Ara Couts Blanche
Já chorei tanto, que o meu coração chegou a doer. Vejo os seus rostinhos serenos dormindo. Sinto que estive a mais de décadas longe deles.
Aurora chegou despertar, horas antes. Tentei dar alguma coisa para ela comer. Mas recusou-se e perguntou por Lúpus e a sua tia Helena.
Não sabia ao certo quem era essa mulher. Então fiquei meio confusa. No entanto sobre, o Lúpus eu disse que ele estava no banho e que a qualquer momento voltaria.
Passou mais tempo do que o esperado. Mas, ele não apareceu. Aurora e Davi, dormiram após Leonor trazer um lanche para eles.
Depositei um beijo em cada um deles, e cheirei os seus cabelos. Meu Deus, como eles cresceram? Como é o possível, alguém separar uma mãe de seus filhos?
Com esses pensamentos. Levanto-me saindo do quarto, fechando a porta da forma mais sútil possível para não os acordar.
Estava usando um vestido de alça, que bateu até os meus joelhos. Meu cabelo estava preso em um, não dando brecha para nenhum fio escapar. Usa uma chinela de tiras douradas.
Não sei ao certo aonde, aquele filho da puta do Lúpus está no momento. Pois ele precisa me explicar quem foi o responsável pelo sequestro dos meus filhos.
O primeiro lugar que me veem a mente é o seu escritório. Nem fudendo que eu vou até ao quarto dele.
Desce as escadas, e a casa estava em um perfeito silêncio. O por do sol, já estava dando lugar para a noite. Observo pela janela da sala.
Cheguei na porta do seu escritório, batendo na porta. Nada foi feito. Bati mais três vezes e ouvi a sua voz rouca dizendo: Pode entrar.
Com a mão na maçaneta, abri a porta entrando no lugar. Essa é a primeira vez que entro, em seu escritório. O lugar é bem espaçoso e amplo, a decoração é impecável assim, como de toda casa.
Vejo ele sentado por trás da sua secretaria falando ao telefone. Enquanto lê um papel em suas mãos.
Ele levantou o rosto e olhou para mim, com um ponto de interrogação estampado em sua cara nada agradável.
— Vou partir hoje mesmo. — Disse me encarando. — Diga a ele que estarei presente na cerimônia. — Encerrou a conversa, desligando a a chamada.
Tanto o papel e o telefone, foram deixados na mesa. Ele levantou e achei que estava para chegar perto de mim. Mas, desviou e foi até o pequeno bar e serviu um copo de uísque.
Usava uma camisa de linho branca, com os botões abertos em seu peitoral definido. Sua calça jeans escura fazia um contraste indiscutível. Seu cabelo estava desalinhado. A barba por fazer passava-lhe um ar rústico e ao mesmo tempo sombrio demais.
— Veio até aqui, para ficar me encarando?. — Dou um pulo, despertando dos meus pensamentos.
— Do que está falando...— Falo constrangida.
Porque estou constrangida? Diante do homem que mais odeio em toda minha vida.
— Você está parada na porta, feito uma estátua. — Diz indiferente, bebendo o líquido em seu copo. — Melhor sentar-se, vou lhe dizer o que tanto quer saber.
Assenti e fui sentar no sofá que estava na sala. Ele voltou para a sua cadeira que estava antes. Nossos olhares cruzaram e eu temia pelo que estava por vir.
Enquanto o Lúpus explicava tudo que aconteceu, desde o momento que descobriu quem havia sequestrado os meus filhos e como eles foram resgatados. O meu coração, doeu bastante e às lágrimas inundaram o meu rosto.
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CONTRAVENTOR "O Ajuste de Contas"
RomansaSegundo livro da estória "CONTRAVENTOR " Para entender o segundo livro, é necessário ler o primeiro livro. Que está disponível aqui no meu perfil.