Ara Couts BlancheA sua mão permanece estendida, esperando que eu o alcance da mesma forma que a minha formigava para a pegar.
Finalmente eu posso ter a minha liberdade, de viver novamente longe desse mostro. Curar toda a dor que ele causava em mim.
Mesmo parecendo irreal tudo isso. Mesmo que o sonho mais profundo seja estar distante desse homem e de todo o mal, que ele transborda.
— Ara... a gente precisa sair daqui. — Alessandro, alerta. — Sei que está aqui contra sua vontade. — Lágrimas brotaram de mim. — A gente vai para uma delegacia e denunciar esse homem.
A minha mente suplicou para pegar as mãos de Alessandro e sairmos juntos daqui, e confessar tudo que aconteceu e deitar nos seus braços, ansiando nunca solta-los.
O meu coração, nega. O meu coração diz que se eu sair dessa casa com o Alessandro, eu nunca vou encontrar os meus filhos.
Apesar de doer em mim como se uma adaga estivesse perfurando o meu coração. Eu sinto que os meus filhos estão vivos e a única pessoa capaz de trazê-los até mim é o Lúpus.
Esse mostro é a única pessoa que pode devolver os meus filhos.
Dou um passo para atrás, limpando as lágrimas com o dorso da minha mão. Sem coragem nenhuma de olhar para o Alessandro.
— Por favor... não faça isso. — Suplicou Alessandro. — Não tenha medo, eu sempre vou protegê-la.
— Eu não posso. — sussurro. — Eu preciso que entenda que...
— O merda está dizendo? Ara. — Sua voz era sôfrega. — Você sabe como eu fiquei, que nem um louco a sua procura, por todos esses anos? — Manuseio a cabeça negando. — A sua família sofrendo, e você aqui todo esse tempo!
Sua palavras surpreende-me, ele esteve todo esse tempo preocupado comigo. A minha família nunca desistiu de mim. Eles pensavam em mim, como eu ainda pensava em todos eles.
— Senhor Rossi, acho melhor não insistir. — Valeria, alerta. — Ara, já tomou a sua decisão.
— Alessandro acho melhor a gente ir. — O seu amigo diz.
O Lúpus mantinha um sorriso presunçoso no rosto. Mas, nada dizia. Ele ganhou mais uma vez, ele saiu vitorioso. Infeliz
— Agora tudo faz sentido para mim. — Alessandro, diz pensativo. — Ele é o pai dos seus filhos, não é?
— Que porra está dizendo? — Lúpus, falou revoltado.
— Não se faça de desentendido, Mazzarella. — Acusou, Alessandro. — Vai negar os seus próprios filhos!
Tudo que Alessandro disse, pareceu ser um balde de água fria para o homem que estava à centímetros de mim. Ele realmente pensava que, os meus filhos eram de Alessandro.
— Saiam da minha casa agora. — Lúpus exaltou-se. — Carlos, você sabe perfeitamente o que fazer.
Ele ordenou para um de seus seguranças, que de imediato foram até Alessandro com a intenção de o levar a força.
— Não encostem em mim. — Alessandro, avisou. — Eu sei aonde fica a saída.
— Senhor Megalos, espero vê-lo em breve.
Aramis Villard, fala parecendo ameaçar o homem, que simplesmente direcionou seu olhar a Valeria, que estava alheia a tudo.
Alessandro deu às costas sem olhar para mim uma última vez. Aquilo quebrou o meu coração. O seu amigo o acompanhou. Vejo os seus corpos desapareceram depois de passarem por aquela porta.
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CONTRAVENTOR "O Ajuste de Contas"
RomantizmSegundo livro da estória "CONTRAVENTOR " Para entender o segundo livro, é necessário ler o primeiro livro. Que está disponível aqui no meu perfil.