CAPÍTULO 26

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Lúpus Mazzarella Eiger





Durante toda a viagem, a minha mente leva-me  não parava de pensar sobre a conversa que tive com o Aramis Villard.

Quanto mais eu penso sobre toda situação, o meu corpo é consumido por um odeio inexplicável.

Nada faz sentido, nessa porra! Eu não tenho merda de filhos nenhum. Mas, aquela filha da puta vai pagar muito caro por ter cometido essa traição. Eu vou destruir a vida, dela e do seu amante. Nem que seja a ultima coisa que eu faça.

— Senhor, Mazzarella. Chegamos. — Henrique, diz, estacionando o carro. Na garagem subterrânea do prédio.

— Desçam do carro. — Ordeno, e recebo a confirmação pelo retrovisor.

Eles descem do carro. Espero até que o Carlos, abriu a porta para mim. Ele faz tudo no automático.

Desço do carro, sentindo um desconforto inexplicável. Ando em direção ao elevador, sendo escoltado por Carlos e o Henrique.

Adentramos no elevador, aperto o botão que dá acesso ao apartamento que ela está neste momento.

Pareceu que demorou uma eternidade, até chegarmos. Já era tarde demais, provavelmente ela está dormindo. Isso será ruim para ela pelo  ódio que eu estou sentindo agora.

Saí do elevador mal as portas abriram. Há poucos apartamentos neste andar. Sensivelmente quatros. Mas, apenas  um único apartamento está ocupado.

Caminhos a passos largos, até alcançar a porta. Pego as chaves no meu bolso esquerdo, destravo a fechadura e abrindo a porta.

Entro no apartamento, que estava escuro e silencioso.Há um cheiro familiar, demais para mim em todo lugar.

Ara Blanche... Minha doce Ara...! Eu te achei.

— Podem acender as luzes. — Falo, gesticulando as mãos.

Caminho em direção ao corredor, que dá acesso aos quartos. Entre as três portas fechadas neste corredor, apenas uma chamou-me atenção. Pois o cheiro que tanto invadiu a minha mente por incontáveis dias, exalava fortemente dentro do mesmo.

Sem vacilar nenhum segundo se quer. Seguro a maçaneta da porta. Tento abrir só que a merda estava trancada. Sem paciência saco a minha arma e faço alguns disparos, logo em seguida derrubo a porta com o meu pé direito.

Entro no quarto e deparei-me com a mulher, que por anos tornou-se a minha maior obsessão.

— Não pode ser...— falou confusa. — Você está morto... não pode... não...

Manuseou a cabeça frenética, olhando para mim apavorada, desacreditada com a minha imagem diante de seus olhos.

— Ara Blanche! — Digo esboçando um sorriso vitorioso nos meus lábios.

Ela olha para mim em completo espanto. Parece que viu um fantasma. Seus olhos estão esbugalhados e seu rosto pálido.Ela deu um passo para trás, quase caindo e derrubando o seu corpo sobre a cama.

— Doce... Ara. — Sinto o meu sangue a borbulhar. —  Você está linda.

Aprecio às suas belas curvas, e como ela está diferente do corpo daquele menina de alguns anos atrás. Ela agora parece uma mulher mais madura.

— Você está morto. — o seu tom é baixo, parecendo um sussurro.

— Achou mesmo que eu morreria, para que seja livre? — Sorri, amargamente.

Ela está tentando assimilar o que está acontecendo, enquanto isso eu observo o quanto ela está maravilhosa.

— O seu corpo está diferente. — Digo, após observar o seu corpo mais curvilíneo.

— Não chega perto de mim. — Ela diz, cautelosamente.

Observo o movimento de suas mãos, e vejo segurando uma arma. Por que diabos o Villard deu uma arma para ela?

— Senhor, Mazzarella. Ela está segurando uma arma. — O imbecil do Carlos, comentou o óbvio.

— Não se preocupe, ela não vai atirar. — Afirmo.

Não quebrei o nosso contato visual em nenhum momento. Dou alguns passos para frente, para a alcançar. Foi muito rápido, quando o som do disparo ecoou sobre o quarto. 

Mas, já era tarde demais, o meu corpo cambaleou para trás quando sinto o impacto do disparo que atingiu rapidamente o meu braço esquerdo.

— Filha da puta! — Solto um grito estridente.

A vagabunda largou a arma, que caiu ao chã e aproveita a situação para pôr-se em fuga.  Os meus homens tentam rapidamente socorrer-me.

— Não a deixam esperar. — Ordeno. — Estão esperando o que para ir atrás dela?!! Corram porra.

Saíram apressados, deixando-me no quarto. O meu braço está ardendo muito. Carallho!! Esse tiro não passou de raspão. O fudido do Aramis Villard, não estava brincando quando avisou que à ensino atirar.

Arrastei-me até a cama, sentindo a minha camisa molhando com o sangue que não parava de escorrer.

Fui obrigado a retirar a camisa rapidamente, para amarrar no local que atingido,  sabendo que a bala ainda está ali alojada e estava perdendo muito sangue. Pego o meu celular ligando para alguém que poderia resolver essa situação rapidamente.

Ligação on Bernard Villard

— Alô...Lúpus. —  A sua voz soa demasiado exaustivo. — Prevejo que, deve estar com sérios problemas. — Continuou severamente.

— Que merda está dizendo! — Ignoro suas provocações. — A idade deve estar lhe afetando demais.

— O Matteo errou muito na sua educação. — Citou o nome do meu pai. — Você não ligaria para mim a essa hora se não fosse importante.

Bom saber que ele ainda sabe como eu sou, apesar que a minha raiva ainda não passou pelo fato de  ter escondido, a existência de Valeria.

— Já sabe que atirei no seu querido filho? — Atiço, mas, contenho-me sentindo a dor intensificar.

— Vá direto no assunto. — Fala comigo indiferente. — São três da manhã e eu não tenho a mesma idade que a sua e muito menos essa energia maligna que herdou de Matteo.

— Não me compare com aquele homem, Porra! — Me exalto. — Chame um medico urgente, estou no apartamento de Aramis, e sei que você sabe perfeitamente onde seja.

Você a machucou? — Sua voz, mudou completamente parecendo preocupado. — Lúpus... se você fez alguma coisa com essa mulher depois de tudo que ela...

— Chame a porra do medico. — Fecho os punhos, por tamanha ousadia de tentar a proteger de mim. — Não enche a porra da minha mente... — desligo a chamada.

Ligação Bernard Villard off...

Vejo que Ara Blanche, criou muita afinidade com pessoas que ela acha que seriam capazes de me enfrentar por sua causa. Mas, ela está muito enganada, pois ninguém a salvará do inferno que está lhe aguardando

CONTRAVENTOR  "O Ajuste de Contas"Onde histórias criam vida. Descubra agora