CAPÍTULO 33

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Lúpus Mazzarella Eiger


O regresso para capital do país, foi rápido. Aurora e David dormiram durante todo voo. Seus ferimentos foram cuidados antes de sairmos de Bergamo.

Infelizmente naquela explosão perde sete homens. A casa de Helena Martinez, ficou em cinzas e não foi possível, recuperar absolutamente nada.

Salvatore foi para sua casa. Pois, Ophelia não parava de ligar. Após ter contado sobre a explosão. Ele precisa acalmar a sua mulher.

Passamos pelos grandes portões de minha casa em Roma. Os carros foram estacionados na entrada principal, perto do jardim.

Aurora permaneceu dormindo em meus braços, enquanto David. Estava acordado atento a tudo a sua volta.

Desce do carro em Aurora no meu colo. Aramis segurou a mão de David. A porta principal foi aberta e Paolo veio rapidamente ao nosso encontro.

— Senhor Mazzarella... Senhor Villard...Bom dia!— disse, alternando o seu olhar entre Aurora e David.

— Não é um bom dia... Paolo. — Aramis, bate no ombro do homem, entrando na casa.

— Aonde está a minha mulher? — Questiono , passando por ele.

— A senhora Blanche, está na cozinha com a...— Não o deixo terminar e vou entrando logo na casa.

Ele acompanhou os nossos passos até à cozinha. Aramis entra com David que parecia assustado. Ele não parou de perguntar por aquela mulher.

Assim que passo a porta com Aurora nos meus braços.

Valeria assustou-se e derrubou o copo em suas mãos. Leonor ficou petrificada. Ara estava de costas, mas, virou-se rapidamente para trás e caiu de joelhos ao ver-nos.

— Mamãe...

David largou a mão de Aramis Villard. Correndo até Ara que não conseguia mover o seu corpo. Ele abraçou ela, como se a sua vida dependesse disso.

Fez-se um silencio total. Enquanto todos observam o reencontro, entre ambos.

Acredito que ela deve estar surpresa, por ouvir ele a chamar ela de mãe. Provavelmente ela está confusa. Assim como a gente ficou.

Ara retribuiu o gesto chorando compulsivamente e redistribuindo vários beijos no rosto do menino.

— David...David... meu David.

Ela repetia incontáveis vezes o seu nome, enquanto segurava o seu rosto entre as mãos. Cheirou o seu cabelo e suspirou aliviada.

Levantou-se sem soltar o David.  Olhou Aurora nos meus braços e veio até mim.

— Calma, ela está dormindo. — Aviso assim que ela estendeu as mãos. — Também tem alguns machucados.

— Co-como assim? — Seu rosto mudou de imediato. — O que fizeram com a minha filha?

— Depois eu explico tudo. — Vejo como ela estava linda, naquele vestido. — Vou subir e deixar ela na cama. — Aviso.

— Eu vou com você.

Ela diz de prontidão. Seguimos para o andar de cima. Ela estava segurando em David. Enquanto ele tentava falar varias coisas ao mesmo tempo.

Cheguei até à porta do seu quarto. Abri e entrei, levando Aurora até sua cama. Deitei ela com cuidado, depois cobrindo o seu corpo.

— Lúpus o que aconteceu? — Ela sentou perto de Aurora tocando em seus cabelos. — Venha aqui David.

Ele foi de imediato para junto de sua mãe. Ela passou o seu braço livre no seu ombro.

— Eu preciso tomar um banho. — Suspiro exausto. — Mais tarde a gente conversa.

Sai do seu quarto, fechando a porta. Desvio o caminho em direção ao meu quarto, descendo as escadas.

Volto novamente para a cozinha, e vejo o Aramis Villard, discutindo com Valeria.

— Será mais fácil, eu entregar uma arma para vocês. — Pego a minha arma. — Querem matar um ao outro? — Levanto a sobrancelha, quando vejo a faca nas mãos de Valeria. — Façam isso longe da minha casa!

— Eu não suporto mais olhar, na cara desse homem. — Falou com desdém. — Espero que você suma de uma vez. — Aramis tentou argumentar, mas ela foi mais incisiva. — Assina a merda do divórcio!

— Melhor deixarem essa discussão para outra ocasião. — Olho para Aramis. — Villard, vamos até o meu escritório. — Pego a arma, e deixo sobre a ilha.

— Preciso de um minuto. — Villard, falou olhando para Valeria com, raiva.

— Não esqueça que você tem uma empresa, para administrar. — A faço lembrar. — Não trabalho com pessoas incompententes, mesmo que seja a minha irmã. — Ela olhou-me indignada. — Vá trabalhar e deixar de perturbar o seu marido.

Os deixe para trás, fui em direção ao escritório. Entrei na sala, deixando a porta aberta para o Villard.

Vou até o pequeno bar, e sirvo um copo de whisky com gelo. Tomei três copos seguidos, ansiando por mais.

— Bebendo às dez horas da manhã? — A porta é fechada. — Isso não faz o seu estilo. — Aramis senta no sofá, falando sem parar.

— Quer um copo? — Ofereço.

— Sim, eu aceito um copo. — Sorriu.

Francês burguês idiota. Aramis Villard, e o Salvatore são as únicas pessoas que eu confio por enquanto.

— Obrigado. — Entrego o copo e ele recebe. — Esse é um dos bons hein...

Deu alguns goles parecendo satisfeito. O seu rosto está totalmente diferente. De a minutos antes, em sua discussão com à Valeria.

— Eles preservam a memória de Ara, para as crianças. — Digo,  o que estava martelando a minha cabeça...

— Acho que eles sabiam, que em algum momento ela os teria de volta. — Aramis, completa o meu raciocínio.

— Aquelas imagens, serviam para manter a memória da mãe deles viva. — Apoio o corpo na secretaria. — Por que?

— Se você está confuso e imagina eu! — Apontou para si mesmo. — Confesso que eu, cheguei acreditar que à gente não encontraria os seus filhos vivos!

— Cheguei de pensar o mesmo. — Admito. — Deixá-los viver, era garantir que algum dia o David assumisse o meu lugar. — Tomei o resto do líquido do meu copo.

— Mas, aquela bomba foi intencional. — Suspirou em frustração. — Se eles realmente queriam as crianças vivas, por que colocar a porra de uma bomba?

— Realmente não tem sentido nenhum... — Penso. — A não ser, que eles mudaram de ideia no último instante.

— Qual será o nosso próximo passo? — Diz incerto.

Estou lidando com fantasmas. A máfia não age nestes padrões. Estou descartando todos os meus inimigos dentro do clã.

— Estamos lidando com um ajuste de contas! — Afirmo.

— Você acha que seja alguém dentro do clã ? — Aramis, olhou desconfiado.

— Não! — Caminho até a janela. — Isso é algo pessoal. — Vejo o sol radiante pelo jardim. — Essa pessoa pode estar mais perto do que a gente pensa.

Sinto o toque de suas mãos no meu ombro. Sei que ele sempre estará ao meu lado. Mas, ninguém poderá ser capaz de travar o que está prestes acontecer.

CONTRAVENTOR  "O Ajuste de Contas"Onde histórias criam vida. Descubra agora