CAPÍTULO 49

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Ara Couts Blanche

Nesta noite não consegui dormir mais cedo que o comum. Dez horas da noite. Permaneço sozinha neste apartamento.

Há duas horas atrás, liguei para a Ophelia. Falei com as crianças durante um bom tempinho. Avisando que estava de regresso para casa amanhã.

Estou com muita saudades dos meus filhos. Eles são o meu Porto Seguro.

Ontem antes do Salvatore, levar-me para casa sobre orientação do Lúpus. O homem entregou um telefone para mim. Ele já havia gravado, os contatos importantes que eu provavelmente pudesse precisar.

Confesso que fiquei surpresa por sua atitude. Não demonstrei interesse nenhum, para não pensar que estava

O Lúpus não regressou ontem para o apartamento. Apenas ligou avisando que não voltaria. Eu nem quis saber o motivo, então deixei por isso mesmo.

Ele não precisava ficar dando explicação nenhuma para mim.

Estou achando que ele  não vai voltar para o apartamento hoje, pelos vistos!

Sentei-me no sofá usando um pijama nude. Peguei a chávena de chá na mesinha, levando-a até os meus lábios.

Ouço o barulho da porta sendo aberta, virei o meu pescoço na direção. Quando o Lúpus passou pela porta, vestindo a mesma roupa que estava no dia do funeral de Bernard.

Céus! Ele está com essa roupa a quase dois dias.

Quanto mais ele se aproxima, vejo o quanto seu rosto está abatido. Olheiras profundas. Cabelo ressacado, rosto inchado. Ele emagreceu uns quilinhos quase imperceptíveis.

— Está me esperando? — perguntou, desfazendo-se do seu blaser.

— Não. Já estava me preparando para dormir. — digo, levantando com a chávena em mãos.

— Tudo bem. Pode ir descansar.

Assenti passando por ele, que estava colocando seu blaser sobre o sofá. Os primeiros botões da sua camisa social já estavam abertos. Ele estava dobrando as mangas da camisa.

Antes de chegar na porta da cozinha, para deixar a chávena que agora está vazia. Paro e dou meia volta, me arrependo no mesmo instante de fazer aquela pergunta.

— Você comeu alguma coisa?

— Eu estou bem. — Respondeu sucinto.

— Não foi isso que eu perguntei, Lúpus. — Insisto.

— O meu dia foi muito corrido. Apenas tomei um café pela manhã.

Ele mal alimentou-se , como é possível estar em pé ainda.

— Vou preparar alguma coisa para você comer. — Avisei. — Vá tomar um banho, não vou demorar por aqui.

Não o deixei contestar. Entrei em disparada na cozinha. Larguei a chávena na pia da cozinha. Abri os armários vendo alguns ingredientes. Pensante o que poderia fazer para ele nessa hora da noite.

Dicidi por fim em fazer uma sopa de legumes. Por ser algo leve ele vai ingerir facilmente, podendo ajudar a não prolongar a sua digestão antes dele dormir.

**************

Depois de vinte cinco minutos, a sopa já estava pronta. Quando o homem saiu do quarto, a mesa estava posta com sua comida servida.

O Lúpus parecia menos cansado que a minutos antes quando chegou. Seus olhos estavam até melhor. Vestiu uma camisa folgada azul e uma calça jeans escura.

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