Safe Place II - Marina

• Crianças idiotas

— O Tio Andrew pode me levar amanhã na escola com a Ellis? — Lucca perguntou atraindo a atenção minha e da Maya

— Amanhã  nós duas podemos te levar Piccolo — Falei — Você não ama quando vamos nos juntas?

— Sim, mas é  que... deixa pra lá — ele disse voltando a prestar atenção na comida

— Lucca, você sabe que pode confiar na gente pra falar qualquer coisa né? — Maya disse segurando a mão dele

— É  que uns garotos da escola estão sendo chatos

—  Chatos? Por quê? — perguntei franzindo a sobrancelha e olhando pra Maya

—  Eles dizem que sou bobão nerd porque gosto de estudar e que não sou divertido. Também falam que ter duas mães é esquisito — ele disse de cabeça baixa

Lucca — Maya disse levantando o rosto dele — Esses garotos são uns idiotas! Ninguém pode falar isso de você, você é melhor que todos eles

—  Você é único, meu amor — falei —  Gostar de estudar não te faz menos divertido, e ter duas mães é especial, não é estranho

—  Mas é difícil — ele disse segurando as lágrimas —  Eu só queria ser igual aos outros

— Você é tão especial do jeitinho que é — Maya falou —  E quanto aos estudos, isso é motivo de orgulho

—  Não deixe que essas palavras te magoem, Piccolo, você é inteligente, amoroso e muito divertido para nós

—  E se eles não conseguem ver o quão incrível você é, o problema é deles, não seu — Maya disse e ele sorriu

—  Obrigado, mamães, vocês sempre me fazem sentir melhor — ele disse abraçando a gente

Depois do jantar fui colocar Lucca pra dormir e no meio da história ele já estava adormecido, voltei para o quarto onde Maya andava de um lado para o outro.

— Nos temos que resolver isso amanhã — ela disse — Trocar ele de escola, chamar os pais, alguma coisa assim

— Maya calma — eu ri — Ele está em período de adaptação, é a primeira semana dele e ele foi criado diferente das outras crianças vai ter um pouco de dificuldade mesmo

— Mas essas crianças idiotas não podem falar assim dele!

— Bambina não chame as crianças de idiotas — eu falei tentando não rir da irritação dela

— E nós não vamos fazer nada? — ela me olhou

— Claro que vamos — falei segurando a cintura dela — Vamos falar com a professora, explicar pra ela saber o que está acontecendo e ela vai saber resolver, se voltar a acontecer nós tomamos outras medidas

— Ainda não acho suficiente — ela falou — Você viu a carinha dele triste? Isso não é certo

— Vai ficar tudo certo bella — beijei ela

— Nosso to muito irritada — ela disse se sentando na cama e me puxando pra sentar no colo dela

— Uma mamãe leoa — falei e dei outro beijo nela — Eu amei

— Vem vamos deitar — ela disse me puxando com ela

— Sabe que eu vou sentir saudade daqui? — falei enquanto me aconchegava no peito dela

— Eu também vou sentir muita saudade, tô pensando em nem vender ele

— Alugar? — perguntei olhando pra ela

— Não — ela disse — Pensei em deixar assim como tá

— Você quer um apartamento de solteira Maya? — falei me sentando na cama

— Ihh sem surto — ela disse me puxando de volta — É só até eu conseguir me desapegar

— Tá — revirei os olhos

— Mas também tô ansiosa pra nossa nova casa ficar pronta, certeza que vou me perder naquele lugar enorme

— Vai ter muito lugar pra gente explorar — falei olhando pra ela

— Essa é a melhor parte — ela disse me beijando.

Dormimos rapidamente e Maya teve um chamado bem cedo, e eu nem vi ela saindo. Hoje o meu dia seria super corrido, teria que levar o Lucca na escola e resolver aquele assunto com a diretora, terminar de arrumar as malas pra Califórnia e fazer uma reunião com a Lia.

Estava voltando pra casa quando meu celular tocou e eu vi o nome da Amélia na tela

— Oiê — atendi animada

— Oi tudo bem? Carina Deluca né? — ela disse cordialmente — Eu sou Amélia Shepherd, prazer em te conhecer

— Deixa de ser idiota Amélia — dei risada

— Do jeito que sumiu, achei que tinha esquecido as amigas

— Muito dramática nossa — falei — Estava super corrida essa semana

— Quer vir almoçar com a gente aqui no hospital?

— Posso ainda participar do grupinho das doc? — perguntei

— Por mim não, mas as outras são vendidas e te querem de volta

— Você é que mais me ama Amélia — falei

— Sim — ela disse e eu gargalhei

— Como está o meu bebê? — perguntei

— Me deixando muito enojada e irritada

— Essas duas coisas você já é, e o sexo conseguiu ver?

— Nada ainda — ela reclamou — Vai puxar o gênio da mãe

— Seu mini carma

— Tenho um paciente agora — ela disse — Pode vir vindo já se não tiver o que fazer, você fica na minha sala

— Bailey vai amar

— Bailey agora te ama depois de você bancar uma viagem internacional pra ela

— Do jeito que você fala parece até que eu comprei ela

— E não foi?

— Aí tchau Amélia — falei — Daqui a pouco eu tô aí