo que, sabia o mesmo que todo mundo. Que amiga decidiu ir embora, para viver em outro lugar.

Ela não me pareceu muito afetada com toda estória. Eu fiquei muito confuso, por sua reação. Falava de Ara Blanche, como se fosse uma total desconhecida para si. Elas chegaram a viver juntas por um tempo, e a mudança de Ara Blanche, foi muito repentina para todos.

— Alessandro, ela está no direito de não querer se expor, nessa situação toda. — diz comedido. — Quem sabe elas mantem contato, esse tempo todo.

— Não acredito nessa teoria. — Acho que é improvável. — Estou frustrado, pois ter Graziella, ajudando nessa situação seria ótimo. — Admito. — De qualquer das formas, vou seguir com o plano.

O plano é fazer uma conferencia publica, falando pela primeira vez sobre o desaparecimento de, Ara Blanche. Provavelmente vou expor muito ela e a mim também. Mas, estou preparado para correr os riscos necessários para poder a ver de novo.

— Você tem alguma fotografia dela ainda? — questiona indiferente. — Já nem lembro mais do rosto dessa mulher. — Fala pensativo. — Eu acho que a vi uma única vez naquele almoço em Nápoles. Quando ela estava com a família e essa suposta amiga.

— Entendo você não lembrar dela. — Guardou o seu telefone.

Tenho algumas fotografias antigas suas. Acho que vai servir, ela era um pouco nova, mais será o suficiente. Já que não consegui achar o Dr. Ernesto e muito menos a sua suposta sogra a senhora, Amelie. A minha esperança é que alguém tenha alguma informação sobre ela.

— Preciso voltar para empresa agora. — Levantou-se. — Quer ir junto?

Paguei a conta. Levantando em seguida para o acompanhar até ao seu carro.

— Acho melhor não. — Nego. — Imagina encontrar aquele homem, ele saber que agora tenho algumas ações de sua empresa.

— O Lúpus Mazzarella, é um fudido. — Sorriu. — Mas, é uma fera no mundo dos negócios. — Deu uma batidinha em meu ombro esquerdo. — O dinheiro que você investiu naquelas ações, serão muitos lucrativas.

— Eu nem quis comprar aquelas ações. — Acuso. — A ideia foi sua! Estou completamente arrependido.

— Estamos a falar da maior empresa do ramo no país. — Paramos na entrada do restaurante. — O homem praticamente, construí-o um império. — Olhou para mim. — Você será mais rico do que já é meu amigo.

— Hermes, nem tudo se ressume ao dinheiro. — Ele sorri, como se eu acabasse de falar uma besteira.

Os nossos carros foram estacionados na entrada. Os dois choferes, descem e entregam as chaves. O carro de Hermes, um é Bugatti Mistral azul. O meu é um Rolls- Royce Swetail preto.

— Você nunca chegou de explicar para mim. — Caminhou até o seu carro. — O motivo de odiar tanto o Lúpus Mazzarella! Apesar de ele já ser um homem desprezível. — Sussurra as últimas palavras.

— Sei lá, a muitos fatores envolvidos. — Abri a porta do meu carro. — Você não entenderia.

— Hummm... tudo bem, se não quiser falar nada. — Da de ombros. — Mas ainda assim, insisto que vá a empresa comigo. — Levanta o queixo apontando para mim. — A Valeria, ficaria muito feliz em poder o ver novamente.

Hermes, não consegui aceitar uma desfeita. Que homem insuportável, se não aceitar é bem provável que vai continuar insistindo.

— Tudo bem, eu vou acompanha-lo até a empresa. — Digo a contragosto. — Espero não encontrar aquele homem.

Ele entrou em seu carro, dando partida. Abri a porta do meu carro entrei fechando logo em seguida. Segurei o volante com força, tentando acalmar os meus batimentos cardíacos. Calma... Calma... não é a primeira vez...

CONTRAVENTOR  "O Ajuste de Contas"Onde histórias criam vida. Descubra agora